Rei Momo do carnaval 2025 é eleito no Rio de Janeiro; figura folclórica tem longa história na folia

Foto: Divulgação Fernando Maia/ Riotur

O Rei Momo do Carnaval 2025 no Rio de Janeiro será, mais uma vez, Kaio Mackenzie, de 28 anos, comerciante e torcedor da Mangueira. Seu nome foi anunciado durante uma festa, na Cidade do Samba, em 22/11.

Foto: Divulgação Fernando Maia/ Riotur

A festa teve apresentação do carnavalesco e pesquisador Milton Cunha. No júri, 20 nomes de profissionais de diversas áreas da cultura e do entretenimento, que têm alguma relação com o carnaval. E também houve votação popular pelo portal G1.

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Na mesma festa também foram escolhidos a Rainha do Carnaval, Thuane Werneck (foto), duas princesas, um vice-rei, um cidadão não binário, um muso e uma musa da folia.

Foto: Divulgação Fernando Maia / Riotur

A origem do nome Momo remonta à mitologia grega: a deusa Momo, personificação do sarcasmo e da ironia, patrona de poetas e escritores.

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Reza a lenda que o espírito satírico e zombeteiro da deusa Momo, que atingia outros deuses, resultou na sua expulsão do Olimpo.

Foto: Nicolas-André Monsiau/Wikimedia Commons

Na antiguidade, sua figura era representada de máscara, com um cetro e balançando guizos.

Foto: Autor Desconhecido/Wikimedia Commons

De acordo com registros antigos, a figura de Momo (no gênero masculino) foi incluída em cerimônias. Entre elas estavam as festas dionisíacas, do Deus do Vinho, onde era representado com um corpanzil para representar a fartura.

Foto: domínio público

Desde o século XVI encontram-se referências ao Rei Momo em celebrações cristãs na Espanha. Ele aparece também como rei da folia em diversas tradições dos séculos subsequentes em outros países da Europa ocidental.

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A primeira personificação do Rei Momo no Brasil é de 1910 em uma opereta de Benjamin de Oliveira, conhecido como o primeiro palhaço negro do país, no Circo Spinelli.

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Mas foi somente na década de 1930 que o Rei Momo despontou com a figura carnavalesca que conhecemos na atualidade.

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Em 1933, um grupo de jornalistas do periódico A Noite, do Rio de Janeiro, criou um boneco de papelão para desfilar pela então capital da República e, ao fim, ser colocado em um trono a liderar a folia. Eles o chamaram de Rei Momo I e Único.

Foto: Arquivo Nacional

No ano seguinte, a equipe de A Noite decide substituir o boneco de papelão por uma pessoa real: o cronista Francisco de Moraes Cardoso.

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Moraes Cardoso inaugurou a tradição carioca e seu reinado momesco durou até sua morte, em 1948.

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Dos anos seguintes à morte do jornalista até o início da década de 70, o Rei Momo foi escolhido por indicação de agremiações carnavalescas e veículos de imprensa.

Foto: - Rei Momo/Wikimedia Commons

Em 1972, um decreto municipal determinou que o Rei Momo passasse a ser definido por concurso público.

Foto: Fernando Maia/Riotur

Outras cidades pelo Brasil também adotaram a coroação do Rei Momo. Santos foi a pioneira no estado de São Paulo, em 1934. Waldemar Esteves da Cunha, apelidado de o Magnânimo, foi o primeiro coroado no município e considerado o mais antigo do país até sua morte, aos 92 anos, em 2013.

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No Rio de Janeiro, que iniciou a tradição e se orgulha de ter o “Rei Momo I e Único”, Reynaldo de Carvalho, o Bola, reinou por nove anos seguidos (de 1987 a 1995), um recorde até hoje.

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Em 2004, um decreto do então governador César Maia acabou com a exigência de peso mínimo entre os requisitos para inscrição no concurso de Rei Momo. O argumento foi a política de combate à obesidade.

Foto: Divulgação Riotur

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