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Diferença entre a dor de
cabeça comum e a
enxaqueca

Diferente da dor de cabeça comum, provocada por
diversos fatores cotidianos, de frequência variável e
intensidade fraca, a enxaqueca é uma dor crônica.
Quem sofre tem geralmente crises esporádicas que
tendem a aumentar com o passar dos anos.
Enxaqueca é um dos 300 tipos de cefaleia - o nome
científico para dor de cabeça - e também um dos
mais frequentes, ao lado da cefaleia tensional, que
é a dor de cabeça comum. “Nem toda dor de cabeça
é enxaqueca, mas toda enxaqueca é dor de
cabeça”, explica Newton Barros, coordenador da
comissão de Dor e Medicina Paliativa na
Associação Médica Brasileira.

A enxaqueca se diferencia da tensional porque não
é uma simples dor. Em geral, vem com sintomas
associados, como náuseas, vômitos, sensibilidade à
luz e ao barulho, e a dor é unilateral (dói apenas um
lado da cabeça). Esses sintomas não são
necessariamente observados na dor de cabeça
tensional, na qual a dor é bilateral. A dor da
enxaqueca pode ser precedida por sintomas que se
chamam aura. "São sintomas visuais. A pessoa
enxerga um ziguezague brilhante e pode ter perda
da visão momentânea. É como um aviso de que a
crise está próxima. É uma crise mais complexa”,
descreve o neurologista José Geraldo Speciali,
coordenador científico do Comitê da Cefaleia da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

Dor de cabeça tensional

É a dor comum que pode ser causada por diversos
fatores. Um mau posicionamento do pescoço em
relação à cabeça pode alterar a respiração, deixá-la
focada no pescoço, sobrecarregar aquela região e
causar a cefaleia. Não é uma alteração
necessariamente química, mas sim muscular, por
uma contração mantida, como se aquela área da
cabeça e do pescoço tivessem feito musculação e
ficassem doloridas depois. Da mesma forma ocorre
quando se vai ao dentista apertar o aparelho. Ao
forçar a região, a resposta pode ser uma dor de
cabeça. Afinal, são músculos muito próximos.

Há várias subdivisões das cefaleias tensionais,
principalmente baseadas no número de crises. Mas,
em geral, a dor dura de 30 minutos a sete dias,
atinge os dois lados da cabeça, tem caráter em
pressão, e não latejante, e intensidade fraca ou
moderada. Diferentemente da enxaqueca, não é
agravada por atividade física rotineira como
caminhar ou subir escada.

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Quais são as maiores
vítimas?

As mulheres são as maiores vítimas da enxaqueca,
por causa da variação hormonal. A prevalência geral
da enxaqueca ao longo da vida nos seres humanos é
de aproximadamente 12% (18% entre as mulheres,
6% nos homens e 4% nas crianças). “Uma pesquisa
antiga (de 1978) avaliou o ciclo hormonal de várias
mulheres. Durante a menstruação, o nível de
estrógeno cai. Ao injetar mais deste hormônio em
algumas mulheres, se observou que elas não tiveram
dor, enquanto outras que não receberam esta dose
extra de estrógeno tiveram crises de enxaqueca. Ou
seja, a queda do nível de estrógeno facilita o início de
uma crise”, revela o neurologista José Geraldo
Speciali, coordenador científico do Comitê da Cefaleia
da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

Isso vale também para a dor de cabeça comum.
Segundo a Sociedade Brasileira da Cefaleia, a
prevalência da queixa de dor de cabeça ao longo da
vida é de 93% nos homens e 99% nas mulheres,
sendo que 76% das mulheres e 57% dos homens têm
pelo menos um episódio de dor de cabeça por mês.

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Dá para fazer exercícios
ou trabalhar com dor de
cabeça?

