O diabetes é uma doença cuja incidência tem aumentado no mundo todo e, por isso, é alvo de pesquisas para tratá-la e combatê-la. A relação é simples: cresce o poder aquisitivo, as pessoas comem mais - e pior - e deixam de se exercitar, caminhando menos. Só nos últimos anos na China o diabetes, que antes atingia 2% da população, hoje chega a 8% de incidência. No Brasil, não é diferente. Além disso, a urbanização da população faz com que cada vez menos gente esteja no campo, onde se preservam hábitos mais saudáveis.
Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock
O diabetes tipo 2 é uma doença evolutiva, que surge com a idade. Já o de tipo 1 se desenvolve ainda na infância e tem característica autoimune. Por esse motivo, o tratamento de cada caso é diferente. Para os pacientes com tipo 2, já que o pâncreas vai perdendo a capacidade de produzir insulina gradativamente, o tratamento é feito primeiro à base de remédios que auxiliam o corpo a produzir mais insulina ou fazer com que a produzida seja mais eficiente. A dieta e o exercício físico são fundamentais nesse caso, já que a condição está geralmente associada ao sobrepeso e ao sedentarismo. Para pacientes com o tipo 1, o jeito é injetar insulina artificialmente, já que o pâncreas desse paciente não produz a substância. Com o agravamento do quadro do paciente de tipo 2 - que pode acontecer num período entre 10 e 20 anos se a doença não for corretamente tratada - o tratamento com injeção de insulina pode se fazer necessário.
As drogas orais são utilizadas para o tratamento da diabetes de tipo 2. Há diferentes tipos: aquelas que aumentam a secreção de insulina, fazendo com que o organismo tenha mais da substância à disposição e possa processar melhor a glicose consumida; aquelas que são sensibilizadoras, ou seja, fazem com que a insulina já presente no organismo seja mais eficiente no processamento das substâncias; ou ainda as que inibem a absorção da glicose pelo organismo, atuando para que o corpo elimine mais facilmente o que é ingerido desse carboidrato. Por isso se diz que não há cura para diabetes: as drogas não atuam "consertando" o que não está funcionando, mas sim, de modo a diminuir os danos causados por essa deficiência.
Foto: Shutterstock
Há ainda um grupo de drogas injetáveis usado em alguns casos para o tratamento de diabetes tipo 2. São medicamentos que atuam para favorecer o receptor de GLP-1, substância responsável pela estimulação de produção de insulina. Mas, no geral, o que os diabéticos precisam utilizar de injetáveis são os análogos de insulina, que agem para suprir a ausência dessa substância no organismo. A injeção de insulina é indicada nos casos de diabetes tipo 1 ou nos pacientes mais críticos de diabetes tipo 2, que já não são mais sensíveis aos medicamentos estimulantes orais.
Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock
Há uma série de medicamentos disponíveis gratuitamente para o tratamento do diabetes. As farmácias populares - identificadas através de um adesivo - e os postos de saúde disponibilizam uma lista completa, tanto para quem tem diabetes tipo 1 quanto para os pacientes de tipo 2. Veja a lista:
Tipo 1 (só se trata com insulina): Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 10 ml Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 5 ml Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 3ml (carpule) Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 1,5ml (carpule) Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 10 ml Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 5 ml Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 3ml (carpules) Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 1,5ml (carpules)
Tipo 2: Glibenclamida 5 mg, comprimido Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido de ação prolongada
É muito simples ter acesso aos medicamentos distribuídos pelas farmácias populares. O paciente - ou pessoa autorizada mediante documento de comprovação - precisa apresentar no ponto de coleta da droga apenas CPF, documento de identidade e receita válida (recente) do medicamento requerido. Assim, todos os meses, qualquer cidadão com diabetes tem direito a retirar seus remédios gratuitamente.
Foto: Shutterstock
O diabético não pode depender apenas dos remédios para o controle da doença. Um estilo de vida mais saudável é fundamental, segundo especialistas. Manter o peso próximo do ideal, comer mais alimentos integrais e consumir menos massas, doces e bebidas alcoólicas e fazer exercícios físicos regularmente são medidas fundamentais para tratar o diabetes.
Foto: Shutterstock
É claro que o diabético não pode se descuidar da medicação ou do estilo de vida saudável. Mas, se tomar cuidado com esses dois aspectos, mesmo com a doença é possível viver uma vida normal. Não deixar de visitar o médico regularmente é outra questão importante para manter a doença sob controle. Como os medicamentos são gratuitos, o diabético não precisa se preocupar com os gastos do tratamento, apenas com o seu comprometimento.
Foto: Shutterstock
Muitas pesquisas são feitas no mundo inteiro na esperança de se buscar novos tratamentos para o diabetes. Há um grupo novo de drogas que deve ser lançado em breve que atua no rim, a fim de fazê-lo trabalhar na excreção da glicose, o que seria interessante aos diabéticos de tipo 2. Um grupo da USP de Ribeirão Preto tem desenvolvido tratamentos com células-tronco para pacientes do tipo 1. Já há 30 pacientes sendo tratados dessa maneira. A cura ainda está longe, mas os tratamentos tornam a vida do diabético cada vez mais confortável.
Foto: Shutterstock