Peter Fussy
Direto de Orlando
Desde o ataque de uma baleia orca que matou um treinador no início de 2010, o tradicional show de baleias orcas no parque americano SeaWorld perdeu interação entre humanos e os grandes animais aquáticos. No entanto, a apresentação que estreou no final de abril em Orlando (EUA), e na última semana em San Diego, ganha com o destaque às diferentes gerações de baleias, que brincam como uma família e garantem a alegria dos visitantes com simpatia, saltos inesperados e os (esperados) jatos de água gelada na plateia. Além disso, o cenário também foi renovado, e as imagens dos telões ressaltam a responsabilidade que temos com relação à sobrevivência de todas as espécies do mundo.
“Queremos mostrar como as baleias são como nós em relação a família e convivência. Tentamos mostrar isso e impactar o coração das pessoas. Dividimos o planeta com espécies maravilhosas”, afirmou a diretora de treinamento animal do SeaWorld, Kelly Flaherty Clark. “Destacamos as diferenças entre as gerações que temos aqui – a mais nova tem sete meses – e isso contribui para o desenvolvimento delas”.
Segundo a diretora, ainda não há previsão de quando os treinadores voltarão a entrar na água para performances em conjunto com os animais como no espetáculo anterior – interrompido quando uma das baleias matou o treinador Dawn Brancheau, 40 anos, durante um espetáculo. “Estamos revendo tudo que fazemos com as baleias orcas. Temos o que chamamos agora de uma interação ‘seca’. Vamos ver se é isso mesmo que o público quer, mas ainda não sabemos se voltará ou quando voltará.”
Para o show chamado de OneOcean, o Shamu Stadium de Orlando ganhou um cenário com 25 m de comprimento e 10 m de altura, com predomínio do azul e formato de cauda de baleia. As gigantes telas de LED passaram a mostra vídeos bem produzidos, no lugar das imagens fotográficas. A interação ficou mais tecnológica também, com sinais sonoros para as baleias dentro do tanque de água, sem a necessidade de um treinador gesticulando.
O estádio ainda recebeu cinco jatos de água sincronizados com a trilha sonora, que saem da arquibancada em direção ao aquário, atingindo até 15 m de altura. Além de garantir a felicidade dos visitantes que esperam sair ensopados, também ajudam a refrescar as baleias entre os shows. “Algumas pessoas só vêm para se molhar e algumas reclamavam quando isso não acontecia. Agora é garantido nas primeiras filas”, disse Kelly.
O repórter viajou a convite do SeaWorld Parks and Entertainment.
Foto: Divulgação