Depende da intensidade. A enxaqueca é
incapacitante, devido aos seus sintomas - náuseas,
sensibilidade à luz e ao barulho - e intensidade da
dor. Na grande maioria das vezes, quem está
passando por uma crise precisa ficar em um lugar
quieto e escuro, sentar e relaxar. Senão, a dor piora
muito. Há pessoas que comprometem sua carreira por
causa da dor, têm medo de assumirem compromissos
maiores e não conseguir cumprir caso apareça uma
crise de enxaqueca.

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Fome dá dor de cabeça?

Sim, e isso tem uma razão muito simples: a
hipoglicemia. Caso caia a nossa taxa de açúcar no
sangue - a glicose -, a principal fonte de energia do
nosso corpo, o cérebro identifica que algo está errado
e manda um aviso em forma de dor de que é preciso
se alimentar. Em geral, a hipoglicemia causa também
tremores, fraqueza e deixa a pele mais fria, porque
está faltando energia para manter o corpo
funcionando perfeitamente. “Pular refeição é um
potente ativador das dores de cabeça em geral. Quem
não sofre com enxaqueca vai ter dor de cabeça e
quem sofre vai desencadear a crise”, diz José
Geraldo Speciali, coordenador científico do Comitê da
Cefaleia da Sociedade Brasileira para o Estudo da
Dor.

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Quando procurar ajuda?

Todos os médicos concordam em um aspecto: a
pessoa se conhece e sabe quando uma dor é
diferente daquela que normalmente aparece. Se você
consegue se lembrar de que a cabeça dói porque
você fez esforço no dia anterior, ou bebeu demais,
não há porque se preocupar. Mas, se a dor aparece
de repente, tem intensidade fora do comum, é em um
lado diferente ou vem acompanhada de febre, é
preciso procurar ajuda médica. Há mais de 150
causas de dor de cabeça e muitas que podem indicar
doenças perigosas, como AVC, aneurisma, infecções,
meningite, tumores, entre outras. "Toda dor de cabeça
aguda que a pessoa nunca teve é um sintoma. Essa é
a dor alerta, e por isso é preciso procurar o médico",
reforça José Geraldo Speciali, coordenador científico
do Comitê da Cefaleia da Sociedade Brasileira para o
Estudo da Dor.

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Como é a dor da
enxaqueca?

Ocorre em um dos lados da cabeça, provoca náuseas
e vômitos, é pulsátil e latejante, o que indica um
caráter inflamatório. Ela é resultado de uma
inflamação nos vasos das meninges, que são as
membranas que cobrem o cérebro. Aliás, não
sentimos dores no cérebro, sentimos na meninge.
Qualquer fator chamado desencadeante (álcool,
chocolate, etc.) altera a química cerebral, e este
desequilíbrio provoca em um cérebro já instável uma
inflamação nos vasos das meninges.

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Causas da enxaqueca

A enxaqueca é uma doença herdada geneticamente,
como demonstram pesquisas que estudam famílias
inteiras e pares de gêmeos. José Geraldo Speciali,
coordenador científico do Comitê da Cefaleia da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, diz que é
preciso entender como funciona o cérebro de quem
tem enxaqueca. Seu funcionamento é diferente. É
instável e sensível. Essa sensibilidade está
relacionada a níveis mais baixos de magnésio e maior
nível de aminoácidos excitatórios. Há também uma
disfunção mitocondrial, o órgão da célula que produz
energia. "Um cérebro que produz menos energia se
defende menos. E esta instabilidade é herdada e
causada justamente por alterações químicas", diz
Speciali.

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O que é a fase da aura

É o que sinaliza para a pessoa que a dor de cabeça
da enxaqueca se aproxima. Os sinais podem ser
visuais, com ziguezague brilhante ou perda da visão.
Também ocorre de o portador de enxaqueca passar a
sentir cheiros fortes, além de outras formas que o
corpo tem de avisar que a crise vai começar. Mas o
tipo mais comum de enxaqueca é a sem aura, que
tem frequência de crises maior e é geralmente mais
incapacitante do que a com aura. Quem tem a fase da
aura consegue tomar remédio com os primeiros sinais
e passar pela crise de forma menos dolorosa.
Segundo a Classificação Internacional das Cefaleias,
alguns pacientes também experimentam uma fase
premonitória, antecedendo em horas ou dias o
aparecimento da cefaleia. Os sintomas premonitórios
incluem hiperatividade, hipoatividade, depressão,
apetite específico para determinados alimentos,
bocejos repetidos, entre outros.

