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Do Hotel Copacabana Palace para a favela da Rocinha
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Carol Nascimento/AE
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Construções se aglomeram
pelos morros do Rio
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O Hotel Copacabana Palace, ponto glamouroso que costuma hospedar nobres e celebridades de passagem pelo Rio, é também endereço certo para o guia do Favela Tour buscar turistas para um passeio pelas favelas cariocas. Deste antagonismo, nasce um novo segmento do turismo internacional na cidade. As favelas cariocas, que já inspiraram projetos políticos de maquiagem e de transferência para regiões escondidas da Cidade Maravilhosa, agora são transformadas em exóticos produtos turísticos. O Favela Tour foi criado há oito anos e é procurado por turistas estrangeiros, curiosos em desvendar esta realidade brasileira. "Temos como diferencial informar sobre estas comunidades, tidas como violentas e miseráveis, mas priorizando seu lado positivo, como núcleo cultural na concepção do carnaval e do samba, principais atrativos para os estrangeiros", afirma o guia Guenter Floss, um alemão radicado há doze anos no Brasil, três deles dedicados ao projeto. No decorrer do percurso do Favela Tour, Gunter não economizou informações sobre todos os aspectos da cidade para os oito estrangeiros, seis franceses e um casal de sueco, que pagaram a quantia de R$ 42,00 por pessoa. Exibindo mapas do Rio e manchetes de jornais, cuidadosamente encardernados - uma das reportagens mostra a visita dos músicos da Filarmônica de Berlim visitando a Escola de Música da Rocinha, para a qual doaram R$ 8.000 - o guia surpreende pelo seu estilo. Pela primeira vez no Brasil, o turista sueco Mikel Monteil, 30, técnico de informática, justifica a sua presença: "Vim fazer este passeio por causa da minha mulher, estudante de sociologia, que trabalha com crianças filhas de imigrantes, desempregados e alcóolotras. O que conhecemos do Brasil é a sua dimensão continental, seus problemas sociais, violência e uma natureza magnífica, que vem sendo destruída". A mulher, Jessica Peterson, 28, por suas motivações profissionais, é a exceção do grupo: "Na instituição social em que atuo existe um intercâmbio entre universitários brasileiros e suecos. Pretendo terminar meus estudos e passar um período aqui no Rio de Janeiro para praticar". Primeira parada - A primeira parada dos turistas é na subida do morro, onde todos descem para admirar a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Corcovado, o Cristo Redentor, montanhas e florestas. Munidos de máquinas fotográficas, eles registram toda a paisagem. No próximo roteiro, eles são levados para uma surpreendente laje de uma construção, onde se tem a vista panorâmica da favela. A próxima programação é andar pelo centro comercial da Rocinha. O local é seguro e não oferece perigo, o que permitiu que a família de franceses andasse sozinha, sem o acompanhamento do guia Gunter. O encerramento do Favela Tour foi uma caminhada pelas vielas em direção à escola da comunidade onde funciona o Centro de Atendimento à Criança - Parati. Alí também existe um núcleo de reforço pedagógico, onde os alunos estudam e tiram as suas dúvidas, além de uma escola de tricô e crochê para crianças de 07 a 14 anos. Professora de tricô e crochê Lissandra Maria do Nascimento, 18, também acumula a função de vendedora de artesanatos para os turistas: "Tudo o que é vendido aqui é dividido entre as crianças e o centro, que compra o material necessário. Temos recebido recursos, como os da Favela Tour. Nada é cobrado dos 25 alunos. Segundo recente censo do Iplan Rio, existem hoje na cidade cerca de 600 favelas. A Rocinha, localizada na zona sul, vem passando por um adiantado processo de urbanização e saneamento, refletido no orgulho de seus moradores, muitos receptivos ao receber o grupo de turistas. Nenhuma cena de violência foi registrada. Naturalmente, a Rocinha não é modelo para os distantes bolsões de pobreza brasileira. Os turistas estrangeiros têm acesso a uma favela para inglês ver, o Hotel Copacabana Palace das favelas cariocas. Mais informações: www.favelatour.com.br. VEJA TAMBÉM:
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Agência Estado
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