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Escultura-moradia de Vilaró é visita imperdível
Criada e modelada pelas próprias mãos do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró, 77 anos, a "escultura habitável" Casapueblo, em Punta Ballena, a 15 minutos de Punta del Este, é uma visita imperdível. Reserve uma tarde inteira para conhecer sua história e apreciar essa obra-prima única, que não tem ângulos retos e contraria os conceitos arquitetônicos convencionais. Prepare-se também para encontrar esse ícone da arte latino-americana, que vive lá. Na década de 50, Vilaró iniciou o planejamento da construção de seu ateliê definitivo a partir de uma simples casinha de lata. Desde então, contou com centenas de colaboradores, ora pescadores ora pessoas que conhecia durante suas peregrinações pelo mundo. Todos, porém, tinham uma característica em comum: não estavam viciados nos moldes da arquitetura comum. Assim, absorveram as técnicas rudimentares de execução e, principalmente, o estilo do artista. Cerimônia do pôr-do-sol - Após várias etapas de construção, a versão atual da Casapueblo é impressionante, quase indescritível. Formas desalinhadas, pontiagudas, cúpulas e objetos de demolição, como janelas e portas, fazem dessa "baleia branca" um lugar muito especial. Cada corredor rende homenagem a uma personalidade que Vilaró conheceu pela vida, como se fosse o nome de uma rua ou avenida. Inclui até mesmo amigos brasileiros: Pelé e Vinícius de Morais. Pode-se passar horas apreciando a arquitetura, conhecendo as centenas de quadros multicoloridos, gravuras, cerâmicas e esculturas à mostra e à venda nas infinitas salas de exposição. A maioria das peças de arte tem inspiração na cultura africana, no candomblé, mas os traços fortes e disformes deixam nítida a influência de Pablo Picasso, grande amigo e mestre, com quem estudou em Paris. Segundo Vilaró, "toda a minha obra é uma explosão de sinceridade e trabalho. É a ponte que faço entre o povo e a arte". Mas o que vale a visita mesmo é contemplar a "cerimônia do sol", que no inverno começa às 18h, na qual ele despenca sobre as montanhas, refletindo a luz avermelhada no tom azul do Rio da Prata. Um som ambiente traz a voz doce de Vilaró narrando o ritual em um dos mais bonitos espetáculos de pôr-do-sol que já vi. Para os que se apaixonarem pelo lugar, uma parte da casa funciona como pousada, além de contar com dois restaurantes abertos ao público. VEJA TAMBÉM
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