Nas ruínas da Grande Zimbábue, a poucos quilômetros de Masving, vemos os restos da civilização Munhumutapa, uma das mais importantes do sul da África. Em Masvingo, paramos para almoçar. As ruas são largas e as pessoas vem e vão sem parar. Os vendedores ambulantes oferecem roupas, jornais, frutas de todas as cores e vermes
Como todas as manhãs levantamos as sete barracas que compõem nosso acampamento. E vamos pela estrada atrás do eclipse, a bordo do nosso caminhão/ônibus, que nestas alturas já exibe toalhas e algumas roupas penduradas das janelas.
A paisagem está formada por minas que abrem grandes clareiras na vegetação, as que melhor distinguem-se são as de níquel, que formam montanhas artificiais de cor clara.
Chegamos às ruínas da Grande Zimbábue, a poucos quilômetros de Masvingo. Aqui encontram-se os restos da civilização Munhumutapa, uma das mais importantes do Sul da África. As estruturas de pedra construídas entre os séculos XIII e XVII, formam recintos murados, alguns com mais de dez metros de altura. A importância deste povo dedicado à extração do ouro foi tal quequando em 1980 Rodésia do Sul passou a ser independente tomou seu nome Zimbábue desta civilização. Aliás, Zimbábue significa "casa de pedra". O símbolo nacional do país, uma águia, também é originária desta civilização.
Em uma zona, um pouco afastada, reproduz-se um povoado da época. Junto às palhoças, que são exatamente iguais a algumas das que tivemos oportunidade de ver durante nossa viagem, vemos perfeitamente colocadas as figuras típicas entalhadas em pedra e madeira pelos shonas.
Em Masvingo, paramos para comer. As ruas são largas e as pessoas vem e vão sem parar. Os vendedores ambulantes oferecem roupas, jornais, frutas de todas as cores e vermes. É, isso mesmo, são Madora Macibi, gordos vermes desidratados com uma enorme cabeça que preparam-se amassados com farinha e água. Também podem ser comidos tal e qual estão, dizem que são bons em proteínas. Depois de experimentar, pareceu-me que tem um sabor parecido com as cortiças ou cascas de árvore, só que bem mais salgado.
Num amplo bar de teto alto e aberto para a rua, almoçamos por apenas 125 dólares do Zimbábue, uns 3 reais. A comida: uma espécie de purê de milho chamado sushza, meio frango e uma coca-cola.
As feições agradáveis e suaves desta gente intensificam-se quando nos dedicam os melhores sorrisos que existem. Antes de comer, a garçonete chega à nossa mesa com uma bacia e uma jarra com água bem quente para lavarmos as mãos.
Depois de comer, de novo na estrada, desta vez nosso motorista, o Rudy, decide pegar um atalho. Durante uma hora vamos engolindo o pó que levanta sob nossa passagem e que quase é possível mastigar. E desta vez a noite surpreende-nos na viagem. Chegamos a Chinhoyi, onde novamente acampamos. Todos estamos muito cansados e não nos entretemos olhando para as estrelas. No dia seguinte sairemos para o lugar desde o qual observaremos o eclipse.
Sofía Aymat
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