Raul Seixas: a trajetória de um dos maiores ícones do rock brasileiro
Foto: Domínio Público - Wikimédia Commons
Um dos mitos da música brasileira, que deixou seu nome gravado na história, é Raul Seixas. Saiba sobre sua trajetória e sua perda precoce. Raul nasceu no dia 28 de junho de 1945 . Ele se tornaria um dos precursores e maiores nomes do rock no Brasil.
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Natural de Salvador, capital da Bahia, na adolescência Raul era fã de Elvis Presley, sua primeira grande influência musical. “Ouvia os discos dele até estragar os sulcos”, declarou em entrevista.
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No início dos anos 60, Raul formou suas primeiras bandas, Relâmpagos do Rock, The Panters e, por fim, Raulzito e os Panteras.
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Com os Panteras, o artista iniciante foi para o Rio de Janeiro a convite do amigo Jerry Adriani, um dos ídolos da Jovem Guarda, movimento liderado por nomes como Roberto e Erasmo Carlos.
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Em 1968, Raul Seixas gravou seu primeiro LP, “Raulzito e os Panteras”, que trazia uma versão em português de “Lucy in The Sky With Diamonds”, faixa presente no icônico álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles.
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Pouco tempo depois, Raul Seixas voltou ao Rio de Janeiro para trabalhar como produtor de discos, após conhecer um diretor da gravadora CBS.
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Em 1971, Raul lançou o seu segundo álbum, “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, ao lado de Miriam Batucada, Edy Star e Sérgio Sampaio. Apesar da curta permanência no mercado, o álbum hoje é considerado um artigo cult.
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No ano seguinte, a carreira de Raul Seixas começou a engrenar com sua participação na sétima edição do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro.
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O artista baiano teve duas canções classificadas para a final, “Eu Sou Eu, Nícuri É o Diabo”, interpretada por Lena Rios e Os Lobos, e “Let Me Sing, Let Me Sing”, em que Raul contagiou a plateia com sua performance no Maracanãzinho.
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Nesse mesmo período, Raul Seixas conheceu Paulo Coelho, com quem firmaria uma das parcerias mais famosas da música brasileira.
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Em 1973, Raul lançou seu primeiro álbum solo, “Krig-ha, Bandolo”. O disco apareceu em 12º lugar na lista dos 100 maiores discos da música brasileira da revista Rolling Stone e se tornou o primeiro de uma série de álbuns famosos do artista.
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“Krig-ha, Bandolo” traz clássicos definitivos de Raul Seixas, como “Al Capone” (uma das cinco parcerias com Paulo Coelho presentes nesse disco), “Ouro de Tolo” e “Metamorfose Ambulante”.
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Nessa época, Raul Seixas e Paulo Coelho criaram a Sociedade Alternativa, inspirada na doutrina do bruxo inglês Aleister Crowley. Um dos lemas, “Faça o que tu queres, pois é tudo da lei”, virou verso de música sobre a tal sociedade.
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Na mira da Ditadura Militar por suas canções libertárias e com mensagens “cifradas”, Raul e Paulo passaram um tempo longe do Brasil - o futuro escritor inclusive, foi submetido a sessões de tortura. Um gibi chamado “Krig-Ha” chegou a ser apreendido e queimado por agentes do governo.
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A música “Sociedade Alternativa” foi incluída como uma das faixas do álbum “Gita”. Lançada em 1974, a obra deu a Raul seu primeiro disco de ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas.
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Após ver seu disco seguinte, “Novo Aeon”, não prosperar em termos comerciais, Raul Seixas voltou a obter sucesso com “Há 10 Mil Anos Atrás”.
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Os álbuns seguintes de Raul Seixas quase não teriam participações de Paulo Coelho, que se transformaria mais tarde em um dos escritores brasileiros de maior sucesso internacional.
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Em 1977, Raul lançou o álbum “O Dia Em que a Terra Parou”, que traz “Maluco Beleza”, uma das músicas mais regravadas do artista.
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“Maluco Beleza” foi composta com Cláudio Roberto, músico que passaria a ser o principal parceiro de Raul Seixas a partir de então.
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Nos anos 80, gravou mais seis discos, entre eles “Abre-te Sésamo” e “Raul Seixas”, e cativou o público infantil ao interpretar a canção “O Carimbador Maluco” no especial da TV Globo “Plunct Plact Zuum” (1983).
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Nessa época, Raul começou a ter a saúde seriamente afetada pelo consumo excessivo de álcool. O cantor passou a sofrer de pancreatite aguda, que o levaria à morte precoce em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos.
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Nos últimos anos de vida, Raul Seixas se aproximou do cantor e compositor Marcelo Nova, da banda Camisa de Vênus. Eles fizeram uma turnê juntos pelo Brasil e gravaram o álbum “Panela do Diabo”, o último da carreira do artista baiano.
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A trajetória de Raul Seixas já foi tema de documentários e livros. Lenda do rock nacional, o artista é cultuado por fãs e sua obra segue viva, especialmente pela quantidade de composições de sucessos que deixou.
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