Cidade do Cabo é a verdadeira Mama África
Cidade-mãe dos sul-africanos é apenas uma amostra de um país marcado pela diversidade de culturas, etnias e paisagens onde a vida se traduz em muitas cores e formas Cor e diversidade. Dois substantivos que são a cara da África do Sul e os aspectos que mais chamam a atenção de quem visita a terra de Nelson Mandela. Da fauna à flora, das savanas às praias, dos shoppings aos bangalôs, do artesanato à produção industrial, a vida - selvagem e urbana - se manifesta em muitas cores e formas, as mais diversas. A primeira amostra desse universo heterogêneo, colorido e acolhedor é proporcionada pela Cidade do Cabo, a cidade-mãe dos sul-africanos, posicionada aos pés da imponente Montanha da Mesa. A cidade está localizada nas proximidades do Cabo da Boa Esperança, antigo Cabo das Tormentas, acidente geográfico que, apesar de não ser um divisor de águas no sentido literal (Atlântico e Índico, no caso), é uma presença obrigatória nos livros de histórias sobre o outrora caminho para as Índias. Uma dessas, vale lembrar, é bem conhecida e este ano completar 500 anos: o descobrimento do Brasil. Para fugir de um trecho de muitas calmarias durante a longa travessia até o país das especiarias, caravelas portuguesas acabaram se desviando demais da rota que as levaria a contornar o continente africano rumo ao Índico. Não dobraram o cabo, nem chegaram às Índias. Desembarcaram nas costas da Bahia. Mix cultural - Hoje, quem aterrissa na cidade que começou a ser colonizada no século 17 pelos holandeses, ingleses e franceses que ali paravam para abastecer seus navios no percurso para o Oriente descobre, na Cidade do Cabo, um dos mais belos cenários do mundo. O adjetivo não é gratuito: a capital legislativa da África do Sul integra a seleta lista das seis cidades mais bonitas do planeta de acordo com o Guiness Book, o livro dos recordes. Uma beleza cujo conceito engloba, com igual participação, a diversidade de seus contornos, o relevo acidentado de sua centena de praias e suas múltiplas faces. Lá, brancos, negros, asiáticos e árabes refletem - no vestir, na fisionomia, na culinária e no artesanato - um mix cultural multicolorido cuja maior vitrine são os corredores, lojas e terraços do Victoria & Alfred Waterfront, freqüentados pelos moradores e turistas que desembarcam, hoje, aos milhares no país. Mas já houve época em que a cor, um elemento tão representativo da identidade sul-africana, era um fator de discriminação e de interpretações descabidas. Nos quase 50 anos de apartheid, enquanto os negros, cerca de 70% da população de 44 milhões, tiveram seus direitos cerceados por um regime de segregação, os investidores japoneses, na ótica dos governantes da minoria branca, eram considerados "brancos honorários". Com a eleição democrática do ex-preso político Nelson Mandela em 1994, a África do Sul não só pôs fim a todos esses absurdos que mantiveram o país isolado da comunidade internacional, como deu início a uma bem acolhida campanha para divulgar seus atrativos, espalhados em 1,22 milhão de quilômetros quadrados - ou 4% do território africano. Apesar do pequeno espaço que ocupa no mapa do continente, é a sua mais forte economia: detém mais da metade de toda a frota de veículos, dos telefones, dos bancos e das indústrias. Terra do ouro e do diamante, a África do Sul também é nação de um vasto patrimônio lingüístico, com 11 idiomas oficiais. Além do inglês e do africâner, gozam do mesmo status nove línguas de origem tribal: zulu, sotho, northen sotho, sistuati, tsuana, ndebele, xhosa, tsonga e venda. Ao visitante, porém, inglês é suficiente para se comunicar. Isso se não acabar gastando muitas frases em português, por conta da entrada crescente no país de imigrantes vindos de Angola,Cabo Verde e Moçambique. Em alguns lugares, porém, nenhuma língua é necessária. É o que ocorre durante os safáris de observação de animais, um dos principais produtos turísticos desse país que abriga importantes reservas e parques. Nesses momentos de encontro com a natureza, toda e qualquer palavra é totalmente dispensável. Contemplar vagarosamente e em silêncio já é o bastante. Depois, é só celebrar. E, para isso, a África do Sul tem a oferecer muitas taças de vinho (cuja produção é uma das mais bem-conceituadas em todo o mundo) e outras doses generosas do licor Amarula. Leia mais: » Contornar o Cabo da Boa Esperança é preciso » Safári é item obrigatório » Nosso Guia
Agência Estado
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