O que é hipertensão?

A hipertensão acontece quando o sangue bombeado
pelo coração para os vasos pressiona em excesso
essas paredes. Essa força excessiva acaba
envelhecendo precocemente veias e artérias, o que
prejudica todo o sistema cardiovascular. Para adultos
acima de 18 anos, a pressão é considerada alta
quando ultrapassa os 140x90 mmHg; é chamada de
ótima quando é menor que 120x80 mmHg; e normal
quando é menor que 130x85 mmHg. Esses números
correspondem aos movimentos de esvaziamento e
enchimento de sangue do coração, chamados de
sístole e diástole.

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A pressão muda
com a idade

A pressão menor que120x80 mmHg (ou 12x8) é
considerada ótima em adultos a partir de 18 anos.
Para crianças e adolescentes, a medição é diferente:
leva em conta o sexo e variações de altura. Define-se
hipertensão nessa população como pressão igual ou
maior ao percentil 95 da distribuição da pressão
arterial. À medida que ficamos mais velhos, a
prevalência de pressão alta também aumenta. Para
se ter uma ideia, a metade da população acima de 50
anos sofre com o problema. Mas isso não é um
movimento natural: o nefrologista Roberto Franco
explica que o correto seria a manutenção da pressão
por toda a vida. Em algumas populações indígenas,
por exemplo, o número não se modifica ao longo dos
anos. As mudanças são influenciadas por fatores
ambientais, dieta e atividade física. O número de
hipertensos também vem aumentando. Em 1980, a
estimativa era de 600 milhões de doentes em todo o
planeta. Em 2008, esse número passou dos 1,2 bilhão
- como se toda a população da Índia sofresse de
hipertensão.

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Quais as causas da
hipertensão?

Observe bem seu pai e sua mãe: eles são
determinantes para saber se você é um hipertenso em
potencial. Pelo menos 90% dos casos são de causa
primária, ou seja, hereditária. Em poucos casos, a
pressão alta é causada por outros fatores, como
doenças renais e alguns tumores. No entanto, há
formas de prevenir a doença e não desenvolvê-la -
ou, ao menos, adiar seus efeitos. Elas passam por
mudanças no estilo de vida, na alimentação e na
atividade física. "Sabemos que o fator genético é
influenciado pelo fator ambiental. Se o pai e a mãe
forem hipertensos, a chance de o indivíduo ser
também hipertenso é de 50%", explica o
vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Hipertensão, Roberto Franco. "Mas, sabendo disso, o
paciente pode se cuidar desde cedo e criar um
esquema de prevenção“.

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Como se mede
a pressão?

Nada de dar uma passadinha rápida por um medidor
de pressão. É preciso estar em condições ideais para
obter o número sem variações causadas por uma
respiração ofegante ou um pico de estresse. Sente,
relaxe e respire calmamente entre 5 e 10 minutos
antes de medir a pressão - o ideal é nem conversar.
Uma medição só também pode não ser suficiente para
determinar se o paciente é hipertenso. Se o resultado
for até 140x90, pode ter sido influenciado pelo
ambiente. Assim, mede-se pelo menos três vezes, em
dias diferentes. Quando o resultado é bem mais alto,
como 180x110, é improvável que o indivíduo em
questão não tenha pressão alta. Pode-se medir a
pressão em consultório, em casa ou ainda com um
aparelho específico que mede a pressão em 24 horas
do dia e é capaz de fazer 100 medições neste
período. "Um dado interessante mostra que, a partir
de uma pressão 115x75, a cada 20 mmHg na pressão
sistólica (a primeira) ou 10 na diastólica (a segunda),
o risco cardiovascular dobra", diz Roberto Franco. A
pressão costuma ser mais baixa pela manhã e
aumenta no decorrer do dia, mas dentro da faixa de
normalidade.

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A pressão alta
da gravidez

A hipertensão específica na gravidez, chamada de
pré-eclâmpsia, costuma durar o período da gestação
e afeta 5% das grávidas. É mais comum na primeira
gravidez e em mulheres com outras doenças, como
diabetes e lúpus. As grávidas que já têm pressão alta
precisam tomar ainda mais cuidados: a chance de
ocorrência da pré-eclâmpsia chega a 30%. Se não
controlada, pode tornar-se eclampsia, uma
complicação grave que leva a convulsões e ao coma.
Para o bebê, a doença também é problemática: entre
as consequências, está o nascimento de crianças com
baixo peso e prematuras e, em casos extremos, a
morte do bebê.

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Que órgãos podem
ser afetados?

Coração, cérebro e rins são os órgãos mais afetados
pela hipertensão. Insuficiência cardíaca, infartos,
derrames, mau funcionamento dos rins e até cegueira
podem ser resultado de pressão alta não tratada
corretamente. A hipertensão atinge os vasos que
irrigam essas regiões e os levam a um processo de
envelhecimento precoce.

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Existem sintomas?

A grande vilã da pressão alta é a ausência de
sintomas. O nefrologista Roberto Franco explica que
mais de 50% dos hipertensos não identificam nenhum
sintoma. Em casos já mais avançados, há problemas
como dor de cabeça e tontura. "Por isso é importante
o diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida",
alerta o médico.

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Confira os mitos
ligados à hipertensão

Alguns mitos estão ligados diretamente à hipertensão.

- A enxaqueca está ligada à pressão alta
A doença é mais frequente em quem tem pressão
alta, mas pode ser um problema totalmente
independente.

- Já controlei a pressão e posso abandonar o
tratamento
A hipertensão não tem cura e não se pode abandonar
a medicação. Ela é de uso contínuo.

- Como vou beber, não vou tomar a medicação hoje
Não há influência do álcool sobre a medicação.
Portanto, não deve ser interrompida.

- Meu corpo está acostumado à pressão alta
Não existe isso. É importante trazê-la para o nível
normal.

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