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HAVAÍ

O maravilhoso inferno da Grande Ilha

O vulcão Kilauea é a atração principal da ilha Havaí, também conhecida como Big Island. Mas a maior ilha do arquipélago (10.473 quilômetros quadrados) não é apenas a terra dos vulcões, como também é o melhor lugar para se conhecer história, praticar mergulho, trekking, canoagem, e até esqui na neve.

Essa diversidade torna-se possível graças às suas 13 regiões climáticas diferentes, que oferecem desde a área infernal próxima às crateras, até as planícies desérticas de Ka'u, as florestas tropicais sobre Hilo, praias de areia branca e negra e, ainda, a neve que cobre o pico vulcânico Mauna Kea no inverno .

Com cerca de 800 mil anos de idade, a Big Island tem cinco vulcões, mas somente três são considerados ativos: Mauna Loa, Kilauea e Hualãlai. E, curiosamente, um novo vulcão irmão, o Lo' ihi, está em atividade debaixo d'água, a 37 quilômetros da costa sudoeste da ilha.

Em volume, Mauna Loa é a maior massa montanhosa do mundo, com 28.968 quilômetros cúbicos. O vulcão já teve 32 erupções desde 1832. Durante os últimos 1.100 anos, sua lava cobriu mais que 1.600 quilômetros quadrados e sua última erupção ocorreu em 1984, chegando a ameaçar a cidade de Hilo.

Bem menor que Mauna Loa, Kilauea, com 1.219 metros de altitude, poderia ser tratado com menos importância não fosse o fato de ser o vulcão mais ativo do mundo. Por mais de 100 anos, Kilauea ficou quase continuamente em atividade e, durante este período, o fosso da cratera Halema'uma'u era um lago de lava.

Desde então, Kilauea tem tido erupções intermitentes tanto no topo como em seus flancos. A erupção atual iniciou-se em 1983 e é a maior e mais longa de flanco da história, sem previsão de interrupção.

Muitos turistas perguntam sobre o perigo de erupções imprevistas e fatais para a vida na ilha, mas os vulcanólogos garantem que os aparelhos de alta precisão podem detectar a ameaça e garantem que a lava levaria muitas horas para avançar para outros territórios, dando tempo para evacuar a população.

Inferno

Hoje, a área próxima à cratera de Kilauea é mais visitada por causa dos bancos sulfúricos (depósitos de enxofre) que expelem gases pelos orifícios das pedras junto com vapores de água subterrânea. O território rochoso cinza e os vapores proporcionam um cenário infernal. É possível queimar a mão na saída das fendas e até cozinhar um frango.

O Parque Nacional dos Vulcões, inaugurado em 1916, permite visita também aos antigos fluxos de lava, hoje formações rochosas negras e cinzas. Outras atrações do parque são o Museu Jaguar - com peças e vídeos explicativos -, a Cratera Kilauea Iki e o passeio dentro do Tubo de Lava Thurston.

História

Além de ser a mais nova das ilhas havaianas - as rochas vulcânicas não têm mais que um milhão de anos -, Big Island foi a primeira a ser povoada pelos polinésios originários das Ilhas Marquesas e do Taiti, que chegaram entre os séculos 4º e 8º.

Foi lá que nasceu, em 1758, aquele que seria o maior líder do povo, Kamehameha I, que cuidou da unificação das ilhas por meio de tratados e batalhas com outros reis de Maui, Molokai, Oahu e Kauai.

Foi também em Big Island que chegaram os primeiros ocidentais. Apesar da presença de navegantes espanhóis no século 16, o contato mais importante com os nativos se deu em 1779, quando o capitão James Cook aportou na Baía de Kealakekua.

Agências de turismo receptivo oferecem um tour completo ao redor da ilha (a cerca de US$ 100 por pessoa), com visitas ao parque e aos principais sítios históricos do povo havaiano, locais de batalhas, templos religiosos e monumentos dedicados a Kamehameha.

Tour

Alugando um carro, fica mais fácil visitar e curtir as belas praias de Big Island. É, principalmente, um paraíso para mergulhadores graças à diversidade biológica e paisagem submersa incomum, marcada por antigas erupções.

Nas praias de Kona, por exemplo, há vários lugares que alugam máscara, snorkel e nadadeiras, a US$ 7 a diária. A mais bela das praias, no entanto, é Hapuna, que foi eleita pela Revista Condé Nast Traveler a número um dos Estados Unidos.

A classificação de Hapuna pode ser exagerada para os padrões brasileiros, mas é impressionante a quantidade de peixes nas águas transparentes próximas da praia de areias claras, além de grandes tartarugas e arraias. Isto sem contar as milhares de baleias que chegam à costa de Big Island entre os meses de dezembro e abril.

Mas o tour fundamental é o passeio no helicóptero Blue Hawaiian (tel. 001808/871-8844), que sobrevoa o vulcão Kilauea, cânions com cachoeiras, desertos, campos de lava e belas falanges da costa. O passeio aéreo não é nada barato: de US$ 140 a US$ 305, conforme o tempo de vôo. Mas apreciar o paraíso tem seu preço.

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Agência Estado

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