Abacate virou vilão do meio ambiente; entenda por que cultivo chegou a esse ponto

Foto: Divulgação

Em pouco mais de 20 anos, a produção global de abacates na Europa e na América do Norte triplicou. No entanto, apesar dos muitos benefícios à saúde, essa fruta traz impactos ambientais. Entre eles, o uso de fertilizantes e combustíveis fósseis, que aumentam as emissões de gases do efeito estufa.

Foto: Divulgação

Os abacates são nativos da América Central e do Sul, onde o clima quente e temperado fornece condições de cultivo ideais. Com isso, existem centenas de variedades, mas a mais conhecida é a Hass.

Foto: - Imagem de sandid por Pixabay

Dentro de uma dieta saudável e sustentável, o abacate auxilia na promoção da saúde digestiva por ser extremamente rico em fibras. Elas contribuem para a regularidade intestinal, previnem a constipação e ajudam a manter níveis estáveis de glicose no sangue.

Foto: Imagem de Ivan por Pixabay

O abacate é uma excelente fonte de nutrientes essenciais, incluindo vitaminas C, E, K, B6, ácido fólico, niacina e riboflavina. Além disso, contém minerais como potássio, magnésio, manganês e cobre.

Foto: Imagem de Foodie Factor por Pixabay

O fruto também possui teor de gorduras saudáveis, especialmente ácidos graxos monoinsaturados. Eles estão associados à redução do "mau" colesterol e ao aumento do bom colesterol, contribuindo para a saúde cardiovascular.

Foto: Imagem de Cesar Gonzalez por Pixabay

Com altos níveis de antioxidantes, o abacate favorece a saúde, sendo uma fonte significativa de ácidos graxos monoinsaturados. Eles também têm sido associados a efeitos benéficos na função hepática.

Foto: Imagem de Ma_Rika por Pixabay

Os nutrientes presentes no abacate possuem propriedades anti-inflamatórias. Isso pode ser benéfico para a prevenção de doenças crônicas relacionadas à inflamação.

Foto: Imagem de sandid por Pixabay

Além disso, estudos sugerem que o consumo de abacate pode estar associado à sensação de saciedade, ajudando no controle do peso.

Foto: Imagem de sandid por Pixabay

No entanto, na agricultura moderna, a maior parte das plantações de abacate depende muito dos fertilizantes e combustíveis fósseis, o que aumenta as emissões de gases do efeito estufa.

Foto: Governo do Estado do Paraná/Gilson Abreu

Em média, o abacate tem pegada de carbono de cerca de 2,5 kg de CO₂, equivalente (kg CO₂e) por kg de produto. Este número representa o total de gases do efeito estufa resultantes da produção e do transporte do fruto.

Foto: Imagem de senjakelabu29 por Pixabay

Nessa produção e transporte aparecem dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, calculado na forma equivalente ao aquecimento causado por CO₂.

Foto:

A pegada de carbono do abacate é mais de duas vezes a da banana (0,9 kg de CO₂e p/kg) e mais de cinco vezes a da maçã (0,4 kg de CO₂e p/kg). Ela é um pouco maior que a do tomate (2 kg de CO₂e p/kg).

Foto:

Os abacates costumam viajar por grandes distâncias, sendo transportados de navio, que emitem relativamente pouco carbono. Contudo, a dependência excessiva do transporte por navio criou um sistema alimentar que é vulnerável a choques e interrupções.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

Os congestionamentos e gargalos logísticos, surtos de fome ou guerras em uma parte do mundo podem gerar interrupções ou falta de alimentos em muitos outros países.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

O problema deve aumentar à medida que a crise climática se aprofunda. Consumir mais alimentos de fontes locais pode aumentar a resiliência e ajudar a proteger contra a escassez de alimentos no futuro.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

Os abacateiros são plantas que consomem muita água, mil litros por quilo. O problema principal é que os abacates são cultivados em regiões que já sofrem com a falta d'água.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

O maior produtor de abacate do mundo é o México, que enfrenta prolongados períodos de seca. A irrigação das plantações pode prejudicar o acesso à água da população local.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

Os abacateiros eram colhidos como alimento de subsistência, exportando apenas o excedente. No entanto, esta prática se alterou, à medida que aumentava a demanda dos Estados Unidos e da Europa

Foto: Imagem de Marcel Plagmann por Pixabay

Atualmente, os abacates são cultivados principalmente como produto de exportação. A produção passou a ser de grandes monoculturas, para maximizar a produtividade. Estas monoculturas eliminaram outros produtos nativos e são muito mais vulneráveis à pragas e doenças.

Foto: Imagem de Reissaamme por Pixabay

Tudo isso faz com que seja preciso aplicar maiores quantidades de pesticidas químicos e fertilizantes sintéticos. Algo que prejudica a biodiversidade, a qualidade do solo e a saúde humana.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

Em algumas regiões, as novas plantações de abacate estão causando desmatamento. Até 25 mil hectares de floresta são derrubados todos os anos no Estado de Michoacán, a principal região produtora de abacate do México.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

Michoacán tem uma rica cobertura florestal, que abriga diversos animais ameaçados, como onças, pumas e coiotes. O aumento da produção de abacate por lá pode representar uma enorme ameaça à biodiversidade.

Foto: Imagem de Ariel Núñez Guzmán por Pixabay

O comércio do abacate pode ajudar a população local, fornecendo renda para os produtores agrícolas, porém eles também irão sentir as consequências ambientais.

Foto: Reprodução de vídeo TV TEM

O abacate não é o único alimento com impacto ambiental, entretanto enfrenta esses sérios problemas na produção e distribuição. Além disso, as plantações de abacate no México já foram relacionadas ao crime organizado e aos abusos dos direitos humanos.

Foto:

Acompanhe o Terra

Diariamente o Terra traz conteúdos para você se manter informado. Acesse o site e nos siga nas redes.

Foto: Divulgação