Cristina
Bodas, direto de Angra dos Reis
Estar
a menos de 3 km de distância das usinas Angra 1 e 2 não
torna tensa a vida dos cerca de 2 mil moradores de Praia Brava.
Muito pelo contrário. Na vila de funcionários da Eletronuclear
os adolescentes caminham apenas poucos metros para pegar onda, as
pessoas deixam a chave do carro na ignição e portas
ficam destrancadas quando os moradores resolvem sair à noite
para comer o famoso sanduíche nuclear (hambúrguer,
presunto, queijo, salada e salpicão) na lanchonete X-Burgão.
Com
exceção da lanchonete e do cinema não há
muitas atrações na vila. "Mas a falta de lazer
é compensada pela segurança que sentimos. O único
assalto que me lembro aqui na vila aconteceu na agência bancária
há uns 16 anos", conta Josafar Braz de Souza, responsável
pela única farmácia de Praia Brava. "É
o melhor lugar pra se criar os filhos".
Assim
como a violência, o fato de estarem próximos a dois
reatores que acumulam materiais altamente radioativos também
não preocupa os moradores da vila. "Nas grandes cidades
nós também vivemos sob um risco constante. Podemos
ser assaltados e até mortos em um cruzamento qualquer. Risco
por risco, aqui vivemos com mais tranqüilidade", declara
uma moradora.
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