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Uma chance de provar o melhor da culinária gaulesa
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Viviane Kulczynski/AE
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O Nos Ancêtres Les Gaulois,
no coração de Paris,
oferece um típico
menu gaulês
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Três coisas mantinham viva e feliz a pequena aldeia de Asterix e Obelix: a poção mágica, que multiplicava por dez vezes a força dos guerreiros, os embates com os romanos e os intermináveis banquetes. Nessas festas regadas a vinho, em que o desafinado bardo Chatotorix ficava devidamente amordaçado e mulheres não entravam - repare na cena final de todas as aventuras -, o prato principal era sempre o mesmo: suculentos javalis. O franzino Asterix contentava-se com algumas porções de coxa ou peito do animal, ao contrário de seu inseparável amigo, capaz de devorar javalis inteiros. Tanto que não são raras as cenas em que aparecem bandejas e mais bandejas apenas com ossadas de caças já destroçadas pelo rechonchudo Obelix. Numa estreita rua da Île de Saint Louis, no coração de Paris, o ritual gastronômico é revivido diariamente, a partir das 19 horas. É ver para crer. Inaugurado em 1969, o rústico restaurante Nos Ancêtres Les Gaulois (Nossos Ancestrais, Os Gauleses) reproduz o melhor da culinária gaulesa, com direito inclusive à "poção mágica" - um aperitivo cuja receita é guardada em segredo, como fazia questão o druida Panoramix. Se na ficção a bebida levava visgo e lagosta - o máximo que o sacerdote podia revelar -, o coquetel tem um sabor inconfundível de vinho branco e suco de laranja. Os efeitos da mistura também não devem ser passados adiante, sob o risco de a "brincadeira" perder o encanto. Decoração - Na falta de uma imensa mesa ao ar livre, à qual se sentavam os guerreiros para a comilança, o Nos Ancêtres atende a um máximo de 320 pessoas em seus nove salões tipicamente decorados - escudos de ferro, cabeças de javali e cervo decoram algumas das paredes de pedra. Os detalhes de madeira, que revestem parte do teto, conferem um ar ainda mais rústico ao local. As mesinhas, sem toalhas e com velas acesas, ficam espremidas umas contras as outras, dificultando um pouco a circulação dos agitados garçons. Não é raro que algumas pessoas tenham de se levantar para dar passagem às demais, num empurra-empurra engraçado e que pode dar início a longas horas de conversa entre os "vizinhos". O caprichado menu, com preço fixo de US$ 28, é para Obelix nenhum botar defeito. Depois de experimentar a poção mágica, comece a se preparar para o ritual que se seguirá. Quando chega à mesa, o cliente encontra potinhos com manteiga e maionese, pães e uma grande cesta de vime com verduras e legumes frescos e ovos cozidos. Com as mãos, sem qualquer constrangimento, cada um prepara a sua própria salada. Esta é apenas uma das entradas. Um bufê, disposto em alguns salões, traz outras opções frias. Ali, pode-se escolher entre azeitonas temperadas, milho verde, picles e pepinos em conserva, vários tipos de lingüiças, mortadela e patês de sabores refinados. Prove de tudo um pouco, sem dor na consciência. Javali - Quando você já está quase se dando por satisfeito, chega a hora dos pratos quentes. Para acompanhar arroz, vagem sautée ou um refogado de beringela e abobrinha, pode-se escolher entre alguns tipos de carne. Nem hesite. É hora de provar a tão esperada carne de javali. Seu gosto é semelhante ao da carne de porco, mas um pouco mais seca. É imperdível. Quem não quiser experimentá-la, ainda tem as opções de espetinho ou costelinha de gado bovino e ovino. As carnes são assadas em duas grandes churrasqueiras que ficam no fundo do restaurante e merecem uma visitinha. Queijos e frutas vêm a seguir, mas só são trazidos à mesa se você solicitar. Se não for o caso, vá direto para a sobremesa. Mais uma vez, fica difícil escolher entre as opções oferecidas. Há tortas, sorvetes, salada de frutas, musse de chocolate e pudim de caramelo. Uma tentação! Todas as bebidas são cobradas à parte, menos o vinho tinto. Na chegada, você recebe uma jarra e pode servir-se à vontade nos barris espalhados pela casa. É só abrir uma torneirinha e está garantida a festa. VEJA TAMBÉM:
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O Estado de S. Paulo
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