Praias de Salvador registram aumento alarmante de banhistas queimados por caravelas
Foto: wikimedia commons Jorge Cortell
As praias de Salvador, capital da Bahia, registram este ano um aumento significativo no número de casos de queimadura de banhistas por caravelas. De acordo com dados da Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar), 90 episódios foram registrados até o fim de setembro - aumento de 462% em relação a 2023 (16).
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De acordo com a Rádio Metrópole, a explicação para a alta está nas condições meteorológicas. As caravelas flutuam na água e, com ventos mais fortes e constantes, são conduzidas mais rapidamente pelo oceano. Outro fator são as águas quentes, que favorecem a reprodução da espécie.
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Em contato com a pele humana, as caravelas provocam queimaduras de até terceiro grau e dores severas. Em situações mais graves, podem levar a reações alérgicas com arritmia e náusea.
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Essa espécie marinha tem uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da água. Por isso, ao contrário das águas vivas, que pertencem ao mesmo grupo (cnidários), são facilmente identificáveis na água.
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Em julho, a cantora Anitta divulgou que foi queimada por uma água-viva durante mergulho em gruta de Ibiza, ilha da Espanha, no Mar Mediterrâneo. "Lutei com ela e nunca senti tanta dor. Como se fosse eletrocutada", disse.
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As Medusas, chamadas normalmente de Águas-Vivas, são seres que têm corpos formados majoritariamente por água (95%), o que inspirou o seu nome popular.
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Quando se sente ameaçada, a água-viva solta um ferrão que injeta uma substância urticante na vítima, seja animal ou pessoa.
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A pessoa ferida tem a sensação de queimadura, embora, tecnicamente, a água-viva não queime. O que ocorre, na verdade, é um envenenamento químico com toxinas. Por isso, elas são consideradas peçonhentas. E causam uma dor intensa.
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Não se deve esfregar a pele após intoxicação pela água-viva , pois isso só serve para espalhar o veneno, ainda armazenado nos tentáculos.
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Os bombeiros afirmam que não se deve usar água doce ou água da toneira. O correto é lavar a parte do corpo que sofreu a picada com água do mar ou vinagre.
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O ideal, inclusive, é pedir ajuda aos guarda-vidas. Nas guaritas, quem é queimado costuma usar vinagre para tratar a lesão. E diz que arde bastante.
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E cuidado: mesmo quando está na areia, uma água-viva oferece o mesmo perigo. A capacidade de envenenar permanece por 24 horas após o momento em que ela fica fora da água. Nunca as manipule. Podem estar vivas, mesmo parecendo mortas.
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As águas-vivas medem entre 2 centímetros e 2 metros de comprimento. Portanto, há uma variedade grande de tamanhos. A água-viva pode ter até 40 tentáculos, que ficam em volta da boca e auxiliam na captura do alimento.
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As águas-vivas podem comer peixes e crustáceos. Além disso, podem ter microalgas vivendo em seus tecidos e fornecendo nutrientes por meio do processo da fotossíntese.
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Especialistas afirmam que o aquecimento global, que vem chamando atenção com altas temperaturas fora de época, fazem bem às águas-vivas e aumentam a sua proliferação.
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Uma curiosidade é que existem águas-vivas que brilham na escuridão. Elas possuem órgãos bioluminescentes que provocam esse efeito. Mas nem todas são assim.
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Esse animal marinho tem até uma data comemorativa: 3 de Novembro é Dia Mundial da Água-Viva.
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No Brasil, águas-vivas têm proliferado no litoral gaúcho. Os guarda-vidas chegaram a fincar bandeiras azuis nas praias - entre elas, a Capão da Canoa - para alertar sobre o perigo.
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Outra praia com registros de águas-vidas no sul brasileiro é a Praia do Cassino, que aparece no topo das listas das maiores praias do mundo, pois tem incríveis 245 km de extensão.
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De acordo com o Corpo de Bombeiros, a água clara e com elevação da temperatura se torna convidativa para os banhistas e ao mesmo tempo favorece a proliferação das águas vivas. E é necessário ter cuidado.
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Recentemente, um pesquisador brasileiro participou de uma descoberta no Oceano Pacífico. André Carrara Morandini, da Universidade de São Paulo (USP), se uniu a cientistas japoneses na identificação de uma nova espécie de água-viva.
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Essa água-viva habita uma formação vulcânica chamada de Caldeira Sumisu, nas Ilhas Ogasawara, cerca de 460 km ao sul da capital Tóquio. A espécie recebeu o nome de medusa da cruz de São Jorge em referência ao seu formato.
Foto: Divulgação
Vista de cima, a água-viva lembra a cruz vermelha da bandeira inglesa. Como toda água-viva ela é transparente. Mas esta tem um estômago avermelhado.
Foto: Divulgação
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o Caltech (foto) criaram uma água-viva biônica que vai auxiliar nos estudos sobre as profundezas do oceano.
Foto: Kevin Stanchfield wikimedia commons
Eles explicaram que fizeram um implante de um dispositivo microeletrônico numa água-viva real, de modo que ela consiga nadar 4,5 metros mais rápido do que o animal normal. E vai transmitir informações sobre temperatura, salinidade e níveis de oxigênio.
Foto: Divulgação Caltech
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Foto: wikimedia commons Jorge Cortell