Falta de apoio da Alemanha compromete Angra 3

Cristina Bodas, em São Paulo

O Brasil começa a estudar alternativas de financiamento caso decida pela construção de Angra 3. O incentivo financeiro alemão ao programa nuclear brasileiro estaria comprometido após a Alemanha ter anunciado sua intenção de fechar, até 2021, suas usinas nucleares.

"Se eles desistiram do programa nuclear, seria embaraçoso demais continuarem incentivando outros países a investir", comenta o professor Luiz Pinguelli Rosa, especialista em energia nuclear.

O ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, já declarou à imprensa que o projeto passa por dificuldades de financiamento. Uma das opções consideradas é uma parceria com a iniciativa privada.

Na avaliação de Pinguelli, o governo brasileiro precisa fazer um minucioso estudo da relação custo/benefício antes de dar qualquer passo a mais em relação à Angra 3. "Se o gasto for similar à Angra 2, então seria totalmente inviável", afirma.

O governo brasileiro já investiu cerca de US$ 1 bilhão em equipamentos para Angra 3 que estão estocados há anos na central nuclear de Angra. Se finalizada, a nova usina teria capacidade de gerar, assim como Angra 2, 1.300 megawatts de energia, e elevaria para 4% a participação da energia nuclear no total da geração energética do Brasil.

 

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