Cristina Bodas, em São Paulo
Se
as previsões da Marinha estiverem certas e se o governo brasileiro
continuar investindo no projeto, até 2025 o Brasil terá
concluído o primeiro submarino nuclear nacional. De acordo
com o Centro Tecnológico da Marinha, desde que o submarino
começou a ser projetado, em 1979, até o ano passado
já foram investidos cerca de US$ 950 milhões. Outros
R$ 750 milhões estão previstos até a conclusão,
totalizando aproximadamente US$ 1,4 bilhão.
Em
uma entrevista respondida via fax à reportagem Terra, o centro
diz que o diferencial do submarino nuclear está em sua autonomia,
já que pode operar por longo período de tempo com
a mesma carga de combustível do seu reator. Por isso, é
capaz de permanecer meses submerso.
Questionado
sobre a utilidade do projeto, o centro respondeu que "o submarino
de propulsão nuclear constitui-se no instrumento de defesa
mais eficiente e econômico para negar a um eventual agressor
o controle do mar na nossa zona de influência econômica."
"Se
a missão é defender o país, então eles
estão no caminho errado, já que o submarino pode representar
um risco para nós mesmos. Se chegar a ser produzido, o submarino
será uma 'Chernobylzinha' flutuante", afirma o coordenador
da campanha Nuclear do Greenpeace, Ruy de Goes.
Segundo o centro "a tecnologia aplicada no programa é
inteiramente nacional e está sendo desenvolvida por brasileiros",
já que os cinco países que a detêm (Estados
Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) não
a repassam. O projeto tem sido desenvolvido em parceria com entidades
como Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares),
USP, Unicamp, IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo) e Centro Aeroespacial.
|