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Alimentos que podem
desencadear uma crise
de enxaqueca

Provavelmente você já ouviu falar que algumas
pessoas que sofrem com a enxaqueca não podem
comer chocolate, beber vinho ou consumir alguns
tipos de temperos e aspartame. Isso é real, mas não
vale para todos e varia bastante de paciente para
paciente. Alguns portadores de enxaqueca podem ser
sensíveis ao estresse, por exemplo. Aliás, é este o
maior fator desencadeante. De qualquer maneira, há
muitas pessoas que identificam como fatores
desencadeantes da crise de enxaqueca o consumo de
determinados alimentos. Por isso a importância de se
observar e identificar o que pode ser o gatilho da dor.
Como defende o neurologista José Geraldo Speciali,
médico e paciente precisam fazer um trabalho de
detetive para iniciar o tratamento. Desde chocolate
até a luz de um shopping podem ser fatores
desencadeantes. Na mulher, a menstruação é um dos
principais fatores. Então, se você se conhece, evite o
que vai te causar a dor de cabeça.

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Por que alimentos são
desencadeantes da dor?

O chocolate é rico em substâncias estimulantes como
a cafeína e a tiramina, que alteram o cérebro sensível
de alguém com enxaqueca, provocando a dor. Já a
bebida alcoólica pode provocar dor de cabeça de
duas formas: estimulando a enxaqueca preexistente
ou causando a dor de cabeça comum, porque o álcool
é vasodilatador. Com os vasos dilatados pelo excesso
de álcool, a cabeça dói, mas em quem tem problema
sério a dor vem acompanhada dos outros sintomas
clássicos. Quem não sofre de enxaqueca
normalmente passa por esta dor de ressaca com um
analgésico simples.

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Como é o diagnóstico da
enxaqueca?

Para se chegar a um diagnóstico e a um tratamento
ideal, os médicos pedem ao paciente que ele faça um
diário mensal, de início, para que ali estejam
registradas todas as atividades, horas de trabalho,
refeições detalhadas, horas de sono e o momento em
que a dor começou. A partir dessas informações é
possível identificar os fatores desencadeantes, a
frequência das crises e, assim, montar um tratamento
com base no prejuízo causado ao paciente. O que
vale é o quanto o paciente sofre com a dor. Há casos
em que uma crise por mês é suficiente para gerar um
grande prejuízo à vida, com dias perdidos de trabalho,
mal estar, irritabilidade, etc. E há pessoas que têm
uma ou duas crises por ano sem causar grandes
danos à rotina.

A Sociedade Internacional de Cefaleias define
a enxaqueca como "uma cefaleia durando de 4 a 72
horas (sem tratamento ou com tratamento ineficaz) e
com ao menos duas destas características:
localização unilateral, caráter pulsátil, intensidade
moderada ou forte, leva o indivíduo a evitar atividades
físicas rotineiras (por exemplo: caminhar ou subir
escada), náusea e/ou vômitos, fotofobia e fonofobia".

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Os tipos de cefaleias

Há dezenas de tipos e subtipos de cefaleias descritos
na Classificação Internacional da Cefaleia, um guia de
quase 300 páginas disponível inclusive para download
no site da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Pelo
menos 150 modalidades de dor de cabeça são
reconhecidas pela Sociedade Internacional. A
enxaqueca é uma delas - também chamada de
migrânea - e dentro da enxaqueca há vários subtipos
(com aura, sem aura, basilar, etc). E há também, de
acordo com a Sociedade Internacional da Cefaleia,
tipos classificados conforme o grau de
comprometimento das atividades cotidianas. Uma
crise comum de enxaqueca dura no máximo, em
média, 72 horas. Mas há crises que podem durar um
mês inteiro - um estado de enxaqueca que começa e
não passa mais, o chamado estado enxaquecoso.
Caso ultrapasse os três meses sem alívio da dor,
entra o estado de enxaqueca crônica.

