Relembre a vida de David Miranda, político, ativista e jornalista carioca
Nesta terça-feira (09), além de Rita Lee, o Brasil lamentou a morte de David Miranda, político e jornalista influente no Rio de Janeiro. Confira mais sobre ele!
Foto: Instagram @davidmirandario
David Miranda nasceu em 10 de maio de 1985, na favela do Jacarezinho (foto), um dos bairros mais violentos e pobres do Rio de Janeiro. Portanto, o político e ativista faria 38 anos nesta quarta-feira.
Foto: Flickr Antônio Carlos Costa
Ele nunca conheceu seu pai e sua mãe morreu quando ele tinha apenas cinco anos. Miranda então passou a ser criado pela tia e começou a trabalhar aos nove anos, principalmente como entregador de panfletos.
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Aos 13, David foi morar com os primos em uma favela na favela do Rato Molhado (foto), no bairro de Inhaúma, que assim como o Jacarezinho, também fica na Zona Norte da capital fluminense. Anos mais tarde, Miranda se formou em jornalismo em uma instituição privada do Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução Google Street
Ele começou a ficar famoso em 2013. Na ocasião, ele e o marido Glenn Greenwald, que também é jornalista, mostraram ao mundo a existência de programas secretos de espionagem dos EUA, através da Agência de Segurança Nacional.
Foto: National Security Agency
Isso foi possível graças a uma parceria deles com o americano Edward Snowden, que trabalhava na agência. A jornalista e a cineasta americana Laura Poitras também teve acesso antecipado das informações, que depois foram publicadas pelo jornal britânico "The Guardian".
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Em agosto de 2013, Miranda foi detido e ficou horas preso e incomunicável em um aeroporto da Inglaterra. Para muitos, aquilo foi uma espécie de ameaça. O trabalho foi liderado por Greenwald e acabou muito premiado, como o Prêmio Pulitzer, de 2014.
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Em 2014, Miranda liderou um movimento pedindo que o Brasil desse asilo político a Snowden. A então presidente, Dilma Rousseff, recusou. Hoje, Edward mora na Rússia.
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Pouco depois, ainda em 2014, ele se filiou ao PSOL e ajudou Luciana Genro na campanha presidencial, em troca de apoio a Snowden. A gaúcha perdeu a eleição, Dilma foi reeleita, e Edward não teve o pedido aceito.
Foto: Roberto Stuckert Filho wikimedia commons
2016 foi um dos anos mais "movimentados" da carreira dele. Logo nos primeiros meses, Miranda coordenou a campanha LGBTfobia: “SOS Rio Sem Homofobia”. Isso porque o estado chegou a cortar as verbas do programa . "Rio Sem Homofobia".
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O trabalho dele deu certo, o dinheiro voltou a ser investido e o pastor Ezequiel Teixeira, que estava na secretaria de Direitos Humanos, foi retirado do cargo.
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Meses depois, ele publicou um artigo no jornal britânico "The Guardian" criticando a forma como a Rede Globo cobriu o impeachment de Dilma. Mesmo eles tendo discordado quanto a Snowden, Miranda acreditava que a política foi injustiçada.
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Em 2016, David Miranda ganhou as eleições e foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro. Assim, ele assumiu em 2017, mas ficou só até o final de 2018. David foi o primeiro vereador declaradamente gay a assumir o posto.
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Nas eleições de 2018, David foi eleito primeiro suplente de deputado federal também pelo PSOL. No entanto, ele assumiu, pois o titular Jean Wyllys, que também é gay, relatou ameaças de morte e foi morar no exterior.
Foto: Flickr Agência Senado
Em dezembro de 2019, Miranda venceu o troféu "Poc Awards", promovido pelo portal "Gay Blog BR", na categoria "ativismo" pelo voto popular. No ano seguinte, foi indicado novamente, mas perdeu.
Foto: Divulgação
No ano passado, ele deixou o PSOL e se filiou ao PDT. Ele destacou que estava infeliz com a aproximação do então partido dele com o PT. Meses depois, ele se lançou candidato a deputado federal.
Foto: divulgação pdt
No entanto, ele foi internado no dia 06 de agosto, com fortes dores abdominais, fruto de uma infecção. Esse problema de saúde, sem previsão de alta, o fez retirar a candidatura.
Foto: Instagram @davidmirandario
A infecção se espalhou por todo o corpo e tirou a vida do ex-parlamentar. David ficou internado desde agosto, na UTI da Clínica São Vicente, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro.
Foto: Divulgação
David Miranda e Gleen se conheceram em 2005, em um ponto da Praia de Ipanema, também no Rio de Janeiro, que é frequentado principalmente pelo público LGBTQIAP+. Meses depois, foram morar juntos e se casaram no Brasil, que já aceitava o casamento homossexual.
Foto: Instagram @davidmirandario
Eles tinham três filhos, todos adotados.
Foto: Instagram @davidmirandario
“A vida de David foi extraordinária em todos os aspectos. Sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos, deixando-o órfão em Jacarezinho. Mas uma vizinha linda e compassiva, Dona Eliane, acolheu-o apesar de ter 4 filhos e profunda pobreza, tornou-se sua mãe, deu-lhe uma chance de vida”, lamentou Glenn.
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