Naila Okita
A cerca de 56 km da Venezuela, país continental mais próximo, Curaçao é uma ilha caribenha de 444 km² que abriga aproximadamente 55 nacionalidades. A língua oficial é o holandês, mas nas escolas é ensinado também o espanhol e os locais se comunicam entre si utilizando o papiamento, uma mistura de diversas línguas. Muitos falam também o inglês e é possível encontrar, em pontos turísticos, quem fale o português.
A origem do papiamento é consequência da história da ilha. Descoberta em 1499 por Alonso de Ojeda, tenente de Cristóvão Colombo, foi colonizada primeiramente por espanhóis e chamada de Isla de los Gigantes (Ilha dos Gigantes) pela altura dos índios que a habitavam. Assim que os espanhóis perceberam que não havia nenhuma pedra ou metal valioso para ser explorado, rebatizaram-na de Isla de los Inutiles (Ilha dos Inúteis).
O nome atual, Curaçao, teria derivado de “corazón” (coração), o que os portugueses “traduziram” como “curaçao”. Mas há outra teoria de que o nome viria de “cura”. Alguns dizem que as vitaminas dos frutos da ilha teriam curado alguns colonos de doenças como o escoburto.
Em 1634 a ilha foi conquistada pelos holandeses, mas até o início do século 19 ela foi palco de disputa territorial entre Holanda, Inglaterra e França, caindo definitivamente sob domínio holandês.
Com toda essa mistura de povos e culturas, os escravos africanos acabaram incorporando ao seu dialeto um pouco de cada língua. Nascia o papiamento (ou papiamentu), uma língua falada em diversas ilhas do Caribe. Para não ser facilmente entendido pelos senhores das plantações de açúcar, o papiamento tem como característica ser falado muito rápido, soando quase como uma briga.
Hoje, Curaçao é uma ilha autônoma pertencente ao Reino dos Países Baixos desde 2010, mas que manteve seus costumes. Veja aqui uma lista de vocabulário para utilizar na sua próxima viagem!
O Terra viajou a convite do Curaçao Tourist Board (CTB)
Foto: Curaçao Tourist Board