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LONDRES

Vítimas da síndrome da classe econômica processam empresas

Sessenta passageiros que afirmam ter sido vítimas da "síndrome da classe econômica" e parentes de vítimas fatais entraram com uma ação contra várias companhias aéreas esta terça-feira, em Londres.

Os demandantes pedem que seja reconhecida a relação entre os vôos de longa distância e a ocorrência de trombose, que, em casos mais graves, pode provocar a morte do passageiro. Se a Justiça britânica reconhecer a relação direta, abrirá caminho para o pedido de indenizações milionárias, segundo advogados das vítimas.

Os demandantes reclamam que as companhias não os alertaram para os riscos dos vôos de longa distância. A Suprema Corte de Londres decidirá se a síndrome pode ser considerada um acidente, e se baseará na Convenção de Varsóvia, que se aplica ao transporte aéreo internacional e define as indenizações às vítimas.

As companhias aéreas "ficaram anos sem tomar nenhuma medida preventiva para melhorar as condições de transporte dos passageiros e diminuir os riscos", sustenta o advogado Des Collins. "O problema é que a segurança e a saúde nos vôos são regidas por uma legislação arcaica, a Convenção de Varsóvia, que foi redigida em 1920, quando ninguém viajava de avião", acrescentou. Segundo ele, desde janeiro passado 286 vítimas entraram em contato com os advogados.

Mais de 20 companhias aéreas estão envolvidas no processo, entre elas British Airways, American Airlines, Delta Airlines, Air Canada, e KLM. A British Airways divulgou que recusaria o pagamento de indenizações e invocou uma investigação do Ministério da Saúde britânico, que, em novembro de 2001, chegou à conclusão de que a relação entre vôos de longa distância e trombose não é segura.

De acordo com as conclusões de uma investigação publicada em maio de 2001 pela revista médica The Lancet, um passageiro em cada dez tem trombose depois de viajar por mais de oito horas.

Leia mais:
» Saiba mais sobre a síndrome da classe econômica
» Infográfico: entenda a síndrome

AFP

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