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Organização Mundial de Turismo diz que setor volta a crescer

Um ano depois dos eventos de 11 de setembro de 2001, o turismo começa a se recuperar nas regiões politicamente estáveis, informou hoje, quarta-feira, a Organização Mundial de Turismo (OMT) em Madri.

Os anos 2001 e 2002 foram excepcionais para o turismo e, apesar do crescimento negativo de 0,6 por cento nas chegadas internacionais de 2001, os resultados daquele ano mantiveram a tendência positiva da década anterior até o momento dos eventos de setembro nos EUA, segundo a OMT.

Os atentados determinaram os resultados do turismo internacional em 2001, já que afetaram o tráfego aéreo internacional, e sua diminuição teve repercussões consideráveis para o setor hoteleiro e as redes de distribuição.

A situação econômica na Alemanha e nos Estados Unidos também influenciou a queda das estatísticas do turismo, cujo processo já havia se iniciado na Ásia com a redução do turismo emissor japonês.

Os efeitos da recessão econômica no turismo receptor de regiões como as Américas, a Ásia Meridional e o Oriente Médio eram observados já nos oito primeiros meses de 2001.

A saturação de imagens da tragédia nos meios de comunicação, o exagero das reações diplomáticas, a falta de dados no princípio ou o transbordamento informativo de depois originaram uma contração do turismo internacional.

Atualmente, a possibilidade de uma intervenção militar em zonas geográficas próximas às afetadas pelos eventos do 11 de setembro, a falta de soluções no conflito palestino-israelense e a tensão entre a Índia e o Paquistão põem em perigo o desenvolvimento do turismo em determinadas regiões.

Outro problema para o turismo internacional são as recentes
inundações na Europa Central, que danificaram várias infra-estruturas de comunicações, transportes e instalações turísticas.

Segundo a OMT, as características atuais do mercado são refletidas na tendência de redução da estada das férias, maior demanda de férias fragmentadas, aumento de hospedagem não hoteleira convencional e a passagem de férias ativas a um modelo de férias que permita vivências emocionais autênticas.

Também influem na demanda o aumento de turistas de terceira idade, a crescente importância pelos critérios turísticos de desenvolvimento sustentável, os movimentos migratórios, os processos de integração econômica, a irrupção de destinos emergentes, a diminuição dos impedimentos fronteiriços e a segmentação nos motivos dos diferentes viajantes.

Do ponto de vista da oferta, produziram-se mudanças nas estratégias de integrações empresariais, alianças, fusões ou aquisições e nas prioridades de gestão, e foi modificada a configuração do transporte aéreo.

A OMT destaca que o desafio da oferta consiste em adiantar-se aos movimentos da demanda para atendê-la e assegurar níveis adequados de qualidade.

A curto prazo, as empresas turísticas estão trabalhando na redução de custos estruturais e financeiros e, neste sentido, está havendo uma revalorização do papel dos GDS (sistema global de distribuição).

A OMT concede grande importância não só ao prosseguimento de suas atividades, mas ao reforço de sua função de orientar e ajudar o setor de turismo com todos os recursos disponíveis, especialmente com a Comissão de Reativação, e aponta como fórmula válida para a cooperação entre governos e setores público e privado.

Agência EFE

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