Canais cortam a região boêmia
Mário Viana/AE
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Barcos coloridos cruzam San Antonio e Museu do Circo e o elegante Menger Hotel
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Raríssimos turistas escapam do passeio mais famoso de San Antonio: navegar pelos canais do River Walk em barcos coletivos, numa imitação pouco convincente das gôndolas de Veneza. Não se deixe azedar pela comparação com a cidade italiana. Com cerca de 4 quilômetros de extensão, o River Walk é uma forma agradável de conhecer as atrações do centro de San Antonio sem castigar as pernas. Tudo começou após uma forte enchente nos anos 20, que deixou San Antonio praticamente destruída. Uma maneira de domar o rio era abrir canais, que dividiam a força das águas e permitiam a construção de barragens. Canais construídos, a sociedade das senhoras ricas e beneméritas de San Antonio incentivou a instalação de barcos de passeio. Nascia o River Walk. Às margens dos canais, vê-se restaurantes, lojas, sorveterias e bares, como um cardápio ao vivo das atrações da cidade. O cruzeiro de 40 minutos custa US$ 5,25, a partir do meio-dia. Das 9 às 12 horas, o preço cai para US$ 3,25. Reservas na Yanaguana Cruises, pelo tel. (00--1-210) 244-5700 ou pelo e-mail: edward@sarivercruise.com. Parque - Outro passeio bacana é pagar US$ 3 e subir ao topo da Torre das Américas, um monumento de 228 metros construído em 1968. A vista que se tem da cidade é ótima, mas o melhor é caminhar pelos arredores da torre, no Hemisfair Park, imensa área verde localizada a poucos minutos a pé do centro. Dentro do parque, além da torre, o turista encontra o interessantíssimo Institute of Texans Cultures (ITC), museu interativo que conta a história dos povos que ajudaram a formar o Estado. E bota povo nisso. São 27 grupos étnicos, entre índios, espanhóis, ingleses, judeus, chineses e muitos outros. Voluntários atuam como "pioneiros", falando da vida de seus antepassados. Para quem fala inglês, é ótimo. O ITC funciona das 9 às 17 horas. Ingressos: US$ 4. Informações no site www.texancultures.utsa.edu.
Para quem gosta de atrações diferentes, San Antonio tem pelo menos duas boas sugestões. Uma delas, seguramente, é o Hertzberg Circus Museum, considerada a segunda maior coleção de artefatos circenses em todo o mundo. O museu é pequeno, mas curioso. As peças integravam uma coleção particular, mas foram doadas à comunidade. O acervo mostra maquetes de circos do século passado, fotos de mulheres barbadas e gêmeos xifópagos e imagens de personagens famosos, como o anão Tom Thumb (1838-1883), que media apenas 83 centímetros de altura. O museu abre de segunda a sábado, das 10 às 17 horas, e aos domingos, às 13 horas. Ingresso: US$ 2,50. Informações: (0--1-210) 207-7810. Outra atração é mais apropriada aos fãs de bangue-bangue. O Buckhorn Saloon & Museum abriga uma das maiores coleções de bichos empalhados do Texas, armas e peças usadas pelos caubóis. São 40 mil peças no acervo, dizem os folhetos. Para animar, um imenso bar de madeira, com 118 anos de idade, atrai fãs da cerveja Lone Star e de outras bebidas, algumas mais leves. O Buckhorn tem uma lojinha ótima. A casa funciona das 10 às 18 horas, com ingressos a US$ 9,95. Informações pelo tel. (00--1-210) 274-4000 ou no site www.buckhornmuseum.com. Sorvete de manga - Para quem prefere a linha clássica, o Menger Hotel é a pedida. O prédio do século 19, preservadíssimo, justifica a inclusão do Menger na associação Historic Hotels of America. O lobby original ainda está lá, com três belíssimos andares de mármore. Entre as personalidades que se hospedaram no hotel, estão a atriz francesa Sarah Bernhardt, o presidente Theodore Roosevelt e o escritor irlandês Oscar Wilde.
No fim do século 20, juntaram-se ao grupo o presidente Bill Clinton e o governador do Texas, George W. Bush. Eles ajudaram a espalhar a mais recente lenda do Menger: seu sorvete de manga dá sorte em eleições. Ambos refrescaram-se com o tal sorvete durante suas campanhas eleitorais. Pode não ser verdade, mas uma coisa é certa: o sorvete é uma delícia. VEJA TAMBÉM: » Um pedaço do México resiste no velho Texas » Missões implantaram cristianismo entre índios » Oriente-se » Texas na ponta do lápis
O Estado de S. Paulo
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