É tempo de pesca no Pantanal
Sebastião Moreira/AE
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Rio Negro é hábitat de peixes como cachara
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Em meio à beleza natural do Pantanal do Rio Negro encontram-se os 1.200 hectares da Fazenda Barra Mansa, distante 225 quilômetros de Campo Grande e 120 km de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul. Barra Mansa teve suas atividades de pecuária extensiva iniciadas na década de 40 e, hoje, dedica-se totalmente ao turismo de preservação ambiental. A mudança de ramo deu-se em outubro de 1996, quando a fazenda virou Hotel Recanto Barra Mansa, e desde então atrai cada vez mais turistas do Brasil e outros países. Nada menos que 30 nacionalidades diferentes estão registradas no livro dos hóspedes. O motivo: graças à fauna, flora, baías, salinas, corixos e rio bem conservados, a região é o paraíso dos amantes da pesca esportiva e do ecoturismo. Pesca de preservação Por causa da dificuldade de acesso - só se chega nele de avião monomotor-, o Rio Negro, afluente do Rio Paraguai, cuja bacia forma o Pantanal, é um dos mais preservados da região. Hábitat natural de peixes como pacu e pintado, o Negro é o único rio do Pantanal do Mato Grosso do Sul que possui uma legislação específica, permitindo somente a pesca esportiva nas modalidades catch and release e fly - ou seja, o peixe é capturado e depois devolvido às águas. A iniciativa de legalizar a pesca esportiva no Rio Negro partiu dos próprios moradores, que chegaram a fazer um abaixo-assinado solicitando que a pesca fosse regulamentada. "A mobilização dos fazendeiros deu certo e mostrou que atividades como caça e pesca podem se conciliar com a preservação", diz o proprietário do Barra Mansa, Guilherme Rondon. "Agora o governo está pensando em estender esse esquema para outras regiões." Nas águas calmas do sinuoso Rio Negro o pescador esportivo pode utilizar todos os tipos de iscas - naturais e artificiais. A tuvira, um peixe pequeno, é a isca natural mais indicada para ser usada nessas águas, pois com ela podem-se fisgar vários tipos de peixes. Já na pesca com isca artificial utiliza-se um artefato de madeira, plástico, metal ou pena, que imita peixes e insetos e engana o peixe. Os dois tipos de iscas determinam estilos de pescaria diferentes: mais passiva com as naturais, pois espera-se que o peixe morda a isca; e a ativa, no caso das iscas artificiais. Ela permite que o esportista vá atrás de seu objetivo e coloque a isca onde o peixe está, o que exige mais experiência e observação. Na pescaria de preservação, conhecida como fly, utiliza-se uma isca artificial confeccionada com penas ou pêlos que imita peixinhos pequenos ou até moscas. Por serem mais leves que a própria linha, as iscas de fly são fáceis de usar e seus anzóis facilitam soltar os peixes, uma característica das iscas mais modernas, principalmente as artificiais. A pesca na modalidade fly é muito praticada pelos preservacionistas, por causar menos danos ao peixe e a natureza. "Pescar de fly é um estado de espírito", comenta Rondon. A estrutura que o visitante precisa para praticar a pesca esportiva de preservação é fornecida pelo Hotel Recanto Barra Mansa, que, além de hospedagem, oferece barcos com motor convencional e motor elétrico que possibilitam infiltrar-se em pequenos cursos fluviais conhecidos como corixos e também chegar às baías, sob orientação de piloteiros experientes e conhecedores dos melhores pontos de pesca. Vida pantaneira No Barra Mansa há também a vantagem de o visitante fazer a própria programação, dando a impressão que se está hospedado numa casa de família. O hotel também permite desfrutar da vida pantaneira experimentando a comida típica local, feita no fogão de lenha e realizando passeios a cavalo. O cardápio inclui caldo de piranha, arroz carreteiro, farofa, lingüiça e pernil do porco monteiro. VEJA TAMBÉM: » Região convida a um safári » Festival de inverno mistura arte e natureza
Jornal da Tarde
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