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Brasileiro dá show na Praia de Zicatela
O surfe estava rolando de gala naquele dia com ondas de 8 a 10 pés. O vento terral soprava com força e proporcionava tubos e mais tubos para o delírio dos surfistas e fotógrafos. Assim que cheguei na Praia de Zicatela achei meio estranho uma perna mecânica fincada na areia. Depois vi um surfista se atirar numa das maiores ondas da série, e observei que ele não tinhas uma das pernas. Alcino Neto, mais conhecido como Pirata, é paulista do Guarujá. Em seu currículo estão passagens pelas ondas da Indonésia e do Havaí, e ele faz com uma perna só o que muitos não sonham em fazer com as duas. Pirata era um menino de talento que despontava para o surfe quando perdeu a perna aos 14 anos atropelado num acidente de moto. "Foi como se uma outra alma tivesse entrado no meu corpo. Fiquei com mais vontade de viver." Ainda com dores no hospital, conversou com o médico sobre seu futuro e com uma tranqüilidade que surpreendeu a todos, pediu ao doutor que amputasse sua perna e tocou a vida adiante. Começou a fazer fisioterapia e, dois anos depois do episódio, já estava surfando de novo, equilibrando-se em uma perna só, usando a mão no lugar da perna perdida. Hoje, aos 30 anos e dono de um bom humor contagiante, Pirata pode ser considerado um vencedor. Vive fazendo o que mais gosta: surfando e viajando - com o patrocínio que recebe da marca Hang Loose. E não pára por aí. Em viagens sempre arranja um tempo para visitar deficientes físicos e mostrar que o problema não os impede de serem felizes. Quando está no Guarujá, dá aulas gratuitas de surfe, participa de congressos de próteses e põe em prática toda sua luta ensinando o esporte para outros atletas que passaram pelo mesmo problema. "Vivo cada momento como se fosse o último". Quem conhece Pirata sabe que isto é verdade. VEJA TAMBÉM:
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Jornal da Tarde
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