Arena era palco para atores e gladiadores
Quem pega a linha 10 do metrô (Boulogne-Pont de Saint-Cloud/Gare d'Austerlitz) e pára na estação Jussie, não tem idéia de que ali perto, a pouco mais de duas quadras, está um verdadeiro templo da era galo-romana. Prédios residenciais dos séculos 19 e 20 escondem a Arena de Lutécia, um monumento a céu aberto. Construída no fim do século 1º, ela permaneceu em atividade até o fim do século 3º, data da primeira destruição da cidade pelos romanos. Parte de suas pedras foi usada na construção da muralha erguida em torno da Île de la Cité. O local do antigo anfiteatro passou a ser empregado na realização de funerais. O local exato da arena foi redescoberto em 1869, durante a abertura de uma extensa via pública, a movimentada Rue Monge. Sua restauração, no século 19, só foi possível graças à campanha de arrecadação de fundos iniciada pelo escritor e dramaturgo Victor Hugo, autor de Os Miseráveis. O espaço só foi reaberto ao público 1916. Hoje, os parisienses vão à arena para fazer caminhadas e há até crianças que batem uma bolinha por lá, embora seja proibido. Estima-se que sua capacidade girava em torno de 15 mil lugares sentados, dispostos em 35 fileiras. A arena original era utilizada tanto para apresentações de artes dramáticas como para lutas de gladiadores. Essa dupla função era típica da Gália romana. Nas suas laterais, ainda se vêem nichos onde, acredita-se, ficavam os leões e os camarins, dependendo do uso que se dava ao local. VEJA TAMBÉM: » A origem da civilização galo romana » Capital cultural européia é ponto de partida » Museus e cripta guardam vestígios de Lutécia » Uma chance de provar o melhor da culinária gaulesa » Parque temático reproduz o clima das HQs » História de Asterix e Obelix é marcada pelo sucesso
O Estado de S. Paulo
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