O porto da diversão

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Barcos percorrem diariamente os canais

Mas um notável trabalho de recuperação mudou o perfil do local, que passou a ser um bairro de diversão, com restaurantes, pubs e cafés instalados em prédios de três ou quatro andares e voltados para um canal onde circulam dezenas de barcos.

Nyhavn é uma das paradas dos pas-seios de barco que percorrem diariamente os canais. Lotadas de turistas, as embarcações começam a sair às 10h25, com intervalos de meia hora. Torça para fazer sol no dia do passeio. A rota mais simples dura 50 minutos, e a mais extensa, que inclui visita ao forte Trekroner, prolonga-se por 90 minutos. O mais legal é percorrer lentamente os canais da cidade, alguns tão estreitos que requerem baixar a cabeça para evitar nocaute ao passar por baixo das pontes.

Ao desembarcar nessa região da cidade, o visitante dá de cara com uma âncora grande, feita para lembrar os marinheiros dinamarqueses mortos na II Guerra Mundial. Esse, porém, é o único espaço para reflexão na área. De manhã até de madrugada, Nyhavn é o lugar ideal para farras etílicas e gastronômicas. Os mais jovens, que não têm dinheiro nem paciência para aguardar mesas, sentam-se no ancoradouro e ali passam a tarde lagarteando e tomando cerveja mais barata do que nos bares, quando comprada em lojas de conveniência.

De maio até novembro, os restaurantes servem os clientes em mesas de vime espalhadas na calçada, iluminadas por lamparinas. Detalhe: cada freguês tem direito a um cobertor para proteger as pernas do vento frio que chega a provocar, mesmo no verão, a sensação térmica de 10ºC. O couvert é simples: pão com manteiga. O forte do cardápio são os frutos do mar. Peixes (salmão, linguado, arenque, bacalhau fresco e peixe espada) são servidos em porções individuais, mas generosas, assim como camarões e lagostas. A sugestão do dia, que inclui entrada, prato principal e sobremesa, sai por 255 coroas (cerca de R$ 60).

Na entrada do Porto de Copenhague, em Langelinie, está, desde 1913, a estátua da Pequena Sereia, um dos persona-gens criados pelo mais célebre dos escritores dinamarqueses: Hans Christian Andersen.

Outro passeio interessante é o Danish Design Center (H.C. Andersen's Boulevard 27), que expõe os mais representativos exemplares de objetos que consagraram mundialmente o design. O prédio, criação do arquiteto Henning Larsen, tem paredes de vidro para aproveitar ao máximo a luminosidade natural.

No Danish Design Center, encontram-se também dezenas de exemplos das criações de Arne Jacobsen (1902-1971). O Niemeyer dinamarquês não limitava sua criatividade aos croquis. Jacobsen também desenhava utensílios domésticos, entre eles cadeiras e talheres. Esses objetos, além da cozinha, com destaque para a variedade de frutos do mar, são o maior atrativo do restaurante Jacobsen (Strandjeven 449), que fica na praia de Klampenborg (a 40 minutos do centro de Copenhague), numa casa de frente para o mar.

De volta a Copenhague, um programa imperdível para quem não sofre de vertigens e acha brincadeira de criança a montanha-russa do Tivoli: uma subida à torre da Igreja do Salvador, no bairro de Christianshavn. Construída em formato de espiral, a torre vai se tornando cada vez mais estreita e íngreme à medida em que se sobe os mais de 400 degraus.

Quem chega lá em cima ganha como recompensa uma vista espetacular de toda a cidade, tendo em primeiro plano o castelo de Christiansborg, no coração histórico de Copenhague.

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Zero Hora/ Agência RBS