É possível, mas somente com recomendação médica e se a pressão estiver num nível menor. O controle da doença é feito com a ajuda de uma dieta saudável e de exercícios físicos. A mudança no estilo de vida é fundamental, já que a hipertensão está ligada muitas vezes ao sobrepeso e ao sedentarismo. As dicas são trocar carnes vermelhas por carnes magras, aves e peixes, consumir duas ou três porções diárias de laticínios desnatados por dia, trocar massas tradicionais pelas integrais e reduzir o consumo de óleos, doces e bebidas com açúcar, são medidas que podem ter papel decisivo na evolução do quadro. Praticar atividades físicas como caminhadas pelo menos cinco vezes por semana, trocar os elevadores pelas escadas, diminuindo o grau de sedentarismo, é também recomendado. O stress é um grande vilão, portanto, ter uma vida mais tranquila ajuda muito a controlar a pressão alta.
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Quando a pressão arterial do paciente não pode ser mais controlada apenas com a mudança no estilo de vida, os médicos receitam remédios que atuam de diversas formas para fazer esse trabalho. O objetivo do tratamento, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, é reduzir a resistência vascular periférica ao dilatar os vasos sanguíneos. Segundo a instituição, entre os agentes, os mais indicados são: antagonistas do cálcio, especialmente indicados para idosos; betabloqueadores, que atuam no sistema nervoso simpático, elevando a pressão arterial por conta do estresse; inibidores da enzima conversora da angiotensina, que reduzem a pressão arterial através da dilatação das artérias; bloqueadores do receptor da angiotensina II: reduzem a pressão arterial através de um mecanismo similar ao mecanismo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina – porém de forma mais direta e com menos efeitos colaterais; simpatolítico de ação central, mais usado para controlar a pressão de gestantes e vasodilatadores diretos.
Segundo o cardiologista do Instituto do Coração de Porto Alegre, Cezar Roberto Van Der Sand, as crises hipertensivas são caracterizadas por episódios de súbito aumento da pressão arterial nos pacientes já previamente hipertensivos associados a sintomas como dor de cabeça, falta de ar e dores no peito. Nesses casos, a pressão deve ser controlada imediatamente, por isso, é importante que o paciente contate o seu médico ou, se os sintomas se agravarem, uma emergência para que as providências necessárias sejam tomadas. A nefrologista da Sociedade Brasileira de Hipertensão Frida Plavnik alerta que isso acontece normalmente quando o paciente não toma a medicação de forma correta. Há casos, no entanto, mais graves. A emergência hipertensiva, por exemplo, acontece quando há um aumento súbito da pressão com consequente comprometimento dos órgãos, como no caso dos AVCs e infartos.
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De acordo com Roberto Franco, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, os remédios podem ter alguns efeitos colaterais, como cãibra, cansaço, inchaço nas pernas quando está muito quente ou a necessidade de urinar com mais frequência. Uma parte muito pequena da população geral tem alergia aos medicamentos. Por isso, é necessário estar em constante contato com o médico responsável e reportar todos os efeitos sentidos a ele. Existem medicamentos alternativos que podem substituir os que causam desconforto. O importante é não abandonar o tratamento, já que isso pode agravar o estado do hipertenso.
Não é preciso gastar dinheiro com o tratamento da hipertensão. Além da dieta saudável e dos exercícios físicos, que podem ser feitos sem muitos ajustes no orçamento, os medicamentos necessários para o controle da doença podem ser obtidos gratuitamente nas farmácias populares. Os remédios disponíveis para quem tem pressão alta são os seguintes: Captopril 25 mg comprimido, Maleato de enalapril 10 mg comprimido, Cloridrato de propranolol 40 mg comprimido, Atenolol 25 mg comprimido, Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido Losartana Potássica 50 mg.
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Qualquer hipertenso pode solicitar os medicamentos para controlar a doença nas farmácias com o símbolo da Farmácia Popular ou em postos de saúde conveniados. A documentação necessária para ter direito ao benefício é CPF, documento de identidade e receita válida (recente) carimbada e assinada pelo médico responsável. No caso de não poder comparecer pessoalmente, o paciente pode entregar uma autorização a um terceiro, que então poderá recolher os remédios por ele.
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A nefrologista Frida Plavnik, da Sociedade Brasileira de Hipertensão, explica que o diurético, nas quatro primeiras semanas, aumenta a excreção de sódio, ou seja, ajuda o paciente a eliminar sal mais facilmente. Quando há um uso continuado desse medicamento, ele também ajuda a retirar o sódio da parede dos vasos, ajudando na sua dilatação e consequente redução da pressão. Para o cardiologista do Instituto do Coração de Porto Alegre Cezar Roberto Van Der Sand, os efeitos da utilização continuada são ainda mais benéficos. "Esse é o primeiro anti-hipertensivo usado. É o mais barato, o mais fácil, o que tem menos efeito colateral", explica Van Der Sand.
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