Um passeio pela história dos EUA, com muita tradição
ROTEIRO POR IMAGENS Clique nas fotos para conhecer trechos da viagem: | A Filadélfia, no Estado da Pensilvânia (EUA), é um roteiro para os que apreciam história e arte. Na cidade, tida como referência histórica para os americanos, foi estabelecida a Constituição americana há mais de 200 anos. E, realmente, o pioneirismo é sua marca registrada; lá também foram fundadas a primeira escola de medicina, a primeira escola de arte, a primeira escola para crianças afro-americanas, o primeiro jornal e o primeiro zoológico dos Estados Unidos. Fora isso, a Filadélfia serviu como cenário para o primeiro filme sobre a aids produzido por um grande estúdio e que leva o nome da cidade: Philadelphia, com Tom Hanks no papel principal. Tornou-se o símbolo americano da luta pela independência, junto com Boston. Tudo começou em 1682, quando o rei Charles II decidiu doar ao inglês William Penn um pedaço de terra no Novo Mundo. Foi a saída encontrada pelo rei para saldar uma dívida da Coroa Britânica com o pai do inglês. O desenvolvimento deste território foi surpreendente, tanto que tornou-se a segunda maior cidade de língua inglesa em todo o mundo, tendo o pioneirismo como marca registrada em quase tudo o que se vê por lá. Na verdade, o desejo de Penn era fazer da Filadélfia um refúgio para todos os perseguidos do mundo, independentemente de partido político, raça ou religião. Prova disso foi o nome escolhido para a cidade, inspirado numa passagem bíblica do Apocalipse. Em grego, Filadélfia significa "cidade do amor fraterno". Quando os movimentos pela independência tiveram início, o território se transformou na capital do futuro país. Isso exceto durante um período de nove meses, quando esteve sob o domínio dos britânicos. E durante a Guerra da Secessão, a cidade serviu como base do exército americano, que lutou contra as forças sulistas. Durante o século 18, cresceu rapidamente, chegou a ser a segunda maior cidade de língua inglesa no mundo. Tornou-se centro cultural do Novo Mundo, época em que foi apelidada de "Atenas das Américas". Atualmente, com 1,4 milhão de habitantes, é a quinta maior cidade dos Estados Unidos. Toda essa história pode ser acompanhada em cada detalhe no Parque Histórico Nacional da Independência, um dos lugares mais procurados por turistas que visitam a Filadélfia. Aqui, visite o Hall da Independência, construído entre 1732 e 1756. O endereço ficou famoso porque nesta região foi elaborada e assinada a Declaração da Independência e, também, foi elaborado o modelo da Constituição dos Estados Unidos. A primeira leitura pública da declaração ocorreu no Quarteirão da Independência. Neste roteiro, a visita deve ter prosseguimento no pavilhão onde está o Sino da Liberdade. Anúncios em todos os panfletos turísticos falam deste grande ícone, bastante usado durante a Revolução Americana. O sino foi tocado animadamente pelos abolicionistas para anunciar a libertação dos escravos. Na Igreja de São Pedro, aberta à visitação, estão enterrados vários personagens da Guerra da Independência. Aproveitando o sentido do percurso, vá até o Society Hill. Trata-se de um bairro bem interessante, com casas bonitas e construções do século 18, mas que até hoje estão muito bem conservadas e ainda servem perfeitamente como moradia. A residência do célebre Benjamin Franklin, inventor do pára-raios, fica na Market Street. No subsolo da casa, há um museu onde pode-se ver a trajetória deste renomado cientista e figura importante na libertação da antiga colônia. Franklin foi também dono de um jornal, o The Pennsylvania Gazette, exerceu papel fundamental na criação da primeira companhia de bombeiros da América e, ainda, da primeira empresa de seguros e do primeiro hospital de "Philly", como a cidade é carinhosamente conhecida por seus habitantes. O fato de ter sido a primeira cidade planejada do Mundo Novo, talvez possa explicar a visível identidade própria de cada um de seus bairros. E é fácil perceber isso num passeio rápido pela cidade, logo se vê que a Filadélfia tem uma personalidade forte. Em toda a cidade, construções seculares dividem espaço com sofisticados prédios e arranha-céus. Passeando pelas ruas centrais, observa-se uma grande quantidade de obras de arte espalhadas por toda a parte. Isso acontece porque o orçamento do governo inclui uma porcentagem destinada especificamente para incentivar talentos artísticos. UNIVERSO DE ARTE