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ARIZONA

Sedona é ponto de encontro de místicos e aventureiros

Depois do Grand Canyon – a fenda com mais de 1,5 mil metros de profundidade esculpida naturalmente ao longo de milhões de anos pelo Rio Colorado, considerada uma das mais imponentes belezas do planeta, e que recebe 5 milhões de turistas por ano –, Sedona, ao norte de Phoenix, é a segunda atração mais visitada do Estado.

No caminho entre Scottsdale e a entrada sul do Parque Nacional do Grand Canyon, a cidade foi construída em meio às pedras que tomaram diversas formas com a ação da erosão e que, graças à coloração avermelhada, são conhecidas como Red Rocks (Pedras Vermelhas). O local tornou-se reduto de artistas e místicos, que ali identificam um ponto de rara confluência de energias e forças telúricas e, portanto, dotado de poderes espirituais. "A noite de Sedona tem estrelas coloridas", reforça o motorista de jipe que leva turistas para um passeio pelos imensos paredões rochosos.

Exageros à parte, o clima extremamente seco da região favorece a visualização de corpos celestes. Foi por causa disso, aliás, que Flagstaff, cidadezinha a cerca de 40 quilômetros ao norte de Sedona, foi escolhida para acolher o Observatório Lowell, de onde Plutão foi avistado pela primeira vez.

Cidade universitária situada a 2 mil metros de altitude, Flagstaff – que faz parte do circuito da Rota 66 –, tem temperaturas relativamente amenas e é dona de uma estação de esqui que oferece um dos mais belos cenários da região. No verão, troca-se o esqui pelo rafting e outros esportes radicais, como escaladas, caminhadas e mountain biking.

Tucson

Outro atrativo do Arizona fica na direção oposta de Sedona: a cidade de Tucson, duas horas ao sul de Phoenix. A aridez que intimidava os caras-pálidas tornou-se o maior chamariz da cidade e de todo o Estado, onde a indústria de eletrônicos encontrou um ambiente ideal para a produção de equipamentos sensíveis à umidade. Com 800 mil habitantes, recebe até 3 mil novos moradores por mês.

Foi por lá, aliás, que foram gravados os clássicos do cinema de Velho Oeste americano. Até hoje, seriados de tevê são filmados nos Old Tucson Studios, que preservam prédios, saloons e, ainda, contam com encenações de bangue-bangue, assaltos a diligências e shows de garotas. Tudo para os turistas.

Outra atração bastante popular em Tucson é o Museu do Deserto, que tem um jardim de cactos e exibe exemplares de escorpiões, cobras, aranhas, iguanas e outros pequenos animais que dificilmente são vistos em seu ambiente natural. Há também um zoológico, com uma amostra de pássaros e dos grandes predadores do deserto, como o puma, o coiote e o urso preto. Para completar, o museu reúne informações e curiosidades sobre as 13 áreas desérticas que existem no mundo.

Por terem pertencido à Espanha e posteriormente ao México, as terras do sudoeste do território norte-americano têm traços marcantes da cultura latina. Um exemplo disso é San Xavier del Bac, a segunda missão católica construída no Estado, em 1797, e uma das últimas remanescentes das 22 que existiam por lá.

Perto dali, ficam também as chamadas ghost towns (cidades-fantasma), antigas vilas mineradoras do século 19 que se esvaziaram com a decadência do ouro.

Para ter uma idéia da fartura do metal na região, as cidades atraíam gente de todos os cantos do país, apesar das condições nada favoráveis a viagens – naquela época, ainda movida a diligências, levava-se mais de cinco meses para se atravessar os Estados de ponta a ponta. A mais famosa dessas cidades é Tombstone, "the city too tough to die" (a cidade durona demais para morrer), a 100 quilômetros de Tucson. Que ninguém espere ver muito nesses locais, porque eles são, de fato, desérticos.

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