Em 1578, o décimo-sexto rei de Portugal, Dom
Sebastião, desapareceu na luta contra os mouros.
Desde então, histórias e lendas foram criadas com
a esperança de seu retorno. Uma delas se refere à
Ilha dos Lençóis, no arquipélago de Maiaú.
Acredita-se que, toda sexta-feira, o monarca surge
na forma de um touro negro com uma estrela de
ouro na testa. Aquele que conseguir atingi-la irá
revelar a cidade encantada, que guarda os tesouros
de Dom Sebastião.
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
Um antigo casarão que ficava na rua 13 de Maio,
em frente à Igreja São João com a rua da Paz, em
São Luís, levantou inúmeras lendas. A mais
comentada é sobre dois irmãos portugueses que
viajaram até o Maranhão em busca de riqueza. Um
enriqueceu, enquanto o outro jamais saiu da
pobreza. Invejoso, o irmão pobre assassinou seu
primogênito para herdar toda fortuna.
Posteriormente, seu sobrinho viria a descobrir o
crime. Indignado, arremessou o tio pela janela e foi
condenado à forca por isso. Antes de morrer, no
entanto, proferiu a seguinte frase: "Palácio que viste
as lágrimas derramadas por minha mãe e meus
irmãos. Daqui por diante serás conhecido como
Palácio das Lágrimas".
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
A situação estava complicada naquele 19 de
novembro de 1614, no forte de Santa Maria de
Guaxenduba. Os portugueses, na tentativa de
expulsar os franceses do Maranhão, travavam uma
batalha árdua devido à inferioridade de homens,
armas e munição. Foi quando a figura de uma mulher
envolta em uma auréola mudou o destino da luta.
Segundo a lenda, ao surgir, a moça tocou o chão e
fez a areia se transformar em pólvora e os seixos
(pedras brancas), em projéteis. Desde então, a santa
é considerada a padroeira da cidade (hoje chamada
Icatu).
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
Por cima, casas e casarões revelam a clássica
arquitetura portuguesa. Por baixo, nas galerias
subterrâneas, uma serpente de tamanho incalculável.
Pelo menos é o que dizem os moradores sobre o
Centro Histórico de São Luís, capital maranhense. De
acordo com a lenda, o animal cresce a cada dia e,
assim que a cauda encontrar a cabeça, a ilha será
destruída. Há vários palpites sobre sua “localização”,
sendo o local mais comentado a Fonte do Ribeirão
(foto). Lá, segundo o conto, é possível observar os
olhos do réptil através das grades que isolam a
entrada do monumento.
Foto: Shutterstock
Ana Jansen foi uma rica proprietária de terras e
imóveis em São Luís, no século 19, conhecida pelos
moradores pela crueldade com que tratava seus
escravos. Naquela época, corria o boato de que sua
carruagem era puxada por cavalos decapitados,
conduzida por um escravo sem cabeça e com o corpo
sangrando. Conta a fábula que, ao perceberem a
aproximação do veículo, as pessoas procuravam
abrigo para fugir da punição da matrona. Por onde
passava, ouvia-se o coro de lamentações dos
escravos.
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
Construído em 1612 pelos franceses, o Palácio dos
Leões é a atual sede do governo do Maranhão. Está
localizado na região considerada Patrimônio Mundial
pela Unesco, na avenida Dom Pedro II, e abriga um
importante acervo político do Estado. Na fachada,
dois imponentes leões de bronze representam o poder
executivo. O encantamento continua ao conhecer seu
interior, onde uma escadaria leva aos salões
luxuosos, alas que remontam a passeios pelos
antigos casarões europeus.
Foto: Antonio Milena / Agência Brasil
Seja na Antiguidade ou na Idade Média, era comum
construir monumentos em homenagem a reis, rainhas,
príncipes, barões... No edifício em questão, a honra
foi concedida a Daniel de La Touche, senhor de La
Ravardière, fundador da cidade. Erguido em 1689,
chegou a funcionar como Casa da Câmara e Cadeia
(prédio onde estavam instalados os órgãos da
administração pública municipal) e é, hoje, sede da
prefeitura de São Luís. Em respeito a La Touche, um
busto de bronze foi esculpido e colocado em frente ao
prédio.
