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RIO DE JANEIRO

Sítio Burle Marx tem mistura de estilos e muita natureza

Carol Nascimento/AE
O sítio de Roberto Burle
Marx, paisagista e artista,
é um show a parte
O passeio começa numa arejada estrada de pedras cercada de árvores, plantas exóticas e algumas flores. No caminho se sente que a viagem vai ser longa e valerá a pena. É assim o começo de um passeio pelo Sítio Roberto Burle Marx, uma área preservada de 360 mil m2, no alto da serra, que pertenceu ao mais reconhecido paisagista do Rio de Janeiro, Roberto Burle Marx.

Burle Marx comprou o sítio em 1949 para abrigar a sua coleção de plantas tropicais e semi-tropicais, iniciada aos 6 anos de idade, vindas de diversas partes do mundo, como Nova Zelândia e Java. São mais de 3.500 espécies, grandes, pequenas, rasteiras, com troncos largos, finos, retorcidos, vermelhos, rachados, cada uma com a sua história (como tudo no Rio de Janeiro). As folhas de uma delas eram usadas pelos budistas como páginas de livros. No meio dos jardins, sombrais (ou ripados) guardam a coleção de orquídeas. Em 1985 a toda a sua coleção de plantas foi considerada patrimônio cultural brasileiro.

Exposição de arte - Além da diversidade natural, o sítio também possui construções históricas, obras de arte e móveis antigos expostos, numa verdadeira confusão de estilos e épocas. Uma das manias do paisagista era aproveitar pedaços de construções antigas, como portas e janelas, para novas construções. O novo ateliê é o mais belo exemplo dessa mistura de épocas. Utilizando a faixada de um prédio do século 19, o artista ergueu o ateliê, num resultado harmônico e de muito bom gosto que mistura a cor viva da nova pintura com a pedra desgastada da antiga faixada.

Na antiga casa de fazenda, onde viveu Burle Marx, estão obras do artista - pinturas, desenhos, tapeçarias, vidros decorativos - imagens barrocas, cerâmica pré-colombiana, coleção de vidros decorativos de diversos formatos e uma coleção de cerâmica primitiva vinda do Vale do Jequitinhonha (MG). Mais uma vez, o artista não segue padrões, misturando o moderno e o antigo, o clássico e o popular. Numa das salas principais da casa, a antiga mesa rústica de jequitibá é acompanhada por cadeiras de escritório e rodeada por cristais portugueses, numa mistura agradável aos olhos. A capela dedicada a Santo Antônio, construída em 1681, também foi restaurada.

No fim da caminhada, de cima do mirante, têm-se uma das mais belas vistas, de frente para a Reserva de Mangaratiba. A visão é realmente deslumbrante e vale o esforço da caminhada.

Serviço - O sítio fica na Estrada da Barra de Guaratiba, 2019 - Barra de Guaratiba. Abre de terça à domingo (exceto feriados nacionais), com visitas em dois horários, 9h30 e 13h30, que devem ser marcadas previamente. Duração da visita: 1h30. Preço: R$ 4. Não é permitido trajes de banho no local. Informações pelo (0XX21) 410-1412, 410-117, 410-1163 ou 410-1552.

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Agência Estado

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