Cochabamba tem vocação para o prazer
Fundada para o prazer dos colonizadores espanhóis, Cochabamba – cuja palavra significa "entre lagos" – é uma cidade atraente e desenvolvida. Situada a 244 quilômetros de La Paz, tem cerca de 500 mil habitantes. O principal ponto turístico é a imagem de um Cristo maior que a do Rio de Janeiro. Atrações folclóricas, culinária típica e monumentos históricos também podem ser vistos por toda parte. No Centro, fica a Praça Cólon, onde é possível trocar dólares americanos por bolivianos (a moeda local) no meio da rua e sem taxas. Apesar da fama do narcotráfico e da falta de segurança, Cochabamba e as demais cidades da Bolívia são seguras. Não ocorrem muitos casos de violência e os turistas só devem ficar atentos ao passaporte. Lá, o documento oficial, que vale muito, é um alvo constante de ladrões. Também na região central encontra-se a Praça 14 de setembro, endereço do prédio da prefeitura e da Catedral Metropolitana. A igreja combina traços dos estilos neoclássico e barroco mestiço. Em torno da praça, repleta de palmeiras trazidas da Austrália, todos os prédios, que são comerciais, têm estilo republicano. Ainda no Centro fica o Museu Arqueológico, que tem mais de 30 mil objetos e guarda fósseis humanos do "Homem de Jay Huaycu". Os ossos datam de 100 mil anos a.C. e foram encontrados no aeroporto da cidade. Cristo Ao norte de Cochabamba é possível visitar o Palácio Portales. Construído em estilo francês, abriga um museu e é rodeado de jardins que ficam abertos aos turistas. Já ao sul, a dica é ir até a Colina de São Sebastião. Foi lá que, em 1812, 500 mulheres lutaram contra os colonizadores. Todas morreram e foram homenageadas em um monumento que é marco da região. Apesar da importância histórica da colina, a imagem de Cristo é a principal atração desde sua inauguração, em 1993. Construído no Cerro de São Pedro, tem 40 metros de altura, sendo o mais alto do mundo. Na base há um museu e os turistas também podem subir 1.265 degraus até a cabeça da estátua. Do alto, aprecia-se a vista da cidade. Perto do Cristo está localizada a Lagoa Alalai, que faz as vezes de um centro de observação científica. Mais de cem espécies de aves chegam à lagoa durante todo o ano, e o local será transformado em um complexo ecológico. Outra atração da cidade é a cancha, um grande mercado aberto que atinge 20 quarteirões e vende de cereais a eletrodomésticos. Lá, tudo é mais barato, mas os visitantes devem tomar cuidado com pequenos roubos de jóias e bijuterias. Em Cochabamba, também é possível encontrar a maioria das comidas típicas da Bolívia, como salteñas (pastéis de massa de farinha de trigo), silpancho (carne de boi com arroz, batata e salsa), a lapine (carne com milho), e as trutas do Lago Titicaca. Entre os temperos, a pimenta é o sabor que mais se sobressai. O mais utilizado é feito com molho de tomate, pimenta picante e locoto – um fruto apimentado que se parece com um pequeno pimentão. Bebidas Já entre as bebidas, piscosauer é a mais famosa. É feita de aguardente de uva (cignane), limão, canela e clara de ovo. É forte, com sabor levemente adocicado. Outra bebida nacional é o chá de coca. Para vencer a altitude, que é grande em todo o país, os bolivianos e a maioria dos turistas passam o dia tomando o mate da erva. A bebida não é alucinógena, não causa dependência e pode ser encontrada em qualquer lugar. Os principais sintomas da altitude são falta de ar, dor de cabeça e mal-estar. Para evitar os efeitos deve-se comer alimentos com açúcar e tomar aspirina. Se precisar, não hesite em pedir oxigênio. Os hotéis e grande parte dos ônibus de excursão possuem aparelhos. Os guias também possuem as milagrosas Sorojchi Pils, pílulas de cafeína e ácido acetilsalicílico que dilatam os vasos do pulmão, auxiliando a respiração. Elas podem ser encontradas nas farmácias, mas não podem ser utilizadas por quem tem problemas de estômago. VEJA TAMBÉM: » Copacabana revela alma boliviana » Ascensão e queda de Potosí » As muitas histórias de La Paz » GUIA
Agência Estado
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