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Tipos de medicamentos
usados para tratar
enxaqueca

Há dois tipos de tratamento: um que atua na crise e
outro de forma preventiva, que os médicos chamam
de tratamento profilático. Pacientes que não têm
crises muito frequentes, uma por mês ou mais
espaçadas, podem tratar apenas o momento da dor.
Na mulher, por exemplo, quando o período menstrual
se aproxima, ela já toma o remédio. Por isso, é muito
importante o paciente se conhecer e saber quando a
crise vem, os sinais que o corpo dá de que a dor de
cabeça está próxima. Vários fármacos são
comumente utilizados, como os chamados triptanos
e os anti-inflamatórios esteroidais.

Se o paciente tem pelo menos duas ou três crises por
mês, é prescrito um medicamento que deve ser
tomado diariamente. O profilático estabiliza o cérebro
de quem tem enxaqueca atuando como um
neuromodulador, ou seja, modulando, diminuindo a
sensibilidade do cérebro. Os mais utilizados são os
chamados betabloqueadores (neuroestabilizador),
bloqueadores de cálcio, antidepressivos tricíclicos e
anticonvulsivantes. Todos são neuromodulares, atuam
na estabilização do funcionamento neuronal.

Este tratamento profilático é também utilizado em
casos nos quais a dose de analgésico supera os oito
ou 10 comprimidos, sendo ainda insuficientes para
aliviar a dor. Neste caso, os analgésicos são abolidos
- por causa da dor de cabeça rebote - e entram os
profiláticos. As drogas para o tratamento das dores de
cabeça determinam a constrição dos vasos cranianos
e inibem a liberação de substâncias envolvidas no
mecanismo da dor.

Há exames que
comprovem enxaqueca?

Não há exames que se possa fazer para comprovar
essa alteração neuronal e diagnosticar a enxaqueca.
Por isso, o diagnóstico é baseado na história do
paciente. Existe, no entanto, a ressonância, que pode
ser feita durante a crise, mostrando algumas
alterações no tronco cerebral, mas, segundo o
neurologista José Geraldo Speciali, coordenador
científico do Comitê da Cefaleia da Sociedade
Brasileira para o Estudo da Dor, ela não tem muita
utilidade no dia a dia. "É uma doença neurológica
comprovada e a instabilidade do cérebro não é
padrão. Cada um herda esta instabilidade,
determinada por diversos genes, em maior ou menor
grau. Por isso, o diagnóstico tem de ser feito com
base na história do paciente".

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O cafezinho de cada dia

Se você normalmente toma muito café, mas um belo
dia está tão atarefado que se esquece do cafezinho, o
preço desse esquecimento pode ser uma dor de
cabeça muito chata. Isso é a dor da abstinência. O
café contém várias substâncias estimulantes que
fazem com que os neurotransmissores - substâncias
produzidas pelos neurônios que conduzem
informações também das nossas sensações de frio,
prazer, dor, etc. - trabalhem de forma mais intensa. É
como se o cérebro estivesse acostumado a agir de
uma forma, reeducado por essas substâncias, e
estranhasse a falta dela. É uma mensagem que ele
manda: “ei, preciso daquela substância para trabalhar
do jeito que você espera”. E o jeito de chamar sua
atenção é provocando a dor. Os médicos explicam, no
entanto, que este vício do café - que não é
necessariamente prejudicial - pode ser revertido em
pouco tempo. Diferentemente de outras drogas, o
período de abstinência do café e a recuperação do
cérebro são rápidos, podendo se dar em poucos dias.
Isso, claro, se você conseguir passar alguns dias sem
tomar seu cafezinho.

