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HANNOVER

Volta ao mundo em 153 dias

Viviane Kulczynski/AE
Brasil faz sucesso
com parede revestida por
1 milhão de pinos de madeira
Derrubar fronteiras, reduzir distâncias, discutir os rumos da humanidade e projetar um futuro capaz de colocar homem, natureza e tecnologia em sintonia. Esses são os objetivos da Expo 2000, a última feira mundial deste milênio, que abriu suas portas em Hannover, ao norte da Alemanha, em 1º de junho.

Quem lançou o desafio e o tema da feira, Humanidade- Natureza-Tecnologia foi o Bureau Internacional de Exposições (BIE), com sede na França. A instituição criada há mais de um século para organizar grandes eventos de interesse mundial, assumiu a responsabilidade de discutir, neste fim de milênio, esses temas fundamentais. E delegou à Alemanha a tarefa de criar condições de reunir mais de 200 representantes de países, entidades internacionais e empresas que estivessem dispostos a mostrar suas idéias sobre o assunto.

Até 31 de outubro, quem ganha são os visitantes dos quatro cantos do planeta, que têm uma oportunidade única: encontrar o mundo concentrado em 160 hectares, área igual à do Principado de Mônaco.

Na Expo 2000, é possível conhecer a situação econômica, cultura e social de quase 160 nações, empenhadas em dar continuidade às discussões propostas na Eco 92, realizada no Rio. Além de reunir pensadores e cientistas preocupados em simplesmente debater o futuro, a exposição mundial é um grande centro de entretenimento. Há uma intensa programação cultural e eventos de todo tipo.

Mostra das Nações - Para realizar sua primeira exposição mundial, a Alemanha investiu US$ 1,8 bilhão, rachando a conta com alguns setores da iniciativa privada. Embora muitos dos prédios em que se realiza a Expo 2000 já existissem - eles são utilizados em feiras internacionais de negócios -, 53 novas edificações precisaram ser erguidas. O Brasil, por exemplo, ocupa um dos prédios que já existiam e o divide com outros quase 30 países da América do Sul e Central.

No espaço dedicado à Mostra das Nações, cada país foi responsável pela construção e pelos custos de seus pavilhões e estandes. Todos concorrem na criatividade de formas arquitetônicas. O uso de materiais reclicáveis numa foi tão bem empregado. Projetos mirabolantes, como o do Japão, cujo pavilhão é coberto por uma mistura de papel e plástico, serão transferidos para outros lugares ao fim dos 153 dias que dura a Expo2000. Poucos permanecerão no local.

A falta mais sentida é a dos Estados Unidos. Em abril, os americanos anunciaram que não participariam da feira. Em 1994, o Congresso americano aprovou uma lei que proíbe o uso de recursos públicos nesse tipo de evento.

Conclusão: o fracasso do comitê criado para levantar os US$ 40 milhões que julgavam necessários, junto à iniciativa privada, deixou Tio Sam de fora da festa.

Subtemas - Gigantescos prédios contíguos abrigam a seção mais popular da Expo 2000. É a Área Temática, para a qual arquitetos e cenógrafos foram convidados a apresentar instalações para cada um dos 11 subtemas da feira - Transporte, Saúde, Energia, Necessidades Básicas, Planeta de Visões, Século 21, Alimentação, Futuro do Trabalho, Conhecimento, Meio Ambiente e Humanidade. O uso de aparatos tecnológicos de primeira e de muita criatividade resultaram em belas mostras.

Público - A última feira mundial, realizada em Lisboa, em 1998, atraiu 10 milhões de visitantes e ainda assim deixou prejuízos. A Alemanha sonhou alto e estimou que receberia a visita de 20 milhões de pessoas. Embora os números oficiais do primeiro mês ainda não tenham sido divulgados, fala-se que apenas 70 mil pessoas passaram pelos portões da Expo 2000 por dia até agora. A esperança é que a situação melhore com o começo das férias de verão européias, agora em julho. Em 2005, caberá ao Japão o papel de anfitrião.

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O Estado de S.Paulo

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