Cidadela luta para preservar o passado
Divulgação
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Pompéia foi devastada por terremoto e cinzas ardentes vindas do Vesúvio (ao fundo)
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A história da cidade remete ao ano de 62 da era cristã, quando foi devastada por um terremoto. Em 79 d.C., foi sepultada sob a avalanche de cinzas ardentes do Monte Vesúvio, um dos maiores e ainda ativos vulcões da Europa. Dois mil anos depois, Pompéia - no sul da Itália, a 23 quilômetros de Nápoles - está sendo novamente destruída. Desta vez, não por razões das forças da natureza, e sim, vítima de sua própria popularidade, do notável abandono das autoridades e de gerações de arqueólogos interessados apenas em escavar o passado e não em preservá-lo. Como uma "cápsula do tempo" que guardou a vida cotidiana no auge do Império Romano, Pompéia é única. Mas seus problemas são tragicamente semelhantes aos que devastam centenas de sítios arqueológicos em todo o mundo, desde as tumbas do Vale dos Reis no Egito, até os pré-históricos pueblos Anazasi, no Oeste dos Estados Unidos. Considerada um dos mais antigos sítios do mundo, Pompéia fornece uma inquietante visão do que pode ocorrer quando o passado é desenterrado sem nenhum plano para o futuro. Desde que as ruínas foram descobertas em 1748, mais de dois terços dos 66 hectares dentro dos muros da cidade foram desenterrados. Bloco por bloco, arqueólogos italianos, franceses, ingleses e norte-americanos foram retirando aos poucos a camada de cinza vulcânica, com cerca de oito metros de profundidade, que deixou Pompéia praticamente intacta desde agosto de 79 d.C., quando foi sepultada. Marcas romanas Apesar da tragédia que destruiu Pompéia, suas ruas de pedra mantiveram as marcas das carruagens romanas. A Casa dos Amorini Dorati, as lojas abertas e os balneários públicos ao longo da Via dell'Abbondanza dão a impressão de que os moradores acabaram de sair de casa e nunca mais voltaram. Sinais vermelhos pintados nas paredes das lojas anunciam uma próxima luta de gladiadores no anfiteatro - juntamente com slogans políticos para uma eleição que nunca foi realizada. Murais de mulheres despidas no bordel do Vico del Lupanare ainda ostentam os graffitti dos amantes. Um dos famosos é Victor e Athena, que usavam seus quartos naquela época. Caminhar pelas ruas de Pompéia, antes da chegada dos ônibus de turismo que despejam centenas de turistas, deixa uma sensação estranha, como se estivéssemos invadindo a privacidade dos moradores. Embora este voyeurismo seja também o que motiva milhares de pessoas a visitar a cidade. VEJA TAMBÉM: » Ruínas fascinam turista » Guia
Jornal da Tarde
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