O Museu de Arte da Filadélfia é um dos mais importantes dos Estados Unidos. Para se ter uma idéia, na coleção de arte asiática há peças que datam de 3.000 anos a.C. Ainda neste setor, vale visitar a área onde foi reproduzida uma casa de chá japonesa. Ao entrar aqui, a impressão que se tem é a de que estamos realmente numa cidade do interior do Japão. Há duas casas de chá, e o cenário tem bastante luminosidade, embora seja coberto. Também há uma grande exposição de tapetes orientais. Mas antes de saber tudo isso, se você estiver num desses passeios em grupo a primeira coisa que vai ouvir do guia é que foi nas escadarias externas deste museu que Sylvester Stalone (que interpretou o lutador Rock Balboa) gravou algumas cenas de Rock 2. Os aficionados por arte poderão passar, sem perceber, um dia inteiro neste museu. São dois andares apinhados de quadros e esculturas de artistas famosos no mundo inteiro. No primeiro piso, estão a Coleção Americana, a Exposição de Arte Européia, com peças de 1850 a 1900; e a Exposição de Arte do Século 20. São centenas de obras incríveis, entre elas as de Claude Monet, van Gogh, Renoir, Cézanne, Picasso, Léon Fréderic, Matisse, entre outros. Entre uma sala e outra, as cobiçadas peças de Auguste Rodin fazem saltar os olhos. Trabalhos bem mais antigos estão expostos no segundo andar do Philadelphia Museum of Art. Trabalhos de artistas da Europa, de 1100 a 1700, e esculturas e peças decorativas provenientes da França, Inglaterra e Holanda. E ainda há quatro galerias reservadas às armas e armaduras usadas na Idade Média, na Europa. No subsolo do museu está a parte de serviços; chapelaria, restaurante, cafeteria, caixa eletrônico e banheiros são encontrados neste local. COLEÇÃO RODIN, 127 ESTÁTUAS DO ARTISTA O Museu Rodin, recentemente reformado, é outra grande atração. Nos jardins externos, uma réplica da famosa estátua O Pensador convida os turistas a uma visitação. As peças expostas neste museu começaram a ser colecionadas no ano de 1923 por Jules E. Mastbaum - magnata do mundo artístico. Ele morreu em 1926, antes disso, porém, já havia formado a maior coleção de August Rodin fora de Paris. O Museu Rodin foi aberto ao público em 1929, com 124 esculturas em bronze, entre elas a mais importante do artista: O Pensador. O público também poderá ver o conjunto de peças denominado Burghers of Calais, onde ele faz um tributo à História; o Eternal Springtime, que retrata o amor humano; Apotheosis of Victor Hugo, outra grande obra da carreira de Rodin; e The Gates of Hell, na qual o artista trabalhou de 1880 até sua morte em 1917. Atualmente, o acervo do Museu Rodin conta com 127 estátuas em bronze, mármore e gesso. Aqui, ao contrário de muitos museus, é permitido tirar fotografias. As crianças, entretanto, não podem deixar de conhecer o Please Touch Museum, o primeiro projetado especificamente para o público com idades entre 1 e 7 anos. As crianças, além de ver, são convidadas a manipular dezenas de brinquedos. A mais recente exposição, Alice's Adventures in Wonderland, é baseada na clássica história infantil, em português Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. A aventura começa na floresta, onde os visitantes encontram uma árvores gigante, tridimensional, pela qual chegam ao mundo encantado de Alice. Já para os mais crescidinhos, o CoreStates Science Park é a opção mais indicada. Trata-se de um lugar onde o mundo científico é mostrado na linguagem adolescente. O Rosenbach Museum & Library é o endereço para quem aprecia raras obras literárias. Funciona na antiga casa dos irmãos, A.S.W. e Philip Rosenbach, um negociante e um coletor de livros e manuscritos, respectivamente. O museu foi fundado em 1954 com o objetivo de preservar a coleção particular da família e também obras de arte e outras antigüidades. Hoje, o local transformou-se em importante centro de pesquisa do Estado. Tem, ainda, a casa de Edgar Allan Poe, famoso escritor de suspense, autor de O Gato Preto e O Corvo, entre outros contos. A residência, de tijolinhos vermelhos, foi alugada por Poe entre os anos de 1843 e 1844. Também virou museu. Ao entrar, o visitante pode assistir a um vídeo que conta a história do mestre do suspense. Para ter uma relação completa de museus da cidade entre no site: www.cityspin.com/philadelphia/arts/museums.htm. VEJA TAMBÉM: » Cheese Steak, o sabor de Philly » Dicas de viagem
Agência Estado
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