Conheça o clima imperial da cidade de D. Pedro II
Karen Abreu/AE
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Museu Imperial, que serviu de palácio de veraneio da família real
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Durante suas idas e vindas pela Estrada Real, ou Caminho do Ouro, no século passado, o imperador d. Pedro I encontrou uma terra de ares amenos, muito diferente do calor infernal do Rio e com uma vantagem. O lugar estava muito próximo da então capital brasileira, centro dos grandes acontecimentos políticos e econômicos do País. Apesar da insistência de d. Pedro I em comprar tais terras, pertencentes a um padre que oferecia pouso a viajantes, foi d. Pedro II, o filho que o sucedeu no trono, que realizou o sonho de construir, naquela região, um palácio. Em 1843, o imperador passou ao engenheiro alemão Julio Koeler a tarefa de projetar as primeiras casas. Em plena Serra Fluminense, nascia Petrópolis, a "cidade de Pedro". Em 1845, começou a ser construída aquela que viria ser a residência de verão da família real, hoje Museu Imperial. A obra só ficou pronta em 1854. Nos anos que se seguiram, vários figurões construíram suntuosas casas de veraneio em Petrópolis. Uma delas permanece conservada. Trata-se da "casa dos sete erros", que serve de cenário para a novela Esplendor, da Rede Globo, e que hoje abriga o Instituto de Cultura Casa de Petrópolis (Rua Ipiranga, 76, tel. 0xx24 242-0653). O local oferece cursos e apresentações de teatro, música e dança. Funciona de terça a domingo, das 11 às 19 horas. A entrada custa R$ 3,00. Projetada pelo Comendador José Tavares Guerra, afilhado do Barão de Mauá, a casa ficou pronta em 1884. Ela é um reflexo da corrente arquitetônica em voga na Europa, que contestava o estilo clássico. A fachada da residência não é nada simétrica - de um lado há três janelas; do outro, apenas duas, por exemplo. Em seu interior, são 11 quartos. Lustres, móveis, papéis de parede e até um piano são os mesmos de 116 anos atrás. O jardim - projetado pelo botânico francês Auguste Glaziou, o mesmo dos jardins da Quinta da Boa Vista e do Passeio Público, no Rio - guarda uma bela escultura da artista Tomie Ohtake. "O Ministério da Cultura liberou R$ 100 mil para restauração e manutenção do local", diz Celso Carvalho, que é descendente do comendador e junto com o irmão, administra o espaço. Engenhocas - A excentricidade do aviador Alberto Santos Dumont pode ser conferida em uma casinha à Rua do Encanto, s/nº, cujo primeiro degrau só pode ser pisado com o pé direito. O lugar onde passava as férias é hoje um museu. Ele funciona de terça a domingo, das 9h30 às 17h30. O ingresso custa R$ 2,00. A residência foi projetada pelo engenheiro Eduardo Pederneiras - o mesmo idealizador do Copacabana Palace -, em 1918. Além das cartas, fotos, esboço de projetos e objetos pessoais, chama a atenção a engenhoca que o também inventor Dumont desenvolveu para tomar banho quente no friozinho da serra: um chuveiro a álcool. Também vale uma visita rápida à residência que pertenceu ao Barão de Mauá e hoje é sede da prefeitura, na Praça da Confluência. Na entrada, uma sala com móveis antigos pode ser apreciada. Logo depois, uma espécie de jardim de inverno mostra uma "certa" tecnologia da época - os vidros bem no alto do cômodo eram abertos e fechados por manivelas, para regular a entrada de ar e de sol. O Palácio Rio Negro (Rua Koeler, 255, tel. 0xx24 231-3011), construído pelo Barão do Rio Negro em 1889, foi, até os anos 60, a residência oficial de verão dos presidentes. Em 1997, Fernando Henrique Cardoso voltou a dar uso à casa, hospedando-se ali. Algumas dependências estão abertas à visitação, de quarta a domingo, das 9h30 às 17h30. A entrada custa R$ 2,00. VEJA TAMBÉM: » Atrações contam um pouco da história do Brasil » Festa do Colono Alemão e o Grande Prêmio Cinema Brasil agitam a cidade » Hotéis e pousadas oferecem mais que conforto » Veja onde hospedar-se na cidade imperial
O Estado de S. Paulo
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