Ficção ajuda a contar a história de Bremen
Viviane Kulczynski/AE
|
|
A Praça do Mercado (acima) e o restaurante Mühle, onde funcionava um moinho
|
Pouco mais de cem quilômetros separam a Expo 2000 desta cidade que é uma grande galeria a céu aberto. Em Bremen, onde vivem 500 mil habitantes, as manifestações artísticas não se limitam às salas de museu nem às galerias. Por todos os cantos, há esculturas, instalações e monumentos. O tradicional Festival de Música de Bremen, marcado este ano para entre os dias 1º. de setembro e 1º. de outubro, brinda o público com nomes de peso, como os do regente Zubin Mehta e da soprano Eva Mei. Os ingressos chegam a custar até US$ 100 e, acredite, são disputadíssimos. A criatividade e a vitalidade também são a marca registrada do cenário teatral local. Bremen é a única cidade no mundo a ter até nove montagens de Shakespeare em cartaz simultaneamente. Nem a inglesa Stratford-upon-Avon, cidade-natal do bardo, consegue tal façanha. Volta ao passado - A história desta cidade de mais de 1.200 anos revela-se por meio de seus prédios, praças, ruas e bairros peculiares, como o Schnoor. Uma volta ao passado de Bremen deve começar em sua praça central, a Praça do Mercado. Em torno de uma imensa estátua de Rolando, figura simbólica que representa a liberdade de Bremen, erguida em 1404, manifestam-se o poder e o esplendor de oito séculos de história. A Rathaus, ou prefeitura, construída entre 1609 e 1612, em estilo gótico, ganhou detalhes renascentistas mais de 200 anos depois, durante obras de restauro. Ainda na praça, fica a Catedral de São Pedro, erguida com pedras que serviram de muro de proteção para a cidade durante séculos. Suas torres de 98 metros de altura oferecem a vista panorâmica mais deslumbrante da cidade. Seu museu, aberto de segunda a sexta, das 10 às 17 horas, aos sábados, das 10 às 13h30, e aos domingos, das 14 às 17 horas, exibe esculturas e afrescos medievais, ornamentos em prata, livros antigos, pinturas e esculturas em madeira. Seu maior tesouro são restos encontrados em tumbas de antigos representantes das classes eclesiásticas locais, como anéis e vestimentas com mais de 500 anos. O ingresso custa simbólicos US$ 1,50. Mistérios - Bremen guarda histórias tão misteriosas quanto a da Bleikeller, a cripta da catedral. Somente há alguns anos, foram encontradas lá várias múmias perfeitamente conservadas e hoje expostas ao público, de segunda a sexta, das 10 às 17 horas, e aos sábados, das 10 horas ao meio-dia. Saída do imaginário popular, a fábula dos Quatro Músicos de Bremen ganhou as ruas da cidade. Recontada pelos Irmãos Grimm, ela narra a história de quatro animais que, empilhados uns sobre os outros e tocando instrumentos musicais, teriam evitado um assalto, espantando os ladrões. Os heróis - um galo, um gato, um cachorro e um burro - ganharam uma estátua de bronze do escultor bremense Gerhard Marcks. A obra está localizada ao lado da prefeitura e ninguém resiste a posar para fotos ao lado dos bichos músicos. O mesmo prédio da prefeitura abriga ainda uma bodega com mais de 600 vinhos de diversas vinícolas alemãs. O Ratskeller fica no porão do prédio e, mesmo que não seja para consumir nada, merece uma visita. Boa comida e preços razoáveis você encontra no simpático restaurante Mühle, que em alemão quer dizer moinho. O nome diz tudo. Instalado num antigo moinho e cercado por um colorido jardim, ele oferece mesinhas internas e externas. Nem o serviço um pouco atrapalhado estraga o prazer de se sentar à uma de suas mesinhas e apreciar a vista. Uma de suas especialidades são os peixes vindos do Mar do Norte. O hadoque, preparado com molho de limão, é servido com espinafre, sementes de girassol tostadas e batatas cozidas. Custa US$ 14 e vai bem com uma boa taça de vinho branco (US$ 3,50). Leia mais: » A regra é andar, andar, andar... » Dez pavilhões e prédios são imperdíveis » Cidade-sede recuperou-se da destruição » Entidades ajudam a conseguir hospedagem » Volta ao mundo em 153 dias » Cervejaria centenária recebe turistas » Faça as malas
O Estado de S.Paulo
|