Diariamente, as academias recebem pessoas com o intuito de ganho de massa muscular, bem-estar e emagrecimento. Aliado a esses objetivos, os suplementos prometem contribuir em mudanças no corpo. Entre eles, um se consolidou, sobretudo para quem já passou dos 40, o colágeno.
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Colágeno é a proteína mais abundante do organismo, formada por diversos aminoácidos. Apesar de ser produzida pelo corpo, com o avançar dos anos, ocorre a degradação natural e progressiva da substância.
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Ele é uma proteína estrutural fundamental para o corpo humano, sendo o componente principal da pele, ossos, tendões, ligamentos e cartilagem.
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O colágeno também é importante para dar estrutura e firmeza aos ossos, mantendo-os fortes. No entanto, com o envelhecimento, a quantidade diminui, deixando-os mais frágeis e menos densos, o que aumenta o risco de fraturas nos idosos.
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No entanto, esse suplemento se popularizou por seu suposto potencial de rejuvenescimento, sobretudo por benefícios à pele. No entanto, especialistas alertam para possíveis distorções quanto à verdadeira função de cada tipo de colágeno no corpo humano.
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"A gente não tem, até hoje, estudos robustos que demonstrem que a ingestão de colágeno (suplementação) faz o organismo aumentar a produção dessa proteína", afirma a médica dermatologista Marcelle Nogueira ao portal G1.
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De acordo com pesquisas sobre o colágeno, os benefícios da suplementação oral para a pele mostram resultados limitados. Eles se restringem a uma discreta melhora na hidratação e elasticidade da pele, porém essa proteína pode ser encontrada em alguns alimentos.
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Entre eles, estão carne, peixes, frutas, sementes, gelatinas, ovo e derivados do leite. Tudo isso associado a uma alimentação nutritiva, rica em vitamina C, minerais como zinco, ferro, silício e selênio. Além disso, a inserção de hábitos saudáveis ao longo do dia.
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Diante disso, ele não pode ser consumido como suplemento proteico. Contudo, se enriquecido com aminoácidos, pode se transformar em uma boa opção para os outros tipos de proteínas.
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Existem três tipos de colágeno. O hidrolisado geralmente presente na pele, tendões e ossos é vendido por seus supostos benefícios para a firmeza e elasticidade. Ele, contudo, pode conter uma mistura de tipos e pode variar de acordo com a necessidade individual.
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O colágeno não-hidrolisado está presente predominantemente na cartilagem. Esse, portanto, é mais utilizado para o bom funcionamento das articulações, combinado com o ácido hialurônico.
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Já o colágeno enriquecido ou body balance é encontrado normalmente na pele, músculo e órgãos internos. Normalmente, é comercializado pela indústria de alimentos como suplemento alimentar visando ganho de massa.
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"Cada tipo possui uma estrutura e função específica no organismo. E não, eles não têm o mesmo efeito", detalhou a nutricionista.
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Popularmente, o colágeno é apresentado como uma fórmula mágica da juventude, mas o efeito da suplementação oral para a pele é muito limitado, segundo dermatologistas.
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Segundo a meta-análise, publicada em 2023 na revista científica "Nutrients", houve uma melhora na hidratação da pele com a suplementação, mas não foram observadas diferenças significativas na elasticidade.
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De acordo com Marcelle Nogueira, que é PhD em Envelhecimento pela USP, não há estudos de alto grau de evidência científica que mostram que o colágeno ingerido estimula a produção da proteína jovem na pele.
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Quando o colágeno (suplemento) chega ao intestino, ele é quebrado em moléculas menores (aminoácidos). São eles que caem na corrente sanguínea do corpo humano, podendo se encaixar de maneiras diferentes e dar origens a várias substâncias (sem garantia de que chegarão à pele).
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"O colágeno na pele é uma proteína muito complexa. E há ainda essa dúvida se em humanos, quando você toma peptídeos (menores unidades de uma proteína) de colágeno, eles vão passar por todo o processo de formação da estrutura da proteína", detalhou.
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Para a dermatologista, a melhora no aspecto das rugas pode estar mais associada à hidratação da pele do que propriamente ao efeito mais profundo da suplementação na produção de colágeno novo.
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Além disso, o colágeno não é uma proteína de alto valor biológico e não se mostra tão eficiente para atender a necessidade protéica do corpo, como o Whey.
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O colágeno é uma proteína estrutural, com um perfil de aminoácidos diferente, considerada incompleta por não conter todos os aminoácidos essenciais para o organismo humano.
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O whey, por sua vez, é uma proteína completa, considerada de alto valor biológico por conter todos os aminoácidos que o corpo humano não é capaz de produzir.
Foto: Imagem gerada por Inteligência artificial, através do Aplicativo Microsoft Design
"O whey é mais indicado para o ganho de massa muscular, enquanto o colágeno tem outras funções, sendo atribuídas a ele algumas funções como a saúde da pele, articulações e ossos", explicou.
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Para Patrícia Campos Ferraz, nutricionista e PhD em Bioquímica pela Unicamp, o colágeno tem carência de alguns aminoácidos essenciais e excesso de outros que não são tão essenciais, mas que são importantes para as articulações.
Foto: Instagram @dra.patriciacamposferraz
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