Nova York recupera turismo um ano depois dos atentados
Convencer os japoneses a passear em Nova York depois dos atentados de 11 de setembro tem sido mais um dos desafios para recuperar a atividade turística, segundo o setor de atividade da chamada "Grande Maçã". Um ano depois da destruição do World Trade Center, a taxa de ocupação dos hotéis - um dos raros indicadores turísticos disponíveis em tempo real - praticamente recuperou seu nível de antes dos atentados. Os restaurantes se enchem de novo e a Broadway recuperou praticamente todo seu brilho. "Nas semanas posteriores ao 11 de setembro, o turismo foi totalmente eliminado" e a taxa de ocupação de hotéis desabou em 30% ou 40%, algo "jamais visto", explicou Keith Yazmir, responsável pela comunicação da NYC and Company, órgão encarregado da promoção da cidade. A desaceleração econômica e a queda nas viagens de negócios debilitaram o setor. Mas depois, "mês a mês, constatamos uma melhoria", embora os preços das hospedagens continuem sendo em média entre 10% e 15% inferiores aos de antes dos atentados. A recuperação começou por gestos de solidariedade e milhares de norte-americanos responderam aos apelos do então prefeito, Rudolph Giuliani, e vieram gastar seu dinheiro em Nova York. Charters com milhares de pessoas foram organizados em Oregon, Califórnia, e inclusive no Canadá, lembrou Keith Yazmir. Mas se voltaram, os turistas mudaram. Os que são vistos em Time Square, nos acessos do World Trade Center ou na cúpula do Empire State Building, procedem mais dos Estados Unidos do que de outras partes. A ausência de turistas japoneses é particularmente notável, segundo Jonathan Tisch, dono da rede hoteleira Loews. "Existe a percepção (no Japão) de que é inapropriado vir a Nova York durante o luto e tentamos modificar esta percepção", explica Crystine Nicholas, presidente da NYC and Company. A orígem do turismo faz toda a diferença para os profissionais e os 282 mil empregos gerados por esse setor: o turista norte-americano gasta mais e fica mais tempo. O turismo permitiu que em 2000 entrassem na economia local 25 bilhões de dólares.
AFP
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