'Anel' de 500 kg cai no Quênia e assusta moradores de vila: 'fim do mundo'
No fim de dezembro/24, um misterioso objeto metálico de 2,5 metros de diâmetro caiu em Makueni, um vilarejo a sudeste de Nairóbi, no Quênia, causando alvoroço na comunidade local.
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A peça tinha formato de anel e pesava cerca de 500 quilos. Ninguém ficou ferido.
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Em entrevista ao site Tuko, um habitante local disse que chegou a pensar que era o "fim do mundo".
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A polícia isolou o local e, na terça-feira (01/01), a Agência Espacial do Quênia (KSA) removeu o objeto para análise.
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Após 48 horas, foi confirmado que se tratava de um anel de separação desprendido de um foguete durante sua subida ao espaço.
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Testemunhas relataram que o objeto parecia um "volante de carro gigante". “Parecia uma bomba. Se tivesse caído em uma casa, o desastre seria grande”, descreveu um morador local.
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Embora detritos espaciais geralmente queimem na atmosfera ou caiam em áreas desabitadas, este incidente chamou atenção por atingir uma área povoada.
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"Objetos desse tipo geralmente são projetados para queimar ao reentrar na atmosfera da Terra ou cair em áreas desocupadas, como os oceanos", destacou a Agência Espacial do Quênia.
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A queda também reacendeu preocupações sobre o aumento de detritos espaciais, já que mais de 14 mil toneladas orbitam a Terra, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA).
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Especialistas e a Organização das Nações Unidas (ONU) destacam a necessidade de gerenciar e rastrear esses materiais para evitar acidentes futuros.
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Uma estimativa da NASA aponta que milhões de detritos espaciais orbitam a Terra, com mais de 27 mil sendo rastreáveis.
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A cada ano, são realizados cerca de 110 lançamentos e ao menos dez satélites ou objetos se fragmentam.
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Segundo a agência americana, esse aumento de fragmentos representa o risco de colisões em órbita, potencialmente causando a chamada "síndrome de Kessler".
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O fenômeno teórico descrito em 1978 pelo cientista Donald J. Kessler prevê uma reação em cadeia de colisões entre detritos espaciais em órbita terrestre baixa.
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O conceito sugere que, à medida que mais objetos colidem, fragmentos adicionais seriam gerados, aumentando exponencialmente o número de detritos.
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Um exemplo do fenômeno pôde ser visto no filme "Gravidade" (2013), dirigido por Alfonso Cuarón e estrelado por Sandra Bullock.
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A responsabilidade por esses eventos é difícil de atribuir, mas algumas empresas, como a Dish, já foram multadas por descartar satélites em órbita.
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Além do episódio no Quênia, outros casos recentes já causaram preocupação. Em 2024, a NASA foi processada por uma família americana que viu detritos de um palete de baterias usadas da Estação Espacial Internacional caírem em sua casa na Flórida.
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Em 2023, pedaços consideráveis de metal de uma cápsula SpaceX foram encontrados na área de uma fazenda no Canadá.
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Algumas soluções propostas para resolver o problema incluem satélites que conseguem "capturar" detritos, sistemas de desorbitação passiva para satélites em fim de vida útil e a produção de materiais mais resistentes a colisões.
Foto: divulgação NASA
Por mais que essas ideias existam, elas ainda estão longe de serem implementadas, devido principalmente ao alto custo para desenvolvimento em larga escala.
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