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O que é dor de cabeça
rebote?

Assim como acontece com a dor de cabeça do café, a
dor chamada rebote é a causada pelo excesso de
analgésico. Mas aqui está um problema muito maior,
porque obriga a pessoa a atravessar um período de
abstinência sentindo dor, já que o analgésico deverá
ser retirado. O cérebro também se reeduca, agora
pelo analgésico. "É um problema sério porque o
próprio analgésico diminui as defesas contra a dor.
Nosso organismo produz substâncias naturais
neuromodulares, como a serotorina, endorfina e
outras, e o uso excessivo de analgésico faz com que
essas substâncias sejam produzidas em menor
número. Ou seja, o paciente fica mais sensível à dor.
É como se o cérebro aprendesse que não precisa
mais produzir os neuromodulares porque vem aí um
analgésico para ajudá-lo. E este é o problema mais
sério. O paciente não vai poder tomar este
medicamento e terá de tomar o profilático, mas até
passar essa fase e a produção dessas defesas voltar
à normalidade, ele vai sentir muita dor", explica José
Geraldo Speciali, coordenador científico do Comitê da
Cefaleia da Sociedade Brasileira para o Estudo da
Dor.

A cefaleia em salvas

É uma crise forte de dor de cabeça geralmente de
duração rápida. É como uma salva de tiros. A dor
surge muito forte, estritamente em um lado da cabeça
e dura de 15 a 180 minutos. Pode ocorrer desde uma
vez a cada dois dias até oito vezes por dia. De acordo
com a Classificação Internacional das Cefaleias, as
crises podem vir acompanhadas de congestão nasal,
lacrimejamento, edema nas pálpebras e uma
sensação de inquietude ou agitação.

Esse tipo de cefaleia é hereditária em cerca de 5%
dos casos, e geralmente as salvas ocorrem em séries
que duram semanas ou meses, separadas por
períodos de remissão de meses a anos. Contudo,
cerca de 10% a 15% dos pacientes apresentam
sintomas crônicos. Nas crises mais fortes, a dor é
excruciante. O paciente geralmente é incapaz de se
deitar e caracteristicamente fica andando de um lado
para outro. A idade de início é, em geral, entre os 20
e 40 anos. Por razões desconhecidas, a prevalência é
de três a quatro vezes maior em homens do que em
mulheres.

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Pressionar ou esfregar as
têmporas ajuda a aliviar
a dor de cabeça?

Sim. Ali está um vaso que também pode estar
inflamado, assim como o da meninge, e apertar
provoca uma sensação de alívio passageiro. Em
geral, colocar gelo ou coisas geladas, como uma
batata fria, ajuda a aliviar. Se não, a dor piora muito.

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Dá para eliminar a dor de
cabeça de vez?

Não há cura para a enxaqueca. Existem tratamentos
que atuam tanto no momento da crise quanto na
prevenção, em casos em que os intervalos são muito
próximos. Newton Barros, coordenador da comissão
de Dor e Medicina Paliativa na Associação Médica
Brasileira, afirma que faz parte do protocolo de
atendimento em sua clínica que seja feita consulta
com um médico e com um psicólogo. O tratamento
precisa ser combinado porque, muitas vezes, há um
componente emocional que precisa ser tratado
também. O neurologista José Geraldo Speciali,
coordenador científico do Comitê da Cefaleia da
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, explica
que é possível dar ao paciente longos períodos de
alívio, mas cura não. Nas mulheres, a enxaqueca
tende a melhorar e pode até cessar com a
menopausa. Isso, no entanto, não ocorre para a
maioria delas. Apenas cerca de 30% apresentam
melhora significativa, principalmente aquelas que
apresentam enxaqueca com predomínio no período
menstrual. De qualquer forma, há tratamento, e a
enxaqueca não representa perigo de vida.
Já para a dor de cabeça comum, o paciente precisa
apenas se conhecer e evitar os fatores que podem
gerar a dor, como a bebida e a postura.

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