Diplomacia do panda: China envia dois novos ursos para os Estados Unidos
A China enviou para os Estados Unidos os ursos panda Bao Li e Qing Bao, em uma retomada da chamada “diplomacia do panda”. Eles serão atração do Zoológico Nacional de Washington.
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Os mamíferos, ambos de três anos, são naturais da província de Sichuan, na China. Eles viajaram da Ásia para a capital americana em gaiolas individuais em avião de carga.
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Em novembro de 2023, o presidente da China, Xi Jinping, havia sinalizado a possibilidade de retomar a "diplomacia do panda" com os Estados Unidos.
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Na ocasião, o governante chinês encontrou-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Califórnia.
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A reunião acenou com a possibilidade de um abrandamento das tensões entre as duas potências globais. "O planeta Terra é grande o suficiente para os EUA e a China", declarou Jinping.
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Em um jantar após o encontro, Jinping indicou que os pandas poderiam ser "os enviados da amizade entre o povo chinês e americano”.
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“Certamente, se a República Popular da China tomar a decisão de devolver alguns dos pandas aos Estados Unidos, lhes daríamos as boas-vindas de novo”, declarou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
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"Diplomacia do panda" é como se tornou conhecida a prática da China de presentear países com esses graciosos mamíferos.
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É uma forma que o país controlado pelo Partido Comunista encontrou para ajudar a estabelecer laços internacionais e melhorar a sua imagem mundo afora. O modelo ficou consagrado pela expressão "soft power".
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Os pandas gigantes são um símbolo e tesouro nacional chinês. Eles são associados a ideias de paz e gentileza, uma porta de entrada da nação oriental para o mundo.
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A prática chinesa de presentear outros povos com pandas tem centenas de anos, havendo registros da época da Dinastia Tang, no século VII. O termo "diplomacia do panda', porém, surgiu durante a Guerra Fria.
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Na história conturbada das relações entre Washington e Pequim, um momento emblemático da "diplomacia do panda" ocorreu em 1972.
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Naquele ano, aconteceu célebre visita do então presidente americano, Richard Nixon, à República Popular da China para encontrar-se com o líder local, Mao Tsé-Tung.
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O primeiro-ministro chinês Zhou Enlai ofereceu um casal de pandas gigantes aos Estados Unidos.
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De acordo com relatos do período, Enlai teria ofertado o "mimo" diplomático após a primeira-dama Pat Nixon (foto) derreter-se com a "fofura" dos ursos que viu no zoológico de Pequim.
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Em abril de 1972, o macho Hsing-Hsing e a fêmea Ling-Ling foram exibidos pelo governo americano como "um presente do povo da República Popular da China ao povo dos Estados Unidos".
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O casal de pandas foi morar no Smithsonian's National Zoo, localizado na capital Washington D.C.
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No transcorrer das décadas, mais ursos foram enviados aos Estados Unidos e se tornaram as principais atrações de zoológicos locais.
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Diante da escalada das tensões entre Washington e Pequim, os chineses passaram a pedir a devolução dos pandas gigantes.
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Em outubro de 2023, Mei Xiang e Tian Tian, que chegaram em 2000, e seu filhote de três anos Xiao Qi Ji (“Pequeno Milagre”, em chinês), que nasceu durante a pandemia, voltaram para o país oriental.
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No entanto, durante sua visita aos Estados Unidos Xi Jinping já havia se mostrado disposto a presentear novos ursos como forma de reaproximação com os Estados Unidos.
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Em 2021, autoridades da China anunciaram que os pandas gigantes não constam mais da lista de animais sob risco de extinção.
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Com o número de exemplares no patamar de 1,8 mil, a espécie passou para a classificação dos vulneráveis. Na ocasião, Cui Shuhong, chefe do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente e do Departamento de Conservação da Natureza e Ecologia, afirmou que essa mudança na classificação reflete a melhoria das condições de vida e os esforços da China em manter seus habitats integrados".
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