Foto: Prefeitura Municipal de São Luís / Divulgação
É uma das mais expressivas manifestações culturais
e religiosas do Maranhão, principalmente nas cidades
de São Luís e Alcântara. De origem portuguesa, a
festa chegou ao Brasil no século 16 com os
colonizadores e, desde então, é celebrada no mês de
maio, no domingo de Pentecostes (50 dias depois do
domingo de Páscoa). No evento, crianças se vestem
com trajes nobres e são tratadas como tais. O toque
das caixeiras (senhoras que cantam e tocam caixas) e
a distribuição do doce-de-espécie são pontos
tradicionais da festa.
Foto: Prefeitura Municipal de São Luís / Divulgação
No final do século 19, ninguém ousava caminhar pela
região onde, hoje, fica a praça Gonçalves Dias, em
São Luís. Segundo relatos dos próprios moradores, ali
existia uma assombração que “vestia” um lençol e
tinha uma luz brilhante na cabeça. Por anos, ninguém
se aproximou do local até descobrirem que tudo não
passava de uma farsa. Na verdade, o “fantasma” era
uma invenção dos contrabandistas com o objetivo de
expulsar curiosos das ruas enquanto cometiam
crimes.
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
Embora a matéria-prima para sua produção seja
variada (argila, algodão, madeira), a que mais se
destaca é a palha de buriti, uma fibra versátil e
resistente utilizada para confeccionar bolsas,
chapéus, anéis, cestas, carteiras, entre outros. As
peças são comercializadas em pequenas lojas ou
núcleos artesanais, como o Centro de
Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão
(Ceprama), em São Luís. Outras peculiaridades à
venda são as miniaturas de personagens típicos da
capital maranhense, como sorveteiros e verdureiros,
pintadas à mão.
Foto: Shutterstock
Realizada entre os meses de junho e julho, a festa é
uma das tradições folclóricas mais antigas do
Maranhão (proveniente do século 18). O evento leva
às ruas a apresentação dos “bois”, que se dividem em
Boi de Zabumba, Boi da Baixada, Boi de Orquestra,
Boi de Costa de Mão e Boi da Ilha, cada um com um
sotaque (ritmo) diferente. O evento se estende por
todo o estado e é celebrado em grande concentração
em São Luís. A celebração conta a história de um
escravo chamado Pai Francisco que, contrariando seu
senhor, decide matar um boi. Por um milagre, o
animal ressuscita e todos saem para comemorar.
Foto: Antonio Milena / Agência Brasil
A festa é realizada no dia 6 de janeiro e retrata a
visita dos três Reis Magos ao menino Jesus. Nela,
moças e senhoras com castanholas em mãos formam
duas fileiras (cordões), tendo como personagens
principais o rei e a rainha. Na apresentação, o grupo
visita as casas da região, acompanhado de uma
orquestra formada por saxofone, banjo e tarol
(instrumento de percussão). Em São Luís, a
celebração é conhecida apenas como “Reis” e se
concentra mais na zona rural. Em outras cidades, ela
é chamada de “Reisado” e tem variação na roupa,
música, forma de apresentação e nos personagens.
Foto: Paulo Caruá / Divulgação
Imagine participar de um bloco de Carnaval em que a
atração é um jegue. Em São Luís, a folia é, no
mínimo, inusitada, e passa pelas avenidas ou ruas do
Centro Histórico. A festa reúne os blocos Afros
(inspirados nos afros da Bahia), Alternativos (formado
por um grupo de moradores da mesma comunidade),
Organizados (grupos de 20 a 30 foliões animados por
uma bateria) e Tradicionais (composto por fantasias
luxuosas). Um dos personagens típicos da folia
maranhense é o Fofão, figura que assusta as crianças
com uma máscara feita de pano, papelão e papel
machê.
Foto: Prefeitura Municipal de São Luís / Divulgação
Inaugurada em 1° de dezembro de 1816 com o nome
de Teatro União e, posteriormente, chamada de São
Luís, a casa é a segunda mais antiga do Brasil (o
Teatro Municipal de Ouro Preto, em Minas Gerais, é o
primeiro). Entre as décadas de 1940 e 1960, o edifício
chegou a funcionar como cinema, sendo totalmente
demolido em 1989 e reconstruído em 1991, com o
projeto original – teatro de platéia italiano, em formato
de ferradura, com capacidade para 750 espectadores.
