Equador dá uma lição de ecoturismo
Não basta apenas "gostar de natureza" para desembarcar em Galápagos. Pelo ecossistema único, as plantas, os animais e as pedras devem permanecer no local, para que alteração alguma possa ocorrer, o que comprometeria o equilíbrio ambiental. Cada ilha do arquipélago é um lugar único por suas fauna, flora e paisagem, e qualquer introdução de organismos estranhos ao ecossistema – como animais, sementes, plantas e insetos – pode causar problemas sérios ao conjunto. Por uma questão de segurança do próprio turista, os animais de Galápagos não devem ser tocados nem acariciados por mais "fofos" que possam parecer, caso dos leões-marinhos bebês, patos, pingüins e outras aves. Como se trata de animais selvagens, criados ao ar livre, eles podem, diante do toque ou de uma aproximação repentina, perder a aparente docilidade e alterar o comportamento. Quanto às aves, deve-se ter um cuidado redobrado com os ninhos. A distância a ser mantida é de dois metros, porque, com a proximidade, a mãe pode se assustar e abandonar o local, com a conseqüente destruição de ovos – ou morte dos filhotes – por predadores. Também não se deve dar comida aos animais, que têm uma maneira natural de se alimentar. Falando em ninhos, a sinalização das trilhas deve ser respeitada porque, não raro, muitas fêmeas depositam ovos ao lado do caminho. E uma eventual saída da área demarcada pode redundar no pisoteamento dos ninhos por turistas menos atentos. Fumar durante os trekkings, então, nem pensar. Uma bituca de cigarro mal apagada e até um palito de fósforo podem causar incêndios de grandes proporções, como os que ocorreram na Ilha Isabela, em 94 e 95. Lixo de nenhuma espécie deve ser lançado ao chão ou ao mar. Escrever o nome nas pedras ou em paredes, além de ser um indicativo de falta de educação, polui a paisagem. Alguém, por sinal, já deixou um recado bem claro aos fãs de pichação: "Sua imortalidade não é mais importante que a natureza das ilhas". Por último, vale repetir a máxima do ecoturismo, segundo a qual "nada se tira dos lugares, a não ser fotos". O que não poderia acontecer se cada um dos milhares de visitantes que passam pelas ilhas todo ano levasse "de lembrança" uma concha, uma mudinha de planta, uma pedrinha para a coleção, etc.? De recordação, bastam fotografias e as imagens registradas pela memória. Estas, aliás, ainda têm a vantagem de não serem esquecidas no fundo de uma gaveta ou desbotarem com o tempo. Leia mais: » As ilhas que vieram do fundo do mar » Guia para Galápagos
Agência Estado
|