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Primeiramente, a especialista conta que é importante fazer um tratamento que abranja vários aspectos da saúde do paciente. O diabetes é uma doença que mexe com a alimentação, base do corpo humano. Assim, a abordagem pra o controle da doença deve ser feita por vários lados, para que essas diferentes frentes estejam cobertas. Além do endocrinologista, médico responsável por prescrever medicamentos e comandar o tratamento do diabético, um enfermeiro pode avaliar bem a situação atual do paciente, identificar riscos e ensiná-lo os cuidados básicos necessários para que fique bem. Um nutricionista é fundamental também para orientar o paciente sobre a melhor maneira de se alimentar, traçar metas diárias de consumo de carboidratos e evitar problemas como obesidade. Outro profissional que deve fazer parte dessa equipe é um podólogo. Glauciane explica que o maior risco de amputações é por conta da falta de cuidados que alguns pacientes têm com esses membros. Para orientar o diabético quanto à atividade física, um profissional dessa área também deve ser consultado. Com essa abordagem mais completa, o tratamento será mais efetivo.
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Os malefícios da ingestão exagerada de bebida alcoólica são amplamente conhecidos e prejudiciais para diabéticos como para pessoas sem essa doença. Contudo, é importante que as pessoas que têm essa doença atentem a cuidados diferenciados. Não é proibido ingerir bebida alcoólica, mas é preciso respeitar as quantidades orientadas pelos médicos, que se baseiam na Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazê-lo. Além de também conter açúcar, o que pode atrapalhar na contagem diária máxima dessa substância que um diabético pode consumir, o álcool em si interfere no efeito dos remédios e na absorção da insulina. "O álcool pode alterar o efeito do remédio, não só no momento da ingestão, como muitas horas depois", explica a enfermeira especializada em diabetes do CDBH, Glauciane Mendes.
Grande parte dos diabéticos de tipo 2 tem outras doenças associadas, como obesidade ou sobrepeso e hipertensão. Nesses casos, o tabagismo é ainda mais prejudicial, pois aumenta os riscos de problemas cardíacos, coisa que o uso associado de medicamentos com corticoide e insulina já faz. Portanto, fumar pode incluir riscos maiores ainda na vida do diabético.
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Não há proibições extremas para os diabéticos, tanto de tipo 1 como de tipo 2. Os especialistas explicam que uma abordagem que tem dado certo e pode tornar a vida do paciente menos rígida é uma alimentação baseada em metas de consumo diário de carboidratos. "O organismo não identifica a origem do carboidrato e todos os alimentos contém essa substância, só água que não", explica Glauciane. Desse modo, a orientação é que se combine com médico e nutricionista as doses de carboidratos para cada refeição e que podem ser consumidas da maneira que for mais ao gosto do paciente. Assim, é possível comer de tudo - claro que sem exageros - e não piorar o quadro de diabetes. Para os que precisam de aplicação de insulina, outra possibilidade é também dosar o consumo dessa substância com o de carboidratos. Os profissionais de saúde são os mais indicados para ensinar o paciente a dosar corretamente essas ingestões.
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A insulina artificial é peça fundamental no tratamento dos efeitos do diabetes. Ela é administrada nos casos de diabetes tipo 1 e mais avançados de diabetes tipo 2, quando a quantidade da substância produzida pelo corpo já não é mais suficiente para processar os carboidratos ingeridos. É importante observar não só as doses diárias necessárias da substância, mas também suas condições de armazenamento e transporte e prazos de validade. O paciente não pode esquecer também da higienização apropriada dos equipamentos e do local de aplicação. Ao se acostumar com o processo, é comum que o diabético fique um pouco mais desleixado com esses cuidados básicos, mas isso não pode acontecer pois coloca a saúde do diabético em risco.
Outro dos pilares fundamentais para o controle do diabetes - especialmente do de tipo 2 - é a prática de exercícios físicos diariamente. Segundo a especialista, 30 minutos diários de atividade tem grande impacto nos índices de glicose no sangue do paciente, o que é fundamental. Não é necessário fazer grandes esforços. Uma caminhada, uma corrida leve, praticar esportes com os amigos: qualquer atividade que envolva gasto calórico mais relevante e dar um basta no sedentarismo já serve para, aliada à alimentação e à correta administração dos medicamentos, minimizar os problemas causados pela doença. Aqueles que têm diabetes tipo 2 e precisam perder peso, se beneficiam também nesse aspecto com as atividades físicas, já que o gasto de energia proporcionado por elas também ajuda a eliminar os quilos indesejados e cujo tecido adiposo atrapalha no processamento dos carboidratos.
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Glauciane Mendes, enfermeira e educadora em diabetes do CDBH, conta que a grande maioria dos diabéticos não faz um correto monitoramento da quantidade de glicose no sangue e que isso pode prejudicar muito o tratamento. O glicômetro, aparelho para medição da substância, está disponível mediante comprovação de necessidade diária e de impossibilidade de aquisição devido a renda para a população via Sistema Único de Saúde (SUS), mas também pode ser adquirido em farmácias e lojas especializadas. O recomendado é que quem tem diabetes tipo 1 faça a verificação no mínimo quatro vezes ao dia; quem tem tipo 2 controlado por remédios, duas vezes; e aqueles com pré-diabetes, ou diabetes tipo 2 controlado apenas por mudança de estilo de vida, meça a glicose no sangue uma vez ao dia. Para diabéticos diagnosticados, as metas no glicômetro são: em jejum até 120 e em outros horários até 180. Níveis iguais ou abaixo de 70 já são considerados episódios de hipoglicemia.
A cicatrização do corpo fica prejudicada naqueles diabéticos que não têm a doença controlada e isso causa grande parte das amputações dos membros inferiores. Por conta disso, qualquer corte e ferimento nos pés precisa de cuidados reforçados nessas pessoas. Um podólogo ou outro profissional de saúde especializado pode indicar cremes e sabonetes que garantam uma melhor saúde desses membros, além de fazer o teste de sensibilidade com frequência, que pode indicar se há riscos para o paciente ou não. Também pela necessidade de se praticar exercícios físicos, os pés ficam muito expostos a ferimentos e outros problemas, portanto, cuidado especial com eles.
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Outro grande problema do tratamento de diabetes é que ele é para a vida toda. Isso faz com que alguns pacientes se acostumem com a condição, de modo a serem desleixados com os cuidados básicos necessários para o controle da doença. Manter uma regularidade na visita aos profissionais de saúde, respeitar a dieta e tomar a medicação em horários e doses indicadas é fundamental. Também é importante verificar as datas de validade de insulina e remédios, pois medicamentos vencidos podem ser muito prejudiciais à saúde. O controle da glicose associado a um bom conhecimento dos benefícios de alimentos e atividades físicas pode garantir uma vida mais longa, tranquila e saudável para os diabéticos.
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