Foto: Prefeitura Municipal de São Luís / Divulgação
O estilo musical começou a fazer sucesso no
Maranhão na década de 1970 pelo rádio, através de
ondas curtas de transmissões provenientes do Caribe.
Uma outra versão conta que o maranhense teve
acesso ao reggae por meio de LPs trazidos pelos
navios que aportavam por ali. De qualquer maneira, a
verdade é que a música cruzou o continente e se
espalhou pelo estado, especialmente em São Luís,
palco de tradicionais festas como o Maranhão Roots
Reggae Festival, evento que reúne cantores
jamaicanos e alguns grupos nacionais. Uma das
maiores revelações do reggae maranhense é a Tribo
de Jah, banda que chegou a fazer shows na Itália,
França e Argentina.
Foto: Shutterstock
É o mais importante museu de Alcântara, no norte do
Maranhão e a 30 quilômetros de São Luís. Criado em
1977, sua exposição permanente reproduz o ambiente
de uma residência maranhense no século 19. Umas
das peças de maior prestígio da coleção refere-se à
arte sacra, em que pode-se encontrar imagens de
santos provenientes do séculos 17 ao 19 e joias
procedentes de irmandades religiosas, como São
Benedito e Nossa Senhora do Livramento. Boa parte
do acervo pertence ao Museu Histórico e Artístico do
Maranhão (outra preciosidade do Estado) e à
prefeitura local.
Foto: Governo do Estado do Maranhão / Divulgação
A festa é uma tradição no município de São José do
Ribamar, a 32 quilômetros da capital. Ocorre no
primeiro domingo depois do fim do carnaval
tradicional, com agremiações carnavalescas e
milhares de foliões nas ruas. Acredita-se que o nome
do evento surgiu na década de 1940, quando um
grupo de garçons, que havia trabalhado no Carnaval,
decidiu criar a própria brincadeira. Alguns sambistas
rechaçam essa ideia, alegando que naquela época
não existiam garçons na cidade. Neste ano, a folia
completa 66 edições registradas.
Foto: Prefeitura Municipal de São Luís / Divulgação
Construído entre 1660 e 1690, o edifício é
considerado o mais antigo de Alcântara e um dos
monumentos mais importantes do Maranhão. Seu
interior reserva um altar-mor com talhas douradas
típicas do estilo barroco, enquanto portas e janelas
são adornadas com pedras de cantaria trabalhadas,
vindas da Europa. Painéis de azulejos portugueses e
esculturas nos altares reforçam ainda mais a
influência europeia no município. Assim como tantas
outras construções da cidade, a igreja chegou a ser
abandonada no fim do século 19 para depois passar
por diversas reformas.
Foto: Agência de turismo Maramazon (www.maramazon.com)
Uma antiga lenda diz que, antes do atual cenário
pitoresco, a praia do Olho d' Água não passava de
uma aldeia indígena comandada pelo chefe
Itaporama. De acordo com a história, sua filha
apaixonou-se por um jovem da tribo que, por ser belo,
provou a paixão de “Mãe D’água”, levando-o para seu
palácio nas profundezas do mar. Desolada, a filha de
Itaporama deixou de se alimentar e, à beira do mar,
chorou até morrer. Segundo a fábula, de suas
lágrimas surgiram duas nascentes que até hoje
correm para o oceano e que deram origem ao nome
da praia.
Foto: Imagem ilustrativa / Shutterstock
Ver o atual edifício reformado é fazer uma viagem ao
passado e saber que sua estrutura, erguida em 1618,
foi fortemente abalada com a invasão holandesa, no
século 17, e elevada pelos próprios moradores da
região por meio de doações. Seu interior abriga um
pequeno museu de artes sacras. O santuário, o mais
antigo de São Luís, é o único no Brasil com traços da
arquitetura bizantina e está localizado no bairro do
Desterro.
Foto: Shutterstock