Resista às compras e aproveite as belezas de Mascate
Maria Lúcia Fragata/AE
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Fortalezas portuguesas do século 17 passaram por restauro
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A capital de Omã é a primeira grande surpresa do viajante. É um impacto. Principalmente se o turista chegar com a imagem da agitação do Marrocos, por exemplo. Banhada de luz forte, envolta num calor que, em média, fica em 43 graus, e com construções claras, Mascate chega a ser silenciosa. Suas praias têm ondas suaves. Quase não se vê gente curtindo os jardins, que são uma constante pela cidade. Todas as ruas são ricamente arborizadas e os quarteirões têm uma borda de tamareiras separadas por grama e flores. O país parece ter apenas uns 20 anos, onde tudo dá impressão de novo. Até as fortalezas, construídas pelos portugueses no século 17, recuperadas, mostram uma vitalidade que os turistas, esperando ruínas, estranham. Nada de camelos - Quem faz um tour pela "velha" Mascate ou até a antiga capital, Nizwa, a 175 quilômetros da atual, nota que é mais difícil encontrar um dromedário - camelo não se vê por lá - do que uma Ferrari Testarossa. Carrões são muitos, mas o esperado bicho só se vê na estrada em placas do tipo "travessia de animais". Nem sonhe em ver a caravana passar ou sairá frustrado. A paisagem fora da cidade é árida. Quando não há areia, há montanhas de pedras agudas, com pequenos arbustos de um apagado verde musgo agarrados a um solo pobre. Parece triste, mas não é. Há muita cor. As escarpas vão do bege ao marrom, passando por todas as nuances. A distância dilui os tons e as silhuetas se perdem na luz fortíssima do dia. Em Nizwa, visite o Fish Souq. É um mercado enorme onde se vende de peixe a armas antigas e jóias tuaregues, pesadíssimas, de prata. De lá, vá ao Mirani Fort, uma das três fortalezas construídas há séculos por portugueses. É a única que pode ser vista por dentro. Restaurada, mostra pinturas primorosas nas madeiras que revestem o teto, móveis e baús antigos trabalhados com tachas. O artesanato é feito pelo povo omani. Na volta a Mascate, passa-se por vilarejos como o de Bahla, onde há uma cerâmica interessante. Também faz-se uma parada num oásis, que não é mágico como se espera. Há só um bosque de tamareiras pontilhado de casas cor-de-terra. Na estrada, entre os bosques que a ladeiam, na falta de animais vivos, escondem-se antílopes de cimento. Uma alta e larga cascata brota sobre mosaicos numa encosta. Não se iluda: é água do Oceano Índico canalizada até lá. Aliás, todo o verde de Omã é irrigado com água dessalinizada. Compras e fotos - Evite gastar muito em Mascate. Ainda mais se sua viagem seguir para os Emirados Árabes, onde o câmbio é mais favorável. O horário comercial vai das 8h30 às 13 horas e das 16 às 21 horas. Pela manhã, abuse das praias e curta um bom banho de sol e deixe as compras para o anoitecer, quando a temperatura é mais amena. Como em todo lugar onde corre dinheiro, a cidade tem shopping centers com várias grifes. As jóias trabalhadíssimas, de estilo oriental, encantam como serpentes. Antiguidades, tapetes, cristais e objetos de decoração também não faltam. Outro lugar imperdível é o Muttrah Souq, bazar onde a parafernália é total. De henna a vários tipos de especiarias e roupas típicas, tudo está à venda. Regateie, mas não demais. Porque, diferentemente do Egito, eles reduzem pouco o preço e não vão atrás se você desiste. VEJA TAMBÉM: » Negócios e lazer nas arábias » Vida do sultão Qaboos é envolta em mistério » Luxo e conforto fazem a fama dos hotéis de Omã » Um espetáculo de cores, formas e sabores » Curiosidades sobre a terra dos xeques » Dubai ostenta o hotel mais caro do mundo » Oriente-se
O Estado de S. Paulo
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