Safed surpreende os turistas logo na entrada com construções na montanha – a mais alta de Israel - e ruelas repletas de estúdios de arte. Os artistas da cidade, localizada na província da Galiléia, não só trabalham nas antigas casas de pedra como também moram nelas. Ao caminhar pelo local pitoresco e calmo, os visitantes ainda se deparam com diversas sinagogas.
Considerada uma das quatro cidades sagradas de Israel, ao lado de Jerusalém, Hebron e Tibérias, Safed é um centro místico desde os anos de 1600. Na época, com a expulsão de judeus da Espanha, foi denominada a “cidade da Cabala”. A influência da religião é notória na cor de casas, muros e portões. O guia turístico explica que, segundo a crença cabalística, a cor azul predominante na pintura das construções serve para afastar os demônios.
Nos tours, a sinagoga mais visitada é a Abuhav, importante centro para estudo da Cabala. Grande parte dela foi destruída após um terremoto, em 1837, e precisou ser restaurada. Dentro da Abuhav encontra-se o rolo mais antigo da Torá em Safed, escrito por Isaac Abuhav. Várias lendas e tradições são associadas ao livro, que é retirado da Arca onde fica preso apenas três vezes por ano: nos feriados Yom Kippur, Shavuot e Rosh Hashaná. Outra Torá guardada na sinagoga é do rabino Salomão Ohana, um cabalista do Marrocos que mudou-se para a cidade israelense no século XVI.
A sinagoga de Abuhav tem sua antiga cúpula decorada com figuras de instrumentos musicais usados no Templo em Jerusalém e quatro coroas, que representam a Torá, a sacerdotal, a real e a “de redenção iminente”. Seguindo a tradição numérica da Cabala, a sinagoga tem uma bimá no centro, com um espaço de dois passos para ela, e três Arcas. As paredes são decoradas com obras do renomado artista israelense Ziona Tagger.
Além das tradicionais sinagogas e galerias, Safed oferece aos visitantes passeios pela história local, com o museu dos artistas, que contém uma coleção permanente de pinturas e esculturas, e o Frenel, considerado uma grande vitrine da arte da cidade.