Espetacular! Surpreendente! Valeu a pena!

A retransmissão do primeiro eclipse solar do terceiro milênio por uma hora foi espetacular, foi surpreendente, valeu a pena!

O Terra viveu ao vivo e diretamente, o primeiro eclipse total do sol do terceiro milênio. Foi espetacular. Eram 14h30 (horário de Zimbábue) quando dávamos passagem para a nossa enviada especial Sofía Aymat desde o ponto de retransmissão, Mkanga na Reserva de Sapi. O eclipse já tinha 45 minutos, pois tinha começado às 13:46'12''. Nesse momento podíamos ver como a lua começava a entrar pela parte esquerda inferior da nossa imagem e ia impedindo que o sol mostrasse toda a sua intensidade e a sua silhueta habitual: redonda.

Sofía contava como, aos poucos, iam ficando sem luz e como começavam a sentir o frio. Lembrávamos que este eclipse tem como característica especial a sua duração: 3 minutos 6 segundos, e que não voltará a se produzir outro eclipse tão longo até o 29 de março de 2006. Não será o próximo eclipse solar, já que no ano que vem se verá nesta mesma zona um novo eclipse total do sol.

Para Sofía e o nosso câmera Miguel Gutiérrez foi a primeira vez que estiveram presenciando um eclipse com estas características, mas para alguns dos integrantes da expedição, como o Gotxon, era seu terceiro eclipse e ele estava certo de que Sofía choraria de emoção quando fosse a fase da totalidade, como tinha acontecido com ele nos seus dois eclipses anteriores.

Chegávamos perto das 15:12 enquanto Sofía conseguia que diferentes membros da expedição se aproximassem até o ponto de retransmissão e deixassem por uns minutos suas experiências. Assim o Alex nos relatou os princípios fundamentais da sua experiência da relatividade e Miquel lembrava dos problemas no aeroporto de Cataratas Vitória.

Enquanto isso, a lua seguia seu caminho ascendente e fazia com que a luz emitida pelo sol fosse somente uma pequena fatia de melão. Sofía, convertida já em nossos olhos, confirmava a descida da temperatura, e o aumento da escuridão, exclamou "cada vez se vê menos!".

Todos atentos ao relógio, só faltavam uns minutos quando, sem nos darmos conta, Sofía gritou "Isto é incrível, é maravilhoso, não posso acreditar, não posso acreditar!", enquanto sua voz diminuía e fazia-se o silêncio para que a imagem, esperada durante estes mais de sete dias desde que a expedição tocou em terra africana, aparecesse perante seus olhos e os nossos. E somente ia durar 3 minutos e 6 segundos!. A beleza da imagem era o único que importava.

O rebuliço, os gritos de agora, agora! Já!, já! foram generalizados entre a vintena de expedicionários. Após esses três minutos, Miquel e Sofía confirmavam que além do esladroado luminoso podia ver-se a silhueta de Júpiter. A lua continuava seu percurso sem detenção e a imagem que nos oferecia agora começava a ser inversa à qual tínhamos estado vendo desde as 14:30.

Sofía despedia-se às 15:35 destacando como tinha ido tão bem tudo, algo que parecia quase um sonho quando iniciou-se a expedição. As temidas nuvens não tinham dando as caras, apenas um telescópio parou de funcionar uns minutos antes do eclipse, mas era um mal menor.

O enorme trabalho desdobrado pelos membros da expedição e pelas pessoas que desde a Espanha realizaram o seguimento e a atualização de todo o material que ia nos proporcionando desde o coração de Zimbábue, estava dando seu fruto mais desejado: a retransmissão do eclipse que terminava nesse momento.

Efetivamente, o eclipse terminou, mas ainda fica uma última etapa da viagem. E vamos contar para vocês em breve.

África Silvelo