Thaís Sabino
Ao acender o primeiro cigarro, diversos pensamentos passam pela mente. No entanto, os dos malefícios do ato e vício, geralmente, não estão entre eles. O indivíduo imagina que aquele é o único cigarro e que ele pode parar de fumar a qualquer momento. É um engano. “Nenhuma substância exige reposição em intervalos tão curtos quanto a nicotina. Em 30 minutos o corpo já pede um novo cigarro“, afirmou o pneumologista especialista da área de tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Alberto José de Araújo.
Além do cheiro e dentes amarelados que afastam os não -fumantes, fumar oferece riscos sérios à saúde. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, quem fuma “tem 10 vezes mais chances de ter câncer no pulmão; cinco vezes mais de ter infarto; cinco vezes mais de sofrer bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes mais de ter AVC”. As mulheres que tomam anticoncepcionais e fuma aumentam em 10 vezes as chances de derrame e infarto. As grávidas têm risco de 70% de ter aborto espontâneo; 30% de perder o bebê próximo ou logo após o parto; 40% de ter uma criança prematura e 200% de o filho nascer abaixo do peso.
Com tantas razões que incentivam o abandono do cigarro, a decisão pode parecer fácil, mas não é. “Tabagismo é uma doença, classificada pela OMS, quem fuma deve ser considerado doente, não dá para falar que a pessoa fuma porque não tem vergonha na cara”, afirmou o pneumologista do Delboni, Roberto Rodrigues Junior. Mesmo para quem tem consciência dos males à saúde e financeiro – uma pessoa que fuma um maço por dia pode gastar cerca de R$ 1.500 por ano – deixar o cigarro é uma decisão difícil. “É preciso saber que o inimigo é forte e cheio de armadilhas. (...) A maioria dos ex-fumantes sonham e sentem vontade de fumar”, disse ele.