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ITÁLIA

Poder dos doges resiste na Praça São Marcos

Mário Viana/AE
No alto da fachada, a
imagem de São Marcos
observa a cidade
Pouca coisa parece ter mudado desde o tempo em que os doges mandavam em Veneza. Como o trânsito de carros é proibido no centro histórico, tudo o que se escuta (além dos imaginários concertos de Vivaldi) são passos, conversas nos mais variados idiomas, gritos e risos. Por mais longe do centro que você esteja, tente começar seu passeio a partir da Praça São Marcos. É o coração de Veneza.

De qualquer ponto, a praça de 12 mil metros quadrados impõe-se aos turistas, seja os que vêm caminhando desde o Rialto ou ainda os que estão visitando o Museu Correr, no canto oposto à basílica. O acervo veio da coleção de Teodoro Correr, doada à cidade em 1830. Bela coleção, com esculturas de Antonio Canova (1757-1822), como Dédalo e Ícaro, e pinturas de Giovanni Bellini (1430-1516), Cosme Tura (séc. 15), Carpaccio (1460-1526) e Antonelo da Messina (séc. 15).

Ouro - Enfrente as filas para visitar a Basílica de São Marcos, a causa é nobre. Dentro, dedique-se a ficar de queixo caído diante dos maravilhosos mosaicos bizantinos dos séculos 12 e 13. São mais de 4 mil metros quadrados de mosaicos com temas religiosos, como Pentecostes e Ascenção. Não deixe de ir às galerias, onde se vêem outras peças bizantinas, como os cavalos de bronze trazidos de Constantinopla em 1204. Atrás do altar, babe diante da Pala d'Oro, mural com 250 pinturas esmaltadas feitas em placas de ouro enfeitadas com pedras preciosas. A entrada na basílica é gratuita, mas cada atração é paga à parte. O ingresso para a Pala d'Oro custa US$ 1,50.

Ao lado da basílica fica o Palácio dos Doges. O ingresso é caro, US$ 13, mas inclui os outros museus da praça. Se fosse só o palácio já valeria a pena. O palácio é escandalosamente bonito e mostra o poderio dos duques. O cargo foi criado no século 7º, quando o Império Bizantino concedeu autonomia a Veneza. Dois séculos depois, começava a construção da casa dos duques. No pátio interno, gaste alguns minutos admirando a Escadaria dos Gigantes, fechada ao público.

Dois pintores monopolizam as paredes do prédio: Tintoretto e Paolo Veronese (1528-1588). O primeiro arrasa na Sala do Grande Conselho, onde Paraíso ocupa uma área de 7,45 metros por 24,65 metros - é considerada a maior pintura do mundo. Veronese brilha na sala das Quatro Portas e na do Conselho dos Dez. Para chegar ao calabouço, passa-se pela Ponte dos Suspiros, de 1600. O nome, dizem, foi dado por Casanova, condenado pelas idéias anti-religiosas.

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O Estado de S.Paulo

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