Conheça o point mexicano
Divulgação
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O mais badalado bar-restaurante, lugar certo para provar as típicas tortillas
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O toque da trombeta do quartel anuncia o despertar do dia em Puerto Escondido. O sol começa a se levantar e junto com ele dezenas de surfistas ávidos por "dropar" uma das ondas mais potentes do planeta: na Praia Zicatela, considerada por muitos como o "Havaí mexicano". Nos dias bons, as ondas perfeitas proporcionam tubos e mais tubos. O momento supremo do surfe. Mas, se dentro do mar o coração bate acelerado, fora dele Puerto Escondido respira tranqüilidade. É o tipo de lugar onde a pressa não tem vez. Principalmente por causa do calor. A temperatura ultrapassa fácil os 35º C e, para fugir do sol escaldante, não há nada melhor do que se esticar nas redes dos bangalôs à beira-mar, tomar uma água-de-coco, comer uma tortilha e deixar o tempo passar. A paisagem ajuda: barcos de pesca, palmeiras, areia branca e um mar da cor esmeralda na temperatura ideal para não querer sair mais. Banhado pelas águas do Oceano Pacífico, este antigo vilarejo de pescadores está situado na Costa Sudoeste do México, mais precisamente no Estado de Oaxaca, a 40 minutos de avião da capital do país. Descoberto pelos surfistas na década de 60, Puerto hoje é multicultural. Turistas do mundo inteiro, que nunca sequer puseram uma prancha sob os pés, desfilam pelas ruas e praias da cidade, misturando-se à juventude nativa que elegeu este paraíso tropical como o point do momento. Uma espécie de Maresias mexicana, cheia de gente bonita e de bem com a vida. Também, pudera, para onde quer que se olhe descortinam-se visuais deslumbrantes. Além da perigosa Zicatela - a praia mais famosa -, o vilarejo reserva muitas outras de mar mais calmo e acolhedor, como as Playas Marinero, Principal e Bacocho, onde ficam os melhores hotéis. E, para quem quiser ir mais longe, o que não faltam são boas opções. Ao Norte, há praias belíssimas, algumas quase desertas, como Roca Blanca e La Barra. Já na direção Sul estão pedaços de areia mais badalados, como Mazunte e Zipolite - freqüentados por esotéricos e neo-hippies, que praticam nudismo durante o dia e longas festas nas noites de lua cheia. Há, ainda, programas para os amantes do ecoturismo, como o passeio de caiaque pela bela Lagoa Manialtepec, uma reserva da vida selvagem da região. Índios zapotecas - No meio de tanta natureza, o alto-astral contagia e se espalha entre os nativos, que estão sempre com o sorriso no rosto. A maior parte é descendente dos índios zapotecas, uma das etnias mais antigas do velho México. A carga genética está presente nos olhos, cabelos e traços. E também no modo de se vestir. No mercado municipal da cidade, entre o colorido das barracas de flores e frutas, vendedores de raspadinhas e de algodão-doce, é possível conhecer um pouco da cultura desta gente, que ainda mantém vivas antigas tradições de seus ancestrais, como as danças, os rituais e o rico artesanato. Quando o sol se põe em Puerto, a natureza deixa então de dar o tom e os turistas passam a circular pelo "andador turístico", uma rua larga com calçamento de pedras, onde os carros são proibidos e que concentra um sem-número de bares e restaurantes. É nesta hora, com o avançar da noite, que o vilarejo mais se parece com Maresias. Os trajes praianos dão lugar a roupas mais estilosas e sensuais, e a galera cai na balada. Ao som de ritmos latinos, as festas invadem a madrugada, regadas a generosas doses de tequila e de mescal - uma cachaça feita de um cacto cujo efeito "bomba-relógio" promete uma ressaca ainda maior do que os caldos de Zicatela. VEJA TAMBÉM: » No surfe, o vilarejo é o Havaí para o México » Brasileiro dá show na Praia de Zicatela » Ecoturismo também tem vez na região do Pacífico » Arte local conta a história do povo oaxaquenho » Tortilha é prato típico mexicano » "La Escondida": origem remete ao século 17 » Faça as malas para Puerto Escondido
Jornal da Tarde
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