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RIO GRANDE DO SUL

Trilha desafiadora leva a seis belas cachoeiras

Ana Cristina Aleixo/AE
Caminhos levam a quedas d'água
como a Curruíra, uma das mais
de cem já catalogadas
São aproximadamente nove quilômetros de caminhada pela mata. Um sobe-e-desce que exige, além de disposição, equilíbrio. Quem resolve se aventurar pela Trilha das Seis Quedas deve saber também que, em determinados trechos, terá de molhar os pés, tornozelos e, segundo dizem, a água gelada pode alcançar a cintura. Mas, lançados os desafios, acredite: difícil mesmo será resistir às belas seis cachoeiras pelas quais se passa.

A meia hora inicial funciona como aquecimento. "Começar é o mais complicado, vale para entrar no pique", afirma o guia Argemiro Cardoso, de 23 anos, diante do primeiro obstáculo. Entre todas as pedras que forram o leito do córrego, nem adianta escolher as que aparecem além da superfície. Apesar de maiores, rolam ou afundam. "É mais seguro enfiar o pé na água de uma vez", alerta o guia.

Todos "batizados", chega a hora de subir pela mata fechada. Para driblar os galhos - alguns bastante espinhosos -, é preciso agachar-se, saltar, escalar, sempre equilibrando a mochila. Carrega-se lanche, uma garrafa de água, roupas secas e toalha. Para caminhar, bermuda e camiseta, mais um agasalho amarrado na cintura. Calças protegem do frio, mas, depois que se enfia o pé na lama, literalmente, podem incomodar bastante.

Patinando - Lado a lado, as Cachoeiras do Musgo e Saracura marcam o fim do trajeto escuro e úmido. São as águas cristalinas da segunda queda, que escorrem sobre degraus de pedra, que valem a parada.

Subir pela escada gigante exige cuidado. Pisar exatamente onde a água corre é a dica para não patinar. Momento em que tênis ou botas próprias para trekking tornam-se essenciais.

A caminhada continua até a Curruíra, uma queda d'água de aproximadamente 15 metros. Depois de subir, ou melhor, escalar o morro bastante íngreme, vale caminhar pelo topo da cachoeira, embora enxergá-la seja impossível. Nem se deitando sobre as pedras consegue-se ver o impacto das águas.

O trecho que leva à Campestre é o mais tranqüilo. Caminha-se pelo vale sem maiores obstáculos até um piscinão. Os mais ousados não resistem a um mergulho, ainda que se perca todo o fôlego já recuperado. A água congela até os ossos. Uma réstia de sol ultrapassa as copas das árvores e ilumina o fundo do lago, forrado de pedras avermelhadas. É um espetáculo.

Tem mais subida até a Feitiço, a mais bela cachoeira. São 25 metros de queda para admirar. Na seqüência, a Juvenal anuncia o fim do percurso. E isso é só o começo. Há outras quatro trilhas na área e mais de cem cachoeiras já foram catalogadas na região.

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O Estado de S. Paulo

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