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ITÁLIA

Duas damas cheias de charme

Mário Viana/AE
Veneza, cidade dos 177 canais,
recebe cerca de 12
milhões de turistas por ano
As aulas de história não foram em vão. Em algum cantinho da memória - muitas vezes soterradas por números de telefone, endereços de amigos, aventuras amorosas e paqueras na Internet -, repousam as lições que falavam de Idade Média, senhores feudais, Renascimento, Michelangelo Buonarroti e Antônio Vivaldi. Em Veneza e Florença, duas das mais importantes e famosas cidades italianas, livros ganham vida, filmes invadem a realidade e tudo parece ter um ritmo muito particular. Mesmo que você esteja viajando sozinho, não se atormente: há qualquer coisa de carinhoso nessas cidades, que torna até mesmo a apavorante hora das refeições um momento tranqüilo e divertido.

Na parte nordeste da Itália, a Idade Média está separada do Renascimento por pouco mais de três horas de trem. Confortavelmente sentado numa poltrona numerada, que não custa mais que US$ 25, você deixa a estrutura feudal de Veneza (e seus 318 mil habitantes) e atinge o gigantismo renascentista de Florença (com 408 mil moradores). Ou vice-versa.

Dia e noite - Além das óbvias características históricas, há diferenças no tipo de turismo que se faz em Veneza e Florença. A primeira é basicamente diurna e dispensa o uso de mapas. Para quê, se você vai mesmo se perder nas ruelas que margeiam os 177 canais, que separam as 118 ilhas que formam a cidade? É delicioso e assustador perder-se em Veneza, imaginando que nunca mais você verá o quarto de seu hotel.

Exagera-se, claro, mas uma dose de adrenalina não mata ninguém. Se a coisa ficar grave, basta seguir as setas pintadas nas paredes ou perguntar onde fica a estação de vaporetto mais próxima. Acabou-se a magia, mas garantiu-se a noite confortável.

Florença é mais de interiores. Cidade por excelência da família Médici, ela cresceu entre os séculos 15 e 18, quando tornou-se uma espécie de centro do mundo. Foi para lá que correram todos os artistas importantes do período.

Não foi por acaso que os Médicis construíram um dos mais importantes museus de artes do mundo, a Galeria degli Uffizi. Não pode ser levada na brincadeira uma cidade que se dá ao luxo de ter tido durante séculos um original de Michelangelo exposto a todas as mudanças de tempo - e não era um original qualquer, era o Davi, a mais perfeita reprodução do Homem, segundo as normas do Renascimento.

Em Veneza, caminha-se muito - mas, de vez em quando, temos o merecido repouso num lugar como o Caffe Florian, praticamente o mesmo desde 1720, quando começou a ser freqüentado por artistas como o poeta Lord Byron, o escritor Marcel Proust e o conquistador Casanova. Não se gasta menos de US$ 5 para tomar um expressinho ali, mas certas coisas não têm preço - e o charme histórico do Florian é uma delas. Prefira tomar o café no interior do salão, pois nas mesas externas paga-se US$ 4 de couvert artístico.

Em Florença, a noite torna a cidade ainda mais apaixonante. Na Praça della Signoria, de frente para o Palácio Vecchio, distraindo o olhar entre o Davi (falso) de Michelangelo e o Perseu (verdadeiro) de Benvenuto Cellini (1500-1571), você só precisa de um vinho da casa, normalmente um Chianti, ou de um sorvetinho comprado em qualquer boa loja do ramo. No mais, é torcer para que uma banda de músicos esteja batalhando seus trocados ali, entre turistas do mundo inteiro. Pode ser que o trumpetista do grupo resolva solar What a Wonderful World, aquela música que ficou famosa na interpretação de Louis Armstrong. Ok, alguém vai dizer que jazz é música americana, não é italiana, mas tenha santa paciência: você passeia em Florença, a noite é de lua cheia, o vinho estava bom e o sorvete adoça sua vida - é ou não é um mundo maravilhoso?

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O Estado de S